CAP 27

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CAP 27
Elisa.
. Até há uma boa parte da viagem eu fui quieta, olhando pra fora e vez ou outra olhava pra ver o que ele estava fazendo e ele sempre estava naquele maldito celular, deve estar falando com a baranga. Até que então, me deu vontade de ir no banheiro.
- Thiago, sai, preciso ir no banheiro. - falo levantando, ele não se move. - Vou passar por cima de você. - digo me estressando.
- Aproveita e rebola pra mim. - quando ele terminou de dizer na maior cara de pau, miro uma bofetada na cara dele.
- Toma jeito, idiota. - e saio.
. Depois de alguns minutos volto pro meu lugar, ajeitando a calça, aquela barriga já estava querendo me atrapalhar, estava entrando na minha vaga do ônibus para poder sentar novamente ao lado de Thiago, quando o ônibus dá uma virada com tudo fazendo com que eu caia sentada em seu colo, minha cara queima de vergonha e ele toca a minha cintura.
- Vamos parando. - digo e me sento rapidamente ao seu lado.
. Foram alguns minutos em silêncio, eu estava com frio mas estava com vergonha de pedir para que ele compartilhasse a sua coberta comigo, e então um vento entrou pela janela de um aluno que estava sentado à frente, meus pelos arrepiaram-se e Thiago percebeu, mas se calou.
- Divide sua coberta? - peço.
- Não. - ele diz.
- Vai negar coberta pra mãe do seu filho? - pergunto baixinho, ele me encara.
- Vou.
- Tudo bem, se o seu filho nascer com cara de coberta não venha reclamar, vou culpar você e ainda irei contar pra ele. - digo e olho para fora, sinto que ele estava rindo e a minha maior vontade foi de virar e rir também por que aquilo foi idiota, mas seguro o riso até o último. Thiago então, coloca uma parte da sua coberta em cima de mim, me viro pra ele.
- Agora sim, estou satisfeita. - digo.
- Que bom. - ele volta a mexer no celular.
- Vamos conversar?
- Não quero conversar. - ele diz.
- Olha a sua namorada. - aponto para uma vaca que estava no pasto onde passávamos, vejo que ele dá um sorriso fraco.
- O que você quer em Elisa?
- Eu quero conversar, está muito silêncio. - digo.
- Não temos nada pra conversar. - ele diz.
- Você ainda está nervoso comigo por que eu vim?
- Estou. - respondeu.
- Saiba você que, eu iria vir você querendo ou não. Eu não sou obrigada a ficar dentro de casa enquanto você se diverte. - respondo.
- Ok, já veio mesmo. - ele diz e eu me aconchego na poltrona, ficando com a perna entreaberta por que estava doendo um pouco o pé da minha barriga.
- Thiago... - o chamo.
- Hum? - ele diz.
- Por que você é assim?
- Por que sim.
- Não me dá respostas curtas. - digo.
- Não tenho outras respostas. - ele faz pouco caso.
- Thiago, escuta...você está sendo um infantil, um sem escrúpulos. Não sabe nem brigar com uma mulher, seu frango! - eu digo segurando o riso.
. E então, ele olha bem no fundo dos meus olhos.
- Eu não sou um frango!
- É sim. - respondo.
- Você é impetuosa.
- Seu frango!
. Nisso, ele segura a minha nuca e me beija, mas é tão gostoso aquele beijo que eu não queria parar nunca, suas mãos resolvem então tocar meus cabelos, e então escutamos o motorista dizer:
- Chegamos ao posto para comer alguma coisa.
. Os alunos fazem barulho e eu e Thiago nos afastamos rapidamente, ele olha para o meu rosto corado, levanta e sai por entre os alunos.
- Puta merda. - digo baixinho ajeitando meu cabelo e dobrando a coberta.
. A Carina me espera para sairmos e quando descemos eu digo:
- Você me paga, sua louca.
- Eu só quis um climinha. - ela ri.
- Nos beijamos. - digo baixinho.
- E foi bom? - ela pergunta animada.
- Todos os beijos dele, são bons. - dou um sorrisinho e adentramos o estabelecimento.

O DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora