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— TORI DIAZ —
Após longas horas de voo, eu finalmente havia chegado em Nova York. Pelo que vi na janela do avião, a cidade era muito bonita, nada muito diferente que eu via nas fotos da Internet.
Desembarquei do avião um pouco tonta, havia acabado de acordar. Mandei uma mensagem para minha mãe, avisando que havia chegado e que estava bem.
Ergui a cabeça novamente a procura de meu pai, mas não achei ninguém conhecido. De repente ouvi uma voz atrás de mim e senti alguém me abraçando.
— Tori! — uma voz doce, aparentemente feminina e bem animada chamou meu nome.
Quando me virei, vi Alisson, minha meia irmã. Ela tinha cabelos loiros não muito longos, uma pele clara e olhos verdes pouco escuros. Uma garota muito bonita, ainda mais pessoalmente.
— Alisson, oi!
— Nem acredito que estou te conhecendo pessoalmente, você é tão linda! — eu sorri.
- Obrigada — agradeci meio sem graça, ainda a procura de meu pai.
Acho que ela percebeu, pois olhou para mim e disse:
— O papai não pode vir, estava ocupado no trabalho — claro — Mas tudo bem, nosso motorista nos espera lá fora, vamos ter mais tempo para conversar!
Esqueci de mencionar, meu pai é sócio de uma empresa tecnológica super importante por aqui, por esse motivo ele quase nunca me mandava mensagem.
Alisson me ajudou com as malas e fomos em direção ao carro — muito chique, por sinal. Assim que coloquei minhas coisas no porta malas eu entrei no carro no banco de trás, Alisson se sentou do meu lado.
— Tentei aprender português assim que soube que você viria para cá, queria te deixar o mais confortável possível, mas sua língua nativa é difícil, vocês tem quatro porquês, desisti de aprender na primeira semana — ela disse rindo, eu sorri também.
— Tudo bem, eu gosto de falar inglês — É verdade. Minha mãe tinha o sonho de estudar fora do Brasil, então ela se esforçou, aprendeu inglês e conseguiu uma vaga em uma das melhores escolas de Nova York, foi nessa escola que ela conheceu meu pai.
Ela teria continuado os estudos na faculdade se não tivesse engravidado tão cedo de mim, ela nunca me culpou por isso, sempre me disse que eu fui um presente maravilhoso, mas eu sempre me senti culpada. Então quando fiz 8 anos pedi para ela começar a me ensinar inglês, hoje em dia sou fluente.
Ali, com 8 anos, eu decidi que iria estudar em uma ótima escola em Nova York também, mas que eu nunca, nunca, nunquinha, iria me apaixonar até concluir a faculdade.
— É tão estranho né? — Alisson diz me tirando dos meus pensamentos. — Somos irmãs, mas eu não sei quase nada sobre você.
Percebi que ela estava querendo puxar papo. Vamos lá Victória, não é tão difícil socializar, você consegue!
