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Baby: Eu? Eu tenho medo de tudo.
Tenho medo do que vi, do que fiz, de quem sou. Mais que tudo, tenho medo de sair deste quarto e nunca mais na minha vida inteira, sentir o que sinto quando estou com você.
(Dirty Dancing)

12 de março de 2023

Tenho certeza que pelo menos 90% dos filhos que seus pais nascidos nos anos 70, ou 80, já ouviram uma famosa frase como esta:
"No meu tempo era melhor".

As músicas eram melhores, o cinema era melhor, as comidas eram melhores, os lugares eram melhores.
Acredito que seja de uma coisa interessante que a psicologia comportamental pode ter a resposta. Por que amamos tanto um momento bom do passado?
Momentos específicos que nos lembram coisas boas, mas sempre partindo de um início restrito de ansiedade para a esperança.

Acho que no fundo gostamos de nós privatizar da alegria precoce transformando tudo em uma borboleta no estômago, o desejo de ter de volta o brilho nos olhos e aquela felicidade inteira de saber que algo poderia dar certo.
Estar no meio de uma paixão ou obsessão onde te faz pensar que ali a vida fez sentido. Estamos sempre dentro desse ciclo.

orochipedro: Ana
orochipedro: quero te dar um bagulho
orochipedro: abre o link
orochipedro: espero q goste

Abri o link e sorri ao ver na tela.
Dois ingressos para o show Minha Playlist de Funk + meet & great com camisetas e canecas personalizadas.

orochipedro: espero q goste
MANO
Q ISSO
POR QUE?
meu deus obrigada
amei muito Pedro

orochipedro: KKKKKKKKKKKKKK PQ SIM
que bom que curtiu
a gente se vê lá ;)

Passei basicamente três dias fazendo as coisas que apresentaria, os exercícios e toda a matéria e decoração para daqui longos dias.

— O que você acha? — olhei ele.

Sentado no sofá olhando a tela da TV conectada ao meu computador onde passei meus slides, ele presta atenção nas coisas que fiz.

— Acho que namoro uma nerd ansiosa. — ele sorri de lado. — Ficou bom, Aninha. — assente.

— Tô com medo... — apertei os lábios.

— Medo, medo, medo. — ele revira os olhos. — Só isso que 'cê sabe falar, percebeu? — ergue as sobrancelhas.

Sentei ao seu lado no sofá com seus braços envolta do meu corpo com carinho de dedo em meus ombros.

— Mas... é verdade, amor. Isso é muito importante.

— Eu sei que é, vida. Mas vai dar certo. Você fala muito bem, tem paciência pra explicar... tem essa troca boa com seus adolescentes chatos... — rio.

Toquei sua mão cobrindo com a minha e beijei seus dedos.

— Eu só não sei se vou gostar da ideia...

— Hmmh. — olhei ele que não me olha.

— De você falar francês lá na frente.

— Por quê não?.— franzi o rosto.

— Medo de cobiçarem minha mulher, sabe? — ri. — É que você fica muito, muito linda falando francês. — diz baixinho.

— Hah! Ah é? — sorri.

— Uhum... bem sexy. — sorri.

Ele chegou na sexta, e vai ficar até o dia 26 pelas suas férias. Ele meio que vai ficar estudando alguns dias pelas matérias que vai receber dos seus amigos.
Eu evitei conversar com ele pela internet durante todos essas semanas que ficamos sem nos ver com medo do que poderia acontecer.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora