Prólogo

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Asher

Ver meus amigos se tornando pais é um tanto estranho. Sendo o primeiro a ter me casado, sinto que deveria ser o primeiro a ser pai, mas as coisas fugiram do controle e levamos mais tempo para resolver a bagunça em que nos metemos do que pensei. Enquanto isso, minha raposinha construía uma vida no Japão, voltando para sua concha solitária e poucos amigos. Isso me manteve são por esse tempo. Saber que nenhum idiota colocou as mãos nela me fez dormir melhor. Depois de toda a situação de perigo que as esposas dos meus amigos passaram, tive mais certeza ainda de que a decisão que tomei foi a melhor para todos. Sei que estão curiosos para saber quando minha esposa chegará, mas a verdade é que estou com medo de trazê-la e o drama de Cash começar. É como se existisse uma maldição cercando a todos nós, e ele é o único solteiro.

Escutei quando eles começaram a se levantar, as batidas de portas e conversas baixas. Os casais felizes passavam pela minha porta rumo à sala de jantar, onde tomariam café da manhã reunidos. Meu estômago ronca com a ideia de comida, mas meu corpo protesta com a possibilidade de levantar. Estou exausto depois de mais uma noite matando idiotas e fazendo o legado que construímos permanecer em pé.

Meu telefone apita na mesa ao lado da cama, e decido que vou ignorar o maldito aparelho. Até que ele continua emitindo o mesmo som várias e várias vezes, como se alguém estivesse desesperado para falar comigo. E quando finalmente para de apitar, é apenas para começar a tocar.

Irritado, estendo a mão e pego o aparelho, atendendo sem olhar o identificador de chamadas.

— É bom que alguém esteja morrendo. — Rosno para a pessoa do outro lado da linha.

Desculpe incomodá-lo, mas me pediram que entrasse em contato sobre qualquer coisa relacionada a Calliope.

Não preciso que ele me ligue para dizer o que acontece com a minha mulher. Sei tudo o que ela faz a maior parte do tempo, mesmo quando ela vai publicar um de seus livros de romance.

O editor dela sempre me envia os manuscritos para eu saber o tipo de história que minha linda raposinha tem escrito. Além disso, as câmeras e microfones em sua casa me dão a dose dela que necessito para me manter são e não sair por aí matando qualquer um com o meu humor dos infernos.

— O que aconteceu?

Ela acabou de sair do escritório de uma advogada de divórcio. Pelo que consegui ouvir, ela irá entrar com o pedido de separação.

— Estou indo para lá.

Desligo o telefone e controlo meu temperamento. Se eu quebrar essa merda, irei perder tempo para comprar outro aparelho, e isso vai me manter mais uma vez longe de Calliope, e já estou farto disso tudo. Mesmo que exista uma maldição, eu dou conta de proteger minha raposinha, mesmo que para isso eu tenha que prendê-la na minha cama.

Me arrumo e saio do quarto, passando pela sala de jantar. Ignoro meus amigos, dando apenas uma resposta vaga de onde estou indo. Todos estavam curiosos para conhecer minha raposinha de qualquer forma.

Agora finalmente irão ver a mulher que é dona do meu coração.

E aquele cão demoníaco!

A pista de voo está pronta quando chego, e felizmente é uma questão de minutos antes de levantarmos voo, rumo ao Japão. O tempo estimado de viagem é curto, o que é um alívio, e me dá tempo para bolar outro plano. Um que vai resultar em Calliope nos meus braços e o mais longe possível de um juiz.

Minha linda raposinha não tem ideia do que a espera.

Eu sei que é um começo curtinho, mas eu estava ansiosa para liberar a história do Asher. 

Espero que tenham gostado, em breve teremos os primeiros capítulos oficiais. 

Beijos 

Carol...

Puzzle irresistível - Obstinados 4Onde histórias criam vida. Descubra agora