- capítulo doze • roda de fogo

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Roda de fogo

Significado: A cor do meu destino

Stenocarpus sinuatus |  Queensland e Nova Gales do Sul

As suas profusas flores vermelhas e laranja proporcionam um espetáculo exuberante, do verão ao outono. Antes de desabrocharem, as flores simétricas têm a forma dos raios de uma roda, e foram batizadas devido à sua semelhança com um círculo de chamas.

 Antes de desabrocharem, as flores simétricas têm a forma dos raios de uma roda, e foram batizadas devido à sua semelhança com um círculo de chamas

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A garotinha só tinha um desejo todas as manhãs após ingerir o máximo de leite e aveia possível: ir ao bosque.

Se esgueirava pelos fundos, distante dos olhos do pai, que geralmente estava se preparando para caçar, levando consigo o filho macho mais velho, enquanto o garoto mais novo permanecia na casa com a mãe, os empregados comunicavam entre si a chamando de "fantasminha" no dialeto antigo.

Era pequena, muito fácil de se esconder e fugir, levou pouco menos de dez minutos para estar de joelhos diante o pequeno riacho observando os peixes.

Sempre lhe encarou a forma como eles eram coloridos, alguns azuis, outros mais avermelhados e então verdes, ela adorava verde, dizia que era sua cor, um pequena herança de seu pai. Tinha os olhos dele e o mesmo tom de castanho em seus fios, embora não sua crueldade, pelo menos não ainda. 

Seu irmão, no entanto, era como sua mãe, cabelos loiros um tom mais claro do que o filho mais novo dela, olhos azuis cinzentos pontilhados como estrelas. Ele não era tão gentil quanto a mãe, mas era uma boa companhia na maior parte do tempo, seu único amigo e confidente. 

Passou uma hora observando os peixes e água corrente até se dar conta de que deveria retornar. O bosque, apesar de seu pai tantas vezes lhe aconselhou a se manter distante, não apresentava perigo algum.

Era como qualquer outra parte das flores, repleta de árvores grandes e com copas cheias de folhagem esverdeadas, raízes subindo um pouco mais acima da terra e musgo. Às vezes, encontrava algumas pequenas flores, geralmente pequenas e brancas, alguns insetos e nada mais.

Entretanto, naquela manhã, conforme retornavam para casa, ouviu um pequeno sussurro, parecia um som doce e gentil, guiado até seus ouvidos como um soneto levado pelo vento. 

A garota olhou ao redor esperando por alguém, porem uma cabeça achatada de um cogumelo lhe olhava por cima de uma raiz grossa com olhos redondos e brilhantes, piscando para si. 

Foi quase do natural a forma como seus lábios se moveram sussurrando um “olá”, ainda mais quando ela respondeu com um enorme sorriso. 

Aquela foi a primeira vez que um pequenino falou com ela, pequenas criaturas cujo sua voz só podia ser ouvidas por corações puros. 

Uma década e meia depois, nenhum deles voltou a falar com ela novamente, nunca mais.

CORTE DAS ILUSÕES - O CORAÇÃO DA BRUXA ; Rhysand Onde histórias criam vida. Descubra agora