Asher
Enquanto Calliope se divertia com seus amigos, tive tempo para andar em seu apartamento e me familiarizar com algumas coisas que sempre me chamaram atenção enquanto a observava. Não me leve a mal, eu poderia ter ido atrás dela e agido como um homem das cavernas, arrastando minha raposinha para fora daquele restaurante, mas decidi que ela poderia ter seu tempo com sua amiga.Claro que essa decisão se mostrou um grande erro quando o primo de sua amiga entrou e decidiu brincar comigo. Eu disse que sabia tudo sobre Calliope, e isso significa que conheço sua melhor amiga e toda a família dela, mesmo o primo gay, que insistia em tocar na minha mulher.
Sorte do idiota que eu sou obcecado a ponto de cuidar de todos os detalhes da vida da minha esposa, ou ele estaria em uma vala, com uma bala na cabeça. Elara, por outro lado, se continuar ajudando Calliope com esse negócio de divórcio, irá conhecer nosso criador antes do tempo.
Observo Calliope dormindo na poltrona ao meu lado, e não consigo evitar. Me inclino e afasto a mecha de cabelo que caiu em seu rosto enquanto ela dormia. Tenho que aproveitar os momentos em que minha raposinha está quieta e me permite tocá-la, porque sei que no momento em que ela acordar, a história vai ser outra e ela provavelmente tentará arrancar as minhas bolas.
Drogá-la foi uma medida de urgência, que marido desesperado não tomaria esta decisão? Além disso, não é nossa primeira vez, eu já a droguei antes e ela levou numa boa, apenas me deixou e foi para o Japão. Pena para ela, desta vez, estamos indo para o prédio onde eu e os caras vivemos, e ela jamais vai conseguir fugir de lá.
— Tem certeza que quer seguir por este caminho? — Cash pergunta do outro lado da tela.
Aceno com a cabeça, sem me importar em formular uma frase coerente.
Não tenho motivos para explicar as minhas ações, e lamento dizer, mas meus amigos não têm ideia de como eu sou realmente. Todos gostam da ilusão que mostrei a eles, o cara descontraído que está disposto a ajudar. A única pessoa que me conhece bem está dormindo ao meu lado.
— Não costumo brincar quando se trata das minhas coisas.
Cash esfrega as mãos no rosto, um sinal claro de frustração com minha resposta.
— Estamos falando de uma pessoa, não uma coisa.
Dou de ombros.
— Independente, ela me pertence.
Calliope não é uma coisa para mim, ela é tudo.
Mais uma vez, explicar a dinâmica de como minha mente funciona para eles é algo que jamais faria. Eles não seriam capazes de entender o que me motiva e as coisas que sou capaz de fazer. Para manter Calliope ao meu lado e segura, eu faria de tudo, às vezes até considerei me livrar desses idiotas.
— Seja como for, não posso discutir com você a cada passo do caminho, é como se estivesse brigando com uma parede.
— Ótimo, prefiro desta forma, é cansativo ter que ouvir o mesmo sermão diversas vezes, ainda mais vindo de você.
— Babaca. — Xinga, e sei que atingi um nervo.
Veja bem, Cash tem toda essa fachada distante e isolada em algumas situações, mas ele é muito bom em encantar as pessoas. E isso é algo que ele sempre usa a seu favor, manipulando as pessoas para que elas deem exatamente o que quer. Já vi isso na prática várias vezes e sei reconhecer as mesmas características que tenho nos outros. Porém, ao contrário de mim, Cash não é tão bom em esconder seus segredos, ao menos de mim, e como um bom amigo, garanti que ninguém descobrisse.
— Apenas lembrando que enquanto você prefere fingir que nada acontece, eu entro em ação e tomo o que me pertence. — Respondo. — Sem esse jogo de gato e rato que você gosta.
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Puzzle irresistível - Obstinados 4
RomanceObstinados Livro 4 Histórias de amor normalmente desdobram-se em enredos engraçados ou de beleza cativante, permitindo que os leitores acompanhem a evolução dos personagens. No entanto, minha história foge a esse padrão. Asher adentrou minha vida c...