Capítulo 12

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Calliope

No momento em que o carro estaciona no meio-fio, a porta é aberta e uma mão estendida me ajuda a descer. Os homens do lado de fora fazem uma reverência ao me ver, mantendo-se curvados até que eu entre no restaurante e a porta se feche atrás de mim.

— Calli, que bom que está aqui.

Largo a bolsa em cima de uma mesa e me viro para abraçar meu velho amigo, a pessoa que me ajudou a lidar com o que meus pais faziam, me mostrando uma perspectiva diferente da vida e do mundo.

— Demorei um pouco para organizar as coisas, conseguir um prédio no meio da cidade sem levantar suspeitas é algo complicado. — Respondo, dando um abraço em outro dos meus amigos.

Os cinco homens sentados na minha frente se tornaram uma espécie de família para mim, homens que são capazes de tudo para mudar o mundo, e isso significa seguir as ordens de uma jovem mulher, que sem saber se tornou uma lenda no mundo do crime.

— Helena me ligou, disse que não sabe como você está conseguindo manter a fachada perto de todos.

Sento na cadeira e pego o copo de uísque que é estendido, tomando de uma vez só. Bato o vidro contra a madeira, apreciando a sensação de queimação na minha garganta. Uma forma de me punir por estar agindo pelas costas do Asher, mesmo que seja pelo bem dele e de seus amigos.

— Lior e os outros estavam suspeitando de mim, me acusaram diretamente de fazer algo que eles ainda não sabem. — Admito. — Levei um tempo para convencê-los de que sou inocente e não sei de nada.

— Por enquanto é algo bom. — Diz o mais velho.

— Pretende contar a ele?

— Que eu sou Nihilo? Ou que estou tentando alertá-los contra alguém? — Pergunto, mas nenhum deles responde. — Asher é protetor, ele não vai me deixar cuidar disso se souber. Além disso, minha identidade como Nihilo precisa ser mantida em segredo.

— Um dia ele vai ter que saber.

Concordo.

— Se ele souber como se tornou isso e a quantidade de inimigos que conquistou e que estão loucos para te matar e tomar o seu lugar, provavelmente vai surtar. — Acrescentam rindo.

— Vamos com calma, lidar com Maximilian é o meu foco no momento. — Aviso. — Além disso, minha prioridade é manter Asher seguro.

— Ele é uma espécie de mafioso, e lamento te informar, tem a fama de bom moço, mas eu sei que é um psicopata.

Reviro os olhos, sem me importar com seu comentário.

— Asher não está em discussão. — Falo. — Helena envia as pistas, Asher investiga Maximilian sem o velho saber. Ao menos vão estar atentos.

— Enquanto isso, nós fazemos o trabalho sujo.

Confirmo com um aceno de cabeça.

— Já consegui me aproximar do velho, ele me ofereceu um contrato para remodelar os prédios.

— Sua empresa já tem os melhores na área, foi um trabalho chato, mas consegui.

— Ótimo, quero você como advogado contratado junto com a Elara. — Aviso a Shaun, o homem é o Deus do mundo jurídico, não é à toa que sua empresa trabalha com os maiores figurões.

— Essa não é uma boa ideia para nós, sabe como tudo ficou complicado entre nós. — Shaun responde rapidamente.

Shaun e Elara tiveram um breve relacionamento, o que tornou a vida de todos um verdadeiro inferno. Ambos estavam tão loucos por estar no controle na relação que acabaram criando empecilhos para todos. Quando ambos finalmente decidiram que eram melhores sendo amigos do que amantes, foi um dia feliz para todos. Mas o fato de terem superado seu relacionamento e se tornado amigos não os impede de brigar como cão e gato sempre que trabalham juntos. E é por isso que resolvi essa parte com a minha amiga.

Puzzle irresistível - Obstinados 4Onde histórias criam vida. Descubra agora