CAPÍTULO XII - OS SILVA'S

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Durval sorriu e balançou a cabeça:

- Faremos como vocês quiserem.

A família Silva estava radiante, e Murilo ainda mais. Não só ele havia conseguido os 50 bilhões de reais do "Consórcio do Cabo", como também estava prestes a trazer a família Silva para sua esfera de influência.

Foi quando Aurora entrou, empurrando a porta. Ao ver todos ali, imediatamente perguntou:

- O que está acontecendo aqui?

- Durval já concordou em se divorciar de mim. - Lorena disse, sorrindo.

O rosto de Aurora se contorceu de surpresa:

- Você não tinha prometido a mim?

- Oh, minha jovem, essas coisas não podem ser forçados. Deixe acontecer naturalmente. - Durval respondeu com um sorriso.

Incrédula, Aurora olhou para seus pais:

- Vocês decidiram isso assim?

- Decidimos, sim. Manter esse preguiçoso em casa só atrasaria o futuro de sua irmã e da família Silva. É melhor que ele saia logo. - Disse Dario.

- Mãe?

Aurora olhou para sua mãe. Otília falou com um ar maternal:

- Ao nos unirmos com Murilo, só então teremos um futuro mais brilhante. Tudo isso é pelo bem da sua irmã e da família Silva, você tem que entender, minha filha.

- Como vocês podem fazer isso? - Aurora finalmente explodiu, soltando um rugido.

Com a mão trêmula, ela apontou para os pais e para a irmã, quase incapaz de falar:

- Sem meu cunhado, onde estaria a família Silva hoje? Vocês realmente não têm consciência, expulsando-o assim?

- O que você está dizendo?

Irado, Dario deu um tapa na filha. O som do estalo ecoou e Aurora, com o rosto coberto, ficou paralisada. Depois de um longo momento, ela recuperou o fôlego.

Neste momento, ela não tinha mais lágrimas; tudo que restava era um desespero insuportável.

Ela olhou para seus pais e balançou a cabeça:

- Não posso mais ficar nesta família. Façam o que quiserem. - E sem olhar para trás, Aurora saiu.

Dario sentiu algum arrependimento, mas Otília disse:

- Não se preocupe com ela; em alguns dias ela mudará de ideia e voltará.

Com a testa franzida, Durval falou lentamente:

- Vou embora agora, lembrem-se de ir ao departamento de divórcios amanhã de manhã. - E com passos firmes, ele também partiu.

Otília soltou um resmungo e advertiu:

- Se você não for amanhã, eu quebro suas pernas.

- Sr. Murilo. - Dario disse com um sorriso. - Sua tia e eu vamos nos retirar para descansar. Você e Lorena fiquem à vontade para conversarem. - Terminando de falar, Dario pegou Otília pelo braço e os dois rapidamente voltaram para seu quarto.

Nesse momento, Murilo, todo sorridente, levou Lorena ao quarto dela e imediatamente começou a tirar sua roupa, pressionado pela ansiedade.

Lorena rapidamente interveio, dizendo:

- Não agora. Espere até o dia do nosso casamento, tudo bem?

Ouvindo isso, Murilo não insistiu mais e apenas respondeu:

- Tudo o que importa é que você esteja feliz. Se eu tiver que sofrer um pouco, não tem problema.

- Ah, não seja assim. - Lorena falou, fazendo beicinho. - Eu serei sua mais cedo ou mais tarde. Por que a pressa? Quando vamos nos casar?

- Nos próximos dias, logo que você se divorciar daquele inútil. - Murilo respondeu sem hesitação.

Ao ouvir isso, Lorena se aconchegou no peito de Murilo e murmurou:

- Eu te amo, Murilo.

- Eu também te amo, Lorena.

O rosto de Lorena estava irradiando um sorriso de pura felicidade, enquanto os olhos de Murilo brilhavam com uma luz sábia.

Depois de se afastar da família Silva, Durval caminhou pelas ruas e enviou uma mensagem para Aurora, dizendo para ela encontrar um lugar para se acalmar por alguns dias e não fazer nada imprudente.

Aurora talvez não fosse muito habilidosa, mas ela ainda era jovem e podia ser moldada.

Era precisamente o senso de retidão e aquela inocência infantil que Durval mais admirava nela. Era o tipo de pessoa que ele, sem dúvida, colocaria em uma posição de destaque no futuro.

Assim, Durval caminhava lentamente pelas ruas, imerso em seus pensamentos sobre questões futuras.

Sem perceber, já havia caminhado por mais de uma hora.

Foi nesse momento que um grito cortou o ar à beira da estrada.

Durval virou-se e viu uma criança de quatro ou cinco anos, por alguma razão sozinha no meio da rua, enquanto um carro se aproximava a toda velocidade. Um acidente parecia inevitável.

Mesmo com o motorista pisando fundo no freio, a distância era pequena demais e a vida da criança estava em perigo.

No instante em que percebeu a situação, Durval já havia, instintivamente, tomado uma decisão.

TERRÍVEL SOMBRAOnde histórias criam vida. Descubra agora