003 - Leitora

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Nota: Caso estejam com problemas com a cronologia, lembrem: a parte 1 da história se passa em 1983, sendo assim, a parte dois está se passando em 93, mesmo não sendo do jeito que são hoje, existiam celulares!

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Michael Afton está diferente.

Não sei como explicar, mas ele mudou e não foi só tipo "óbvio que mudei, eu sou adulto agora", não. Ele realmente teve uma mudança.

Eu nem vou mencionar a pele estranha dele, mas o jeitinho que ele tem, aquele olhar que ele tem, isso é novo... Ele parece mais... Inocente. Eu quase esqueci o que ele fez.

Essa noite eu fiz uma patrulha geral pela cidade, no centro, nas periferias, apreendi drogas, conversei com adolescentes que fazem de tudo por dinheiro, mandei que fossem matriculados na escola... Esse tipo de coisa que os meus subordinados preguiçosos nem se importam.

Nos últimos dez anos eu me esforcei muito para estar onde eu estou, eu estudei, eu trabalhei, eu recebi medalhas, e mesmo sabendo que o comissário de polícia quase teve um infarto quando eu pedi transferência para Hurricane, eu não poderia estar mais satisfeita.

Passei no mercado e comprei uma caminha, ração, e alguns brinquedos para os meus novos filhos, até porque, considerando os pais que eu tive, eu nunca vou conseguir criar uma criança direito.

Imagine só, uma mulher que tinha uma mãe abusiva e um pai que, de alguma forma, conseguiu dar um sumiço na esposa, como uma figura materna!? Haha, seria um desastre. E olha que eu curto crianças.

Chegando em casa, recebi uma ligação de Bree, dizendo que ela viria pra Hurricane(?), mas quando ela explicou que conseguiu abrir aquela loja de roupas que ela tanto queria aqui, eu finalmente entendi.

Tudo está voltando ao normal, só que agora eu sou uma figura de autoridade, o Peter nunca tem tempo, e o colega de quarto dele é um possível incendiário... Mas antes o melhor amigo do Peter já era um assassino, então não faz tanta diferença assim.

Alguns dias depois, eu fui até os escombros da Freddy's, e, honestamente, o fogo não mudou tanto o lugar, mesmo completamente destruído, eu ainda conseguia imaginar como era antes, e não era tão ruim. Não estava à noite, mas ainda assim era meio escuro ali dentro, então eu tive que pegar uma lanterna. Chegando até a área que eu mais gostava de ir quando criança, vi algo tão familiar escrito com uma faca na parede...

"A Jhonson é uma bobona"

Sem ponto final nem nada, só a letra infantil e desajeitada de Michael na parede. Ele queria que aquilo jamais saísse dali... E no fim, ele conseguiu isso.

Eu continuei rondando aquele lugar até que senti uma presença atrás de mim, como no treinamento, imobilizei o homem que havia entrado ali.

─ Tempo, tempo! Qual é, Jhonson!? ─ Michael deu uns tapas em meu braço, implorando pra se salvar.

Eu o soltei, dando um leve empurrão.

─ O que está fazendo na cena do crime?

─ O oficial Kent me deixou passar... Eu tava procurando uma pessoa.

─ Uma pessoa? Nos escombros da pizzaria incendiada? Incendiada quando apenas você estava presente?

─ Eu sei que parece suspeito... Mas eu precisava mesmo ver... ─ ele hesitou algumas vezes, e depois sorriu. ─ ...Você.

─ Eu?

─ Você, sim. Sabe, você é tão bonita quanto antes, e...

─ Sai daqui, Michael.

─ Valeu a tentativa. Tchau!

Tentativa... Como se eu fosse cair nessa. Mas se ele procura uma pessoa, talvez tenha um cúmplice... Mas será que Michael Afton seria capaz de incendiar um lugar? Ainda mais um lugar tão importante na sua infância?

Quando me levantei, me assustei com uma figura me atacando, parecia o foxy, mas morto... Velho... No susto, eu acabei caindo dentro de uma salinha embaixo do palco, a sala de controle.

─ Tá tudo bem com você? ─ o Afton perguntou, e quando ele entrou, a portinha se fechou.

─ Eu acho que estou ficando maluca... Achei que o foxy tinha pulado na minha cara... ─ eu disse me levantando, e no chão, encontrei um caderninho. Peguei o caderno com um par de luvas. O caderno de projetos de William Afton...

─ Você está alucinando, o que é perfeitamente normal.

─ Você ouviu o que acabou de dizer?

─ Fez mais sentido na minha cabeça. ─ ele tentou abrir a porta, falhando miseravelmente. Enquanto continuou tentando, ele voltou a dizer. ─ Eu tô tendo um deja ... Nós dois trancados... ─ ele fez um barulho estranho de esforço. ─ ...Em uma sala...

Eu chutei a parte emperrada da porta, abrindo e saindo.

─ Mas agora eu sou forte. ─ eu disse.

─ Isso você sempre foi...

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Why Is Love So Contradicting?~ Michael Afton imagine Onde histórias criam vida. Descubra agora