Capítulo 21: Tormenta

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Estava voltando de carro, Diego estava sujo de sangue e eu tambem. Como se tivessemos nadado no numa piscina de sangue, dos pés a cabeça. Diego estava relaxado assoviando feliz, olho para o retrovisor e vejos três olhos me encarando. Ricardo, Melissa e Cobra. Os três olhavam para mim sem expressão mas seu olhar me julgava ainda assim. Eu olhos pra tras e no banco de trás vejo que os trÊs estão mortos. Seus corpos estavam jogados nos bancos, eles estavam palidos e frios, Ricardo estava molhado e soldando agua pelo nariz. Melissa estava com a cabeça aberta e Cobra com um olho faltando, Diego engatilha a arma e com seu sorriso psicotico ele apontava para o meu rosto, estava pronto para atirar mas...

 - Miguel! - Gritou a professora Monica. - Acorda, temos que ir. 

Eu estava na aula, dormindo na mesa. Vejo minha professora e a diretora na sala esperando em pé com os mesmos policiais de segunda-feira. Olho para o lado, Diego não veio para aula hoje. Me preocupo com isso.

 - Vamos Miguel. - Disse a Diretora com sua voz desanimadora. Eu me levanto com a sala olhando para mim e cochichando. 

 - Lá vai o lider do clube dos Suicidas. - Disse um aluno caçoando de mim, e um grupinho ria uma garota do lado dele, o repreende. A professora olha pra ele com desdem. Eu apenas ignorei.

Cidade de Carvalho negro

Dia 5 de agosto de 1998 

Novamente estava nós aqui na sala da diretora com os policiais. Eu não aguento mais essa semana. Foi uma noite longa não conseguia dormir, foi horrivel. Sentia o peso do corpo do Daniel em cima de mim. Tanto o peso dele quando me tocou, quanto o peso de seu corpo morto no chão. Melissa estava me atormentando. Sempre aparecia nos cantos das salas e ficava me olhando sorrindo, eu não sei o que ela quer, mas está me enlouquecendo.

 - Ontem aconteceu uma grande tragedia! - Disse a Diretora, parecia estar com dor de falar isso.  - Está sendo uma semana muito longa. Meu Deus!

A diretora se acaba de chorar. Um policial a reconforta com a mão no ombro dela. O outro me encarava mordendo o labio, seria o mesmo tarado da ultima vez. Sabrina estava nervosa e Camila estava confusa. Fabricio acabou de chegar na sala desanimado, não sei se era sono ou o fato de todo lugar que passamos tem um ar de tensão que afeta todos que saem de sua casa.

 - O que a ipremsa vai falar? - Disse a diretora quase chorando. Camila e Sabrina olhavam para elas sentindo vergonha. Fabricio olhava pra mim preocupado. - Ontem ja estavam culpando a escolas mas o que que eu posso fazer?! 

A diretora não conseguia se controlar, deve ser um peso gigantesco jogado em cima dela. E o peso do choro dela começous a me afetar, pelo amor de tudo que é mais sagrado acaba com isso logo.

 - Desculpe Diretora, mas eu preciso voltar para a aula. O que você quer falar com a gente? - perguntei curto e grosso.

 - Mais um suicidio. E no grupo de vocês! - Disse a diretora, Fabricio se encrva em sua cadeira. Camila se choca, e Sabrina aperta os punhos em cima de sua saia. - Melissa atirou na propria cabeça ontem a tarde, igual Ricardo ela deixou uma nota dizendo o que gostaria que acontecesse daqui pra frente. E dessa vez Miguel, a carta chamou vocês não estou sendo indelicada. Foi a propria policia e familia da Melissa que chamou.

Ela olha pra mim como se tivesse receio de algo. Ela se prepara para pegar um papel que estava sujo com algumas gotas de sangue e uma poeira vermelha. Olhar aquilo me lembra do dia caotico de ontem. sinto um nó no pescoço, aquela maldita linha vermelha. 

"Queridos colegas, a falta de um irmão como ele esta doedo demais. Tentei amenizar essa dor com muitas coisas. Até de coisas que não me orgulho, afinal olha onde eu estou. Todo esse peso e ainda ter que continuar parecendo perfeita me deixou uma miríade de cicatrizes. Agradeço por vocês que tentaram me animar, me ajudar. Mas eu quero ir junto com ele, tudo pesa como uma coroa de rainha do baile feita de concreto..."

Destinado A Ser SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora