Capítulo 2

716 161 29
                                    

Como previsto, Elara não deixou de abrir sua boca grande para Kai, que tinha muitas coisas a dizer sobre o meu plano e o quanto eu era ingênua em acreditar que um homem, que eu aparentemente considerava um grande "gostoso", se manteria fiel a mim. E mais uma vez eu tive que explicar como também mantive um olho em Asher ao longo dos anos.

- Como é possível que você ainda sinta algo por alguém que te deixou há anos? - Kai me encara como se eu fosse uma grande idiota, e eu não deixo de lado a possibilidade de que eu realmente seja essa idiota.

Dou de ombros.

- Asher é algo que você só entende depois que prova dele.

- Está se oferecendo para me deixar ter uma prova? - Balança as sobrancelhas, me fazendo rir.

- Eu não seria louca.

Kai não é só um cara muito legal, bonito e que todas as mulheres se atiram, ele também é totalmente gay, e é por esse motivo que vai ser divertido ver a reação de Asher quando nos ver próximos.

- Isso não deixa de lado o fato de ela planejar te usar no plano de reconquista. - Elara aponta, me conhecendo muito bem.

- Quem disse que eu irei usar ele?

Elara me encara como se eu fosse uma idiota por acreditar que ela não perceberia meu plano.

- Não sou idiota.

Kai ri.

- Se ele for tão gostoso a ponto de fazer essa aí ficar atrás dele, eu não me importo de ser usado.

- Vai se importar quando levar um soco na cara.

- Já levei por muito menos. - Kai faz uma careta. - Se esqueceu do meu ex, que aparentemente era casado, mas nunca compartilhou, e o marido dele decidiu que a culpa era minha e não do idiota traidor?

- Espera, não foi com esses que você fez um ménage? - Pergunto, lembrando da história.

- Eu tive que ser muito convincente, foi um ato de pena. - Se defende, me fazendo rir.

- E depois ainda saiu algumas vezes com o traído. - Elara acrescenta.

- Ele também merecia um pouco de amor.

Rindo das maluquices de Kai, continuamos a jantar, e desta vez, por sorte, o foco da conversa não era o meu relacionamento, e sim as maluquices cometidas por meus amigos. Depois que terminamos, e pagamos a conta, decidimos que é uma boa ideia prolongar nossa reunião e como meu apartamento é o mais perto, vamos para lá. Kai e Elara passam na loja de bebidas, alegando que precisamos de mais animação para essa noite.

- Enquanto vocês descarregam, vou subir e prender o Ceifador. - Digo.

- Aquele cão deveria se chamar demônio, não Ceifador. - Kai reclama, lembrando da última vez que esteve aqui, e o meu bebê saiu correndo atrás dele.

- Não fale assim do meu bebê. - Falo.

- Seu bebê quase arrancou um pedaço da minha perna, enquanto espumava pela boca para me morder, e você disse que ele estava apenas "sorrindo" para mim.

- Ele sorri! Pensei que tivesse gostado de você. - Me defendo.

- Gostado de mim, é o caralho.

Elara ri, e acena para que eu me apresse.

Enquanto subo, não deixo de pensar em como as coisas estão funcionando para mim. O jantar com os meus amigos foi maravilhoso, em breve eu teria a resposta para todas as minhas perguntas em relação ao passado e Asher. Abro a porta do meu apartamento e estranho que o meu bebê não veio me receber. Como meus amigos apontaram, ele não é muito sociável com estranhos, e sempre ataca qualquer pessoa que chegue muito perto de mim. Aposto que Asher fez alguma coisa com esse cachorro para ele ficar desse jeito.

Puzzle irresistível - Obstinados 4Onde histórias criam vida. Descubra agora