CAPÍTULO IX - TÁBATA

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- O que você disse?

Durval franziu a testa, irritado. Além de esbarrar nele, a sujeita ainda tinha a audácia de ser rude.

A mulher resmungou:

- De que departamento você é? Qual é o seu nome?

- E você, de que departamento é? Qual é o seu nome? - Durval retrucou, friamente.

A mulher respondeu com arrogância:

- Sou Tábata, a vice-presidente do Consórcio do Cabo. Você trabalha para o Consórcio do Cabo?

- Mais ou menos. - Disse Durval, desinteressado.

Tábata resmungou novamente:

- Você está demitido. Vá embora agora mesmo.

Durval não pôde deixar de rir da audácia e falou calmamente:

- Vocês demitem as pessoas assim, de forma tão arbitrária?

- E o que você vai fazer? Se eu disser que você está demitido, você estará. - Tábata disse, com desdém.

Durval replicou lentamente:

- Você tem uma autoridade impressionante.

- Eu fui designado pela matriz internacional para ser a vice-presidente e a inspetora executiva na Província Q. Mesmo a Srta. Solange está sob a minha supervisão, quanto mais um insignificante como você. - Tábata olhou para Durval como se ele fosse inferior.

Nesse momento, Solange entrou na sala e perguntou:

- O que está acontecendo aqui?

- Srta. Solange, este sujeito me esbarrou e nem se desculpou. Decidi demitir este empregado sem classe. - Tábata falou, com confiança.

Solange se aproximou rapidamente e deu um tapa forte no rosto de Tábata.

O som do tapa reverberou, deixando Tábata atordoada.

- O que você está fazendo, Srta. Solange? - Tábata exclamou, furiosa.

Solange respondeu, friamente:

- Você está demitida. Saia agora.

- O quê? - Tábata olhou para Solange, incrédula.

- É isso mesmo. - Solange pegou o telefone e ligou para a matriz internacional. Depois de um breve momento, ela passou o telefone para Tábata. - Atenda.

Tábata começou a tremer enquanto falava ao telefone. Depois de alguns instantes, estava tão nervosa que mal conseguia falar.

Solange pegou o telefone de volta e falou friamente:

- Agora você pode ir embora?

- Espere, Srta. Solange, me deixe explicar. - Tábata estava assustada, as palavras da matriz foram extremamente duras. Eles não apenas a demitiram, mas também exigiram que ela voltasse para enfrentar a disciplina.

Ela sabia o quão brutais poderiam ser os responsáveis pela segurança e disciplina. Se não tivesse cuidado, poderia até perder a vida.

Mas Solange simplesmente disse:

- Se você tem algo a dizer, fale com a matriz. Agora saia imediatamente.

Ouvindo isso, Tábata soube que não havia mais esperança. Pensando nas consequências que a aguardavam, desmaiou de medo.

Durval franziu a testa e disse:

- Que tipo de pessoal eles estão contratando? Como pode uma sujeita dessas ter sido admitida?

- Peço desculpas, chefe. - Solange se curvou em um gesto de desculpas.

Durval soltou um suspiro e disse:

- Não é sua culpa. - Terminando sua fala, ele se retirou imediatamente.

Solange observou a silhueta de Durval se afastando e respirou profundamente, enxugando o suor da testa.

Ao sair, Durval almoçou rapidamente e pegou um táxi para casa.

Chegando em casa já era meio-dia. Na sala, Lorena e Murilo estavam abraçados, brincando um com o outro.

Olhando em volta, Durval notou que seus sogros haviam desaparecido, provavelmente se escondendo de propósito.

Sem dar atenção a eles, Durval se dirigiu diretamente para seu quarto.

- Pare aí. - Lorena ordenou em um tom alto.

Durval parou e olhou para ela.

Levantando-se, Lorena caminhou até Durval e disse com escárnio:

- Você realmente não é homem, hein? Sua esposa está nos braços de outro e você não faz nada?

- Vou provar que sou um homem. - Respondeu Durval calmamente. - Mas estou começando a duvidar se você é uma pessoa decente.

TERRÍVEL SOMBRAOnde histórias criam vida. Descubra agora