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— TORI DIAZ —
Eu já estava aqui há mais ou menos uma hora, e por incrível que pareça, Walker não conseguiu aprender NADA!
— Desisto! — o garoto jogou a caneta e o caderno para o lado.
— Não desiste, não! Vamos, pegue essa caneta! — exclamei.
— Se você está esperando que eu faça algo que eu não sei fazer, vai se decepcionar.
— É para isso que eu estou aqui, para te ajudar. Pega a caneta!
— Como você consegue? — ele bufou, pegando o objeto. — É impossível!
— Não é impossível, Walker. Eu estudo, não fico de bobeira no fundão da sala.
— Senti que foi uma indireta — ele fez uma careta.
— Por que será? — perguntei irônica.
- Você me dá medo, Diaz.
— Você que é muito medroso, Scobell.
Este quarto estava uma veradeira zona. Nós estavamos sentados no chão, haviam livros abertos em páginas aleatórias espalhados, bolinhas de papel por todo canto, canetas sem tampa e minha mochila perto da cama de Walker.
— Acho que você só não está conseguindo se concentrar — me levantei. — Vem, vamos arrumar o quarto — estendi a mão para o garoto.
— Que belo Deja Vu — ele segurou minha mão e se levantou. — mas da última vez você não aceitou a minha ajuda.
— Eu estava estressada — respondi.
— E quando você não está? — ele riu e eu me abaixei, apenas para pegar uma bolinha de papel e jogar no mesmo.
Ele revidou.
Quando percebi, estávamos arrancando folhas do caderno apenas para fazer mais bolinhas.
Tarde de estudos? Já era!
(...)
— Chega, eu me rendo! — desci da cama do garoto, rindo e com a respiração ofegante.
— Sou o rei das batalhas de bolinha de papel, gatinha. Impossível ganhar de mim! — ele riu junto comigo.
De repente, comecei a sentir minha respiração cada vez mais pesada, aquilo não estava normal. Minha visão periférica estava ficando escura, minhas pernas estavam bambas e a ausência do ar ficava ainda maior.
Foi então que eu finalmente me lembrei. Eu não posso fazer muito esforço, pelo menos não por muito tempo.
