CAP 06.

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CAP 06.
Thiago.
. Quando Helenice a recepcionista me atrapalhou na bronca que estava dando nos gêmeos Cárter por estarem mexendo com uma garota de suas respectivas sala, eu bufei.
- Eu espero que seja muito importante senhorita Helenice. - digo levantando. - Não saiam dai. - digo para os pirralhos e saio reclamando alto pelo corredor.
. Quando cheguei até o motivo pelo qual Helenice me chamava, fiquei estático sem conseguir me mover por ver a moça que escolhi para ser mãe do meu filho ali e ela parecia tão surpresa quanto eu.
- Olá. - ela diz saindo do seu transe e me tirando do meu.
- Olá. - eu respondo.
- Eu sou a nova professora de filosofia... Fui transferida da escola do Sergio, não sei se ele lhe comunicou.
- Sim, claro... - digo estupefato. - Acompanhe-me até a minha sala. - falo indo à frente.
Elisa
. Eu o acompanhei mas confesso que não sei como consegui andar, eu estava surpresa, em choque por saber que ele seria o pai. Quando chegamos pude ver que sentados em frente à mesa tinha duas crianças muito bonitas e gêmeas, elas me olharam e um deles disse:
- Nossa, você é linda.
- Obrigada. - falo envergonhada, o diretor ainda me encarava.
- Ela é seu namorado senhor Thiago? - perguntou e eu arregalei os olhos.
- Não Igor. - ele diz
- Eu sou o Isaque diretor. - ele responde e foi impossível não sorrir.
- Tanto faz... Voltem para as suas salas e não mexam com a colega, preciso conversar com a moça e depois da nossa conversa eu os chamarei para tomarmos enfim uma decisão sobre o caso de vocês.
. Noto que ele foi sério e severo com as crianças, elas deviam ter feito algo muito sério para que ele fosse desse jeito. Os garotinhos depois de me darem um sorriso nervoso saíram em disparada da sala dele.
- Sente-se Elisa. - ele diz.
- Pelo visto já sabe o meu nome. - digo nervosamente.
- Foi o que me disseram na clínica.
- A sim... - digo.
- Então você é professora de filosofia. - falou.
- Sim, dei aula para o ensino médio na escola onde o Sergio é diretor, confesso que vir pra cá foi um alívio. - digo pensando em Cláudio.
- Por que?
- Isso não vem ao caso agora diretor. - respondo sem querer parecer grossa.
- Elisa quero te pedir uma coisa se possível. - ele diz.
- Pode dizer...
- Eu tenho uma namorada e ela é professora de matemática aqui se chama Emika... Ela não sabe que eu vou ter um filho, estou tendo ele para realizar o sonho da minha tia. Então peço para que por enquanto você não diga nada sobre a criança ser minha, tudo bem?
- Tudo bem, será até melhor pois ninguém precisa saber que eu tive um caso de mentira com o diretor. - respondo.
- Praticamente. - ele diz com um sorriso. - Venha, vou te mostrar a escola pois amanhã mesmo você já começa. - disse levantando e quando íamos saindo uma moça baixa mas com um corpo muito bonito apareceu.
- Oi amor. - ela deposita um selinho nos lábios de Thiago, ela era a famosa Emika.
- Oi Emika.
- Quem é ela? - apontou pra mim.
- Eu sou a nova professora de filosofia, me chamo Elisa e é um prazer conhecê-la. - digo estendendo a mão que ela não pega, recuo envergonhada.
- Preciso falar com você Thiago.
- Depois por que agora eu vou indo mostrar a escola para a professora Elisa. - nisso ele saiu, Emika me fuzilou com o olhar e eu o segui.
- Me desculpe por ela. - ele fala assim que eu consigo alcançá-lo.
- Tudo bem. - digo.
. Passamos uma manhã agradável e eu já estava faminta pois não tinha sequer me alimentado, senti uma tontura muito forte e quando ia desmaiar e cair no chão os braços fortes de Thiago me seguraram.
- Caramba, você está pálida... Venha, vou levá-la para a enfermaria. - disse indo comigo.
Thiago.
. A Emika me mata de vergonha, onde já se viu tratar a Elisa dessa maneira? Ela me pagaria bem caro por sua rebeldia de criança mimada. Enquanto eu estava mostrando à escola para Elisa vi que ela foi ficando branca até demais e quando foi cair no chão em questão de segundos a segurei, estava preocupado com a mãe do meu filho. Resolvi então ir com ela até a enfermaria.
. O enfermeiro mediu sua pressão e pelo que entendi ela havia caído, senti vontade de perguntar sobre meu filho mas ela teve coragem primeiro.
- Como está meu filho doutor?
- Ele está bem, foi só a queda de pressão mas não o atingiu. - respondeu.
- Que bom. - solto do nada.
- Você tem passado nervoso Elisa? - ele pergunta.
- Nesses últimos dois dias eu estive... - ela parece lembrar-se de algo.
- Pois agora eu sugiro que a senhorita tente não se estressar ou poderá perder o bebê. - ele diz.
- Sinto que agora eu não irei passar pois do meu maior problema já me livrei. - ela diz com um sorriso fraco, fico curioso.
- Que bom, devida a falta de comida no seu organismo a sua pressão caiu então sugiro que agora mesmo você passe na cantina e coma algo se não quiser ficar em uma enfermaria novamente. - ele diz todo brincalhão.
- Pode deixar. - sorriu.
. Elisa foi liberada e eu a levei até a cantina para comer algo, ela estava faminta e depois de comer disse:
- Eu preciso ir embora, tenho que passar em uma loja de móveis para comprar pelo menos um fogão e uma cama para que eu possa dormir e comer. - ela diz.
- Tudo bem, o seu horário de entrada é as sete horas mas você pode chegar no máximo até sete e quinze. Você sai meio dia para o almoço e volta às duas horas e sai cinco e meia tudo bem?
- No caso irei dar aula o dia todo, certo? - perguntou.
- Sim. - respondo com um sorriso fraco.
- Tudo bem. - ela diz levantando-se e quando vai pagar o lanche eu a impeço.
- Esse lanche é por conta da casa professora Elisa. - digo.
- Obrigada diretor Thiago. - respondeu com um sorriso muito lindo.
. Nos despedimos com um aceno, ela seguiu o caminho dela e eu fui para o meu. Não sei por que mas estou sentindo que esse ano letivo será quente ao lado dessa professora que me trouxe de brinde um bebê.

O DiretorOnde histórias criam vida. Descubra agora