Capítulo III - Ochi inchisi

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🍷

Laura fechou a porta atrás de si, ela ainda estava um pouco ofegante. Apoiou a testa na porta e respirou fundo. Após recuperar o fôlego, largou a caixa térmica no chão e virou-se em direção à sala, que novamente já encontrava-se imersa na escuridão. Era compreensível, tendo em vista que a lareira já havia apagado. Ela ignorou esses fatos em um primeiro momento e mirou sua lanterna no que mais a interessava:

— Nossa foi bem difícil entrar dessa ve... Laura parou de falar quando olhou o corpo sobre o divã. —  Oh! Você já está bem melhor!

Laura deixou a mochila no chão antes de avisar:

— Vou acender algumas velas e a lareira de novo... Precisamos de iluminação e de calor. 

E assim ela fez, usando sua lanterna, pegou mais madeiras e repetiu o processo de acender as velas e a lareira, e em poucos minutos elas tinham luz e calor. Ela acendeu velas com aroma para melhorar o cheiro ambiente de um quarto até então fechado. Assim que ela conseguiu iluminar  bem o cômodo, aproximou-se da mulher deitada. 

— Oi, de novo! 

Silêncio. 

— Bom, ainda não quer falar não é?! Tudo bem. — Começou a loira. — Você melhorou bastante desde que fui embora. Creio que a parte da história que dizia que sua regeneração era super rápida seja verdade, aparentemente como o resto de toda essa história. 

Silêncio.

 — Olha, eu trouxe sangue fresco para você. Porquê andei pensando e não acho que você irá se recuperar bem bebendo sangue com álcool, mas isso é uma teoria da minha cabeça, se estiver errada você pode me falar.

Silêncio.

A mulher ainda estava sobre o divã, como Laura havia deixado. Mas a diferença de seu estado, evidenciava-se pelo seu rosto, já bem mais cheio e um dos braços para fora da coberta também deixava isso claro, ela havia pego o vinho na taça e havia bebido tudo.  

— Certo. Ah, eu também acho que você precisa de um bom banho para se recuperar melhor. Então, trouxe o necessário para lhe ajudar nessa tarefa. E adivinha, seja lá quem sejam, tem homens pelo castelo vigiando. Foi bem difícil me movimentar aqui dentro hoje, mas eu vi que eles colocaram lenha na caldeira, então teremos água quente! — A jovem explicava calmamente. — Devem ser os mesmos que te aprisionaram e eles estão te procurando... Mas isso falamos depois, agora vou servir seu jantar e depois te levarei para o banho. 

A loira foi até a caixa térmica e retirou de dentro uma bolsa de sangue de 450 ml. Pegou a taça vermelha de Alcina que por ser em um tamanho maior, comportou todo o líquido. Ela seguiu até a Lady e aproximou-se devagar.

— Aqui, abra a boca. — Falou ela aproximando a taça dos lábios da outra. 

Dimitrescu abriu a boca e começou a ingerir o líquido. 

Quase no mesmo momento em que o sangue puro e fresco entrou em contato com a boca de Alcina, ela suspirou em alívio. 


Um refresco depois de tanto tempo de sofrimento.


A jovem segurou a taça com uma mão e a cabeça de Alcina com a outra, ela pacientemente ajudou até a mais velha terminar de se alimentar. 

 — Pronto! Como se sente? 

Dessa vez houve resposta:

— Bem. Obrigado. 

Vermelho Carmesim - Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora