CAP 04

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CAP 04
Elisa.
. Quando cheguei à clínica meu coração estava batendo forte, na semana passada eu já tinha escolhido quem seria o pai biológico da minha criança, ele era lindo na verdade maravilhoso e qualquer mulher em sã consciência se apaixonaria por ele. Fiquei me perguntando: Por quê dele querer uma inseminação sendo que pode ter filho com qualquer mulher já que é tão lindo? Aquilo ficou martelando na minha cabeça como tudo fica até o doutor chamar pelo meu nome e dar a melhor notícia de todos os tempos:
- Você já está grávida, Elisa.
. Senti uma emoção muito grande ao ouvir aquelas cinco palavrinhas mágicas, eu estava grávida e agora com toda certeza do mundo Cláudio iria me valorizar, afinal eu vou dar o que ele sempre quis só utilizei uma ferramenta diferente se é que você me entende. Depois disso sai voando da clínica, liguei na escola dizendo que não poderia voltar já que tinha uns assuntos pendentes para resolver. O meu assunto pendente era o Cláudio.
. Quando cheguei completamente animada e abri a porta toda minha felicidade se esvaiu, senti nojo da cena que vi. O meu marido, o cara que me agride,que me trata mal há dez anos estava transando com outra em cima do meu sofá. Eu não o amava, mas não pude evitar de chorar...como fui tola.
- Cláudio. - eu digo tomando fôlego, ele para e me olhar com um sorrisinho e diz:
- Entra ai imprestável, quer participar?
A moça que ele estava correndo gargalhou mas quando eu olhei ela parou de rir na hora.
- Sai da minha casa agora. - eu digo para os dois, estava nervosa, Cláudio levantou-se.
- Olha só. - ele bate palmas. - Agora só por que essa gostosa está aqui você começa a soltar as asinhas? - ele segura meu pescoço com força, engulo em seco.
- Você não manda aqui, você não manda em nada! Você é uma inprestável maldita com quem me casei há dez anos que até hoje não foi capaz de me dar um filho por ser problemática. Você é uma cruz na minha vida, eu te odeio com todas as minhas forças! - ele diz e então com lágrimas nos olhos mas sentindo muito ódio faço cuspe na minha boca e cuspo tudo na cara dele que me solta para limpar. Nisso eu saio correndo, entro pro meu quarto e bato a porta trancando-a. Coloco a mão na minha barriga que ainda estava tão pequena e digo:
- Você não merece o pai postiço que tem, eu vou cuidar de você pequeno ou pequena. - acaricio meu ventre e pego minha mala, começo a colocar minhas roupas apressadamente dentro da mala, a fecho e escuto Cláudio gritando por querer que eu abra a porta, eu me calo fingindo que não ouvi e então ele com um chute só derruba a porta e vem pra cima de mim, ele depositou seis bofetadas em meu rosto e quando ia me dar um soco no ventre eu consegui dizer;
- Não... Eu estou grávida. - aos prantos dizia, ele saiu de cima de mim e me encarou de olhos arregalados, consigo com muita dificuldade levantar da cama mas fico apoiada na cabeceira.
- Você está o que? - ele diz, estava soado.
- Eu estou grávida Cláudio, eu fiz a inseminação artificial... Estou grávida. - digo chorando ele bufa.
- Pois vá para o raio que o parta com esse filho que não foi feito pelo meu pau! - ele grita e sai do quarto.
. Pego minhas malas e resolvo então sair de lá, estava sem rumo... Abri o cofre que tínhamos acesso e peguei a quantia que tinha lá, eu me mudaria, pegaria a transferência que o Sergio disse e com esse dinheiro eu conseguiria alugar um apartamento e fazer compras de comida. Quando passo pela sala, vejo que Cláudio está chorando.
- Eu vou indo embora Cláudio, pra sempre. Estou indo para o raio que o parta com minha criança, espero que nunca mais na minha vida eu te encontre. Pode ficar com tudo, com a casa, com os quadros, com a comida, com os móveis para que você possa comer suas vagabundas em cima deles, só não me procure mais e se você aproximar-se de mim eu juro que te entrego para a polícia. Nesses dez anos que sofri faço você sofrer a vida inteira na cadeia, adeus. - digo e saio puxando as malas, pego a chave do meu carro e não consigo dormir nada lá dentro dele, logo amanhece e vou pra escola. Saio à procura do Sergio e o encontro tomando café na cantina.
- Podemos conversar, Sérgio? - pergunto.
- Sim. - ele diz deixando a xícara de lado.
- Eu aceito a transferência, não aguento mais ficar aqui. - respondo.

O DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora