Capitulo 4: Empate

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Cidade de Carvalho negro
Dia 30 de julho 1998 16:25

Chegando na casa de Ricardo toco a campainha e espero. Acabo demorando muito mais do que esperava vindo pra cá. Eu tive que passarm em casa para deixar a mochila e aproveitei tomei um banho. Estou me perdendo muito em meus pensamentos ultimamente, mas então percebi e estava tão apressado que não pensei em nada além de que precisava chegar aqui, eu toco a campainha.

Enquanto recupero o folego começo a observar a casa de Ricardo.

Era uma casa, consideravelmente grande. Dois andares, quintal grande, piscina nos fundos, garagem, pacote completo. Digamos que reside em uma parte mais "burguesa" da cidade. Eu não conhecia a família de Ricardo, mas eu sei que o sobrenome dele levava o mesmo sobrenome que uma das empresas mais conhecidas da cidade. Eu não sei o que a empresa faz porém minha mãe a detesta com todas as forças dela. Vivia dizendo que só escravizava que fazia mal ao meio ambiente, mas sinceramente eu a conheço bem para saber que ela não sabe nem o que se pode reciclar. Imagina vida sustentável. Ela tem um problema pessoal com aqueles caras.

Enfim, só olhando por essa casa, grande e bem alinhada, dava pra ver que Ricardo teve uma vida boa, eu acho. Em quesitos financeiros, afinal aprendi que mesmo com dinheiro a vida ainda pode ser uma bela bosta!

Ouço passos e o barulho da maçaneta, a irmã mais nova de Ricardo abre a porta, Rafaela, ela não vai muito com minha cara, sempre que estou com o Ricardo ela age sempre cruelmente e sorri forçada para "aliviar" seu comentário incoveniente.

- Oi, posso ajudar? - Ela pergunta e força um sorriso. Parece está com dor.

- Seu irmão está ai? - Pergunto meio sem graça. Nunca entendi porque ela me trata desse jeito, mas eu não posso fazer nada se eu não sei o que eu fiz.

- Ai meu Deus, desgruda dele por um momento. - Ela diz em tom sarcastico e solta uma risada fina, ela aparenta estar brincando mas eu fico incomodado.

- Seu irmão que me chama, tem que falar com ele ou vai ser meio difícil desgrudar. - Respondo sem graça tentando entrar na brincadeira.

- Eu vou, chamar ele. - Ela suspira e grita por Ricardo, que logo desce a escada. Rafaela que me olha por alguns segundos, sorri. - Bom eu tenho que ir. - E sai de casa.

Ricardo tinha trocado de roupa, colocou algo mais confortável pra ficar em casa eu acho. Chega perto de mim, nos cumprimentamos com um soquinho, e um tapa e um estalar de Dedos, é uma cumprimentaçao que ele e Fabricio me ensinaram e me convida pra entrar, e fecha a porta.

- Por que demorou tanto? Eu até tomei um banho e você não tinha chegado. - Ele estava cheiroso e com o cabelo um pouco úmido.

- Deu um probleminha lá no caixa da locadora. Aproveitei e passei em casa, e falei com minha mãe no telefone. - Respondo para ele.

- Bom, na próxima vez pode usar o telefone aqui de casa. Mas, eai, alugou o quê? - Ele pega a sacola que estava na minha mão, tira a fita e olha a capa - Pânico 2, será que vai ser melhor que o primeiro?

- Isso nunca acontece mas vamos ver. -  respondo e Ele olha pra capa do filme e depois olha no fundo dos meus olhos novamente. Ele sempre faz isso, mas dessa vez ele me deixou um pouco desajeitado. Afinal sempre que ele fazia isso, tinha outras pessoas por perto. - Uhh, cade o resto do pessoal? - Pergunto um pouco sem graça e desviando o olhar.

- Bom eles, acabaram mudando de planos de última hora. - Ele disse em um tom sem graça. - Se Melissa não responder, provavelmente vai ser só eu e você. - um pouco grave porem suave, certeza ele tem uma segunda intenção com esse diálogo.

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