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Victória's pov:
— Ah, desisto! Não vamos achar esse livro por tão cedo. — eu disse me sentando no chão da biblioteca.
Eu e Walker havíamos passado na diretoria após as aulas acabarem, procurando qualquer informação relevante sobre os alunos que já passaram pela Bridge. Uma das monitoras nos disse que poderíamos achar alguns anuários antigos nas prateleiras do fundo da biblioteca, e aqui estávamos nós, há uns trinta minutos em uma tentativa falha de achar qualquer coisa significante.
— Não desiste, não. Seu futuro na Bridge depende dos pequenos minutos que estamos gastando aqui, nesse lugar cheio de pó. — o garoto disse em um tom que me fez rir.
Ele estendeu a mão, na intenção de me ajudar a levantar, mas afim de o provocar, eu fiz isso sozinha.
— Tsc. — estalou a língua. — achei que tínhamos superado essa fase. — deu um pequeno sorriso.
— Ah, não. Nunca vou cansar de te irritar! — respondi simples.
— 'Tô vendo. Quando eu fizer o mesmo, não reclama, estressadinha!
Eu sorri quando o loiro se aproximou de mim. De repente, me lembrei da primeira vez que estivemos tão próximos, naquele dia em que a luz caiu por conta da tempestade. A sensação era indescritível, é como se um raio eletrizante passasse por mim toda vez que nossos corpos se juntam, e isso nunca mudou. Desde aquele dia, meus sentimentos por Walker nunca mudaram. Ali, no exato momento em que estávamos sozinhos no meu quarto, eu sabia que sentia algo a mais pelo garoto, só não poderia imaginar o que era, mas sou grata por nada ter mudado.
— Achei! — Walker disse, fazendo eu balançar a cabeça e voltar para o presente. Ele apontou para algo atrás de mim e então eu me virei, vendo apenas mais uma prateleira empoeirada repleta de livros velhos.
— Sua noção? Não, acho que você já a perdeu faz tempo. — ironizei e o loiro soltou uma risada anasalada, passando por mim e pegando um grande livro de capa azul escura, que estava um pouco acizentado por conta da poeira.
— Este aqui é o anuário do oitavo ano... bem, da minha turma. — ele analisou o objeto em suas mãos, parecendo estar voltando ao passado, assim como eu fiz há alguns segundos atrás.
— Como sabe que esse em específico é seu? Não dá para ler nada! — era verdade, a poeira era tanta que acabou tampando o título do livro, onde deveria ter o nome da turma.
— Olha isso. — meu namorado se aproximou novamente, virando o objeto para que pudéssemos ver a contra capa e assoprou ali, fazendo uma névoa de poeira sair do livro e se espalhar pelo ar da biblioteca. Coçei meu nariz, já irritado por conta do pó e então pude notar diversas assinaturas na capa, que agora estava com o tom de azul mais visível. — assinamos a capa do anuário, não me lembro muito bem o porquê, mas acho que foi na intenção de não nos separarmos ou algo assim, coisa de criança. — o garoto sorriu levemente, provavelmente tentando ter o máximo de lembranças possíveis.
As assinaturas tinham letras quase ilegíveis, desgastadas. Porém ainda era possível ler alguns nomes.
— Sua letra não mudou nadinha, continua feia. — disse e o loiro me olhou, abrindo a boca e fechando logo em seguida.
— Droga, não consigo te chamar de feia... Argh! Deixa as ofensas para outra hora. — Eu ri e então ele puxou meu pulso.
Fomos em direção a uma mesinha que havia ali, onde o garoto colocou o livro e puxou duas cadeiras para nos sentarmos.
— Nunca pensei que veria isso de novo. — Walker abriu o anuário e, logo de início, já havia uma foto da turma. — Céus, olha isso!
Sorri ao ver a foto dos meus amigos quando crianças. Leah não mudou muita coisa, apenas cresceu um pouco e começou a trançar o cabelo. Aryan definitivamente havia crescido, pois na imagem ele parecia um nanico. Lizzie e Josh estavam de cara feia, provavelmente irritados por estarem um do lado do outro. Já Megan estava sorrindo, abraçando Lizzie de lado, o que me fez franzir o cenho.
— Se alguém postar essa foto, Megan e Lizzie serão presas por assassinato! — ironizei e o garoto riu. — Ai meu Deus!
— Que foi?
— Esse aqui é você? — perguntei, apontando para um pequeno garoto com cachinhos loiros que estava encolhido no canto da foto, enquanto segurava uma garota que estava pendurada em suas costas, logo reconheci que era Momona.
— Ah.. é. Eu sei, não estava na minha melhor fase, mas da um desconto, vai. A transição da infância para a adolescência é uma fase difícil! — ele se embaralhou nas palavras, enquanto suas bochechas ficavam um pouco mais rosadas. Eu sorri, deixando um beijinho em seu rosto
— Você não mudou quase nada, loirinho. Continua com a mesma cara de "se prepara porque eu vou causar um furacão na sua vida". — disse e nós dois rimos.
— Uhum, e você bem que gostou quando o furacão aqui chegou na sua vida. — ele disse com um tom convencido.
— Causou uma bagunça do caramba! — dei um leve tapa em seu braço, o fazendo soltar mais uma risada. — Mas não é nada que eu não consiga arrumar.
Nos aproximamos involuntáriamente e, quando me dei conta, já não havia nenhuma distância entre nós. Me lembro muito bem de quando nos beijamos pela primeira vez, na festa de Halloween, um dos melhores momentos da minha vida. Fogos de artifício pareciam estar ali, enquanto borboletas teimosas voavam pela minha barriga. Toda vez que o garoto me beija, eu sinto a mesma sensação. Toda vez é como a primeira vez.
Tive poucos momentos que eu posso considerar realmente bons durante a minha infância, e pensei que seria assim para sempre. Mas não com Walker. Ele foi realmente o furacão que chegou para mudar a minha vida, bagunçando tudo. Porém foi nessa bagunça, nessa agitação, nesse vento forte, foi aqui que eu me encontrei.
Walker foi o furacão que me trouxe brisas de bons momentos, e eu pretendo os guardar sempre comigo. Minhasmelhores lembranças.
_________________________________________ Notas da autora:
Esse é definitivamente um dos meus capítulos favoritos, lembro que chorei escrevendo😭😭😭.
Vou começar a colocar nomesnosmeuscapítulos, assim eunão me sinto tão perdida KKKKKKK.
Aiai, tá tudo muito feliz né? Que tédio... Opa, tive uma ideia! rs...
