Capítulo 13 - Dança e bebida barata

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Capítulo 13Jasmine Fitzgerald----------◇◇----------

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Capítulo 13
Jasmine Fitzgerald
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Já estou na casa de vovó há quase duas semanas e esse tempo aqui sem fazer nada me fez sentir saudades do começo da minha adolescência quando eu não era obrigada a fazer várias coisas que hoje odeio. Aqui eu posso ser eu mesma fingir que não estou em um relacionamento fracassado, finjo que meu pai e minha mãe são um casal perfeito e que eu sou livre para fazer o que quiser. Percebi também que não sinto falta nenhuma de sair com o Ulisses ou com o Magno, a falta que sinto do Magno é das nossas conversas e zoações pois ele realmente se tornou um bom amigo para mim, há uns três dias ele me ligou e nós ficamos conversando por quase duas horas eu expliquei a ele que estava com minha avó por um tempo e que resolvi me afastar pois eu não queria ficar entre ele e o Tyler, e que odiaria ser odiada pela família dele por ser pivô de briga entre eles. Ele também me explicou que essas discussões com Tyler sempre existiram por eles serem muito parecidos acabam tendo esses conflitos e que é mais comum do que eu penso mas que no final fica tudo bem, chorou também com medo de nunca mais me ver e eu não consegui segurar a risada nessa hora falei que podíamos marcar um chopp qualquer dia desses e depois de muito conversar nós desligamos e aqui estou eu novamente. Esse tempo para mim também foi bom para eu perceber que o que rolou entre mim e Tyler foi uma atração somente e que eu só achei ele bonito mais nada por mais que eu tenha curtido sair com ele e nossas conversas também mas, desde o beijo que nós nunca mais nos falamos nem na conversa com Magno eu tive notícias dele e é bom assim.

— Jasmine você não tem amigos não? — Olho para minha vó confusa, estamos na sala assistindo a um filme e ela do nada joga essa intriga.

— Por que a pergunta? Não entendi.

— Você está aqui há quase duas semanas e não te vi sair nem um dia a não ser naquela tarde que você passou o dia todo fora. — Diz se referindo ao dia que eu fui na casa da Rolly e ficamos lá batendo papo e pondo a fofoca em dia pois nesse período só temos nos falado por ligação todos os dias sem exceção eu ligo pra ela.

— Eu tenho uma amiga, mas ela não sai muito é com ela que converso todos os dias.

— Está se referindo a velha que poderia facilmente tomar meu lugar? Ela não conta.

— Claro que conta, Rolly é minha melhor amiga vó não fala assim dela.

— Besteira, quero saber da sua idade e que não seja da igreja. Minha filha você tem que fazer amigos que te levem para fazer loucuras e colecionar histórias para contar o que vai dizer para seus netos? Que ficava o tempo todo na igreja pois seu pai a obrigava? — Dou de ombros.

Meu sonho sempre foi vir morar com vovó Ruth mas é claro que meu pai disse não pois filho tem que morar com os pais... percebi tarde demais que ele só queria nos moldar e controlar, saber o que fazíamos para não sujar seu nome perante o povo de West , meu pai sempre foi muito político amigo de todos e o querido da Cidade, seria um sonho se ele fosse tão bom em casa como ele é na rua. Volto a atenção para minha vó.

— Não ligo pra isso.

— Andei te observando durante esse tempo e percebo que você anda triste, mais calada e se tem uma coisa que você ama é falar. Você não quer casar né? — Engulo o nó na garganta e fecho os olhos.

— Não. Mas... eu vou vai ser bom para todo mundo. — Respondo ocultando a parte do plano de fuga, não quero que ninguém saiba pois tenho medo de dar errado pois meu pai não pode nem pensar nessa possibilidade por isso prefiro manter em segredo.

— Só não será bom para si mesma.

— Seu filho não alivia tem que ser do jeito dele.

— Said é um cabeça dura, está te obrigando a algo que não quer. Um dia ele vai se arrepender. — Concordo e ela pega minha mão.

— Não se perca de você minha filha, eu iria odiar te ver novamente sofrendo do jeito que estava. — Eu abraço ela fortemente.

— Obrigada vovó, agora vamos ver o filme vou buscar mais pipoca. — Digo e me levanto indo pra cozinha.

Me apoio na pia e respiro fundo, olho para meu pulso onde uma marca mais clara que minha pele está. Quando eu tinha dezessete anos eu tentei me matar, cortei meu pulso e fui encontrada desacordada pelo Abel que me levou para o hospital imediatamente e eu fui diagnóstica com depressão – a verdade é que eu tinha desde os quinze anos mas, só quando cheguei ao limite que comecei o tratamento – depois disso eu comecei o tratamento com remédios e terapia meu pai sempre que podia dizia ser drama meu e que eu fiz aquilo para chamar atenção e bla bla bla... não digo que estou curada, pois ainda me machuco como punição em algumas situações, ainda tenho pensamentos suicidas e algumas crises que são menos frequentes mas acontecem então eu posso entender o medo da minha avó, eu desfruto do mesmo sentimento por isso não quero me perder novamente, por este motivo as vezes eu canso de brigar com Said e acabo acatando o que ele manda fazer prova disso é que estou há quatro meses de casar com o Paul, eu também tenho medo do meu pai ele pode ser muito ruim quando quer e além de me proteger eu tenho que proteger o Abel também pois meu irmão não aguentaria o tranco como eu aguento ele quebraria em poucos dias e eu não posso ver isso acontecer de jeito nenhum.

Depois dos minutos esperando a pipoca ficar pronta eu volto pra sala e voltamos a assistir ao filme.
Paul me manda mensagem dizendo que está com saudades, pense que ele é super grudento e eu tenho que fingir amar isso quando na verdade eu falto vomitar.

— O que você acha de hoje irmos ao Bingo? — Pergunto a vovó.

— Não gosto dessas coisas e hoje tem missa não posso faltar.

— Então quando a senhora chegar eu não estarei aqui vou ao Bingo.

— Tu tem que ir para lugares de jovens e não pra um centro onde só tem velhos. — Ela cismou com esse negócio de que eu tenho que ter amigos novos, que velha teimosa.

— Eu posso chamar Rolly para ir a boate comigo também, ela vai amar. — Digo debochada e recebo uma almofadada na cara que me faz rir demais dos ciúmes dela.

Acabou que ficamos o dia todo vendo filmes e próximo dela sair pra Missa eu escolhi sua roupa e fiz uma maquiagem levinha nela. E fui me arrumar pois Rolly já estava em crise com medo de perder o Bingo.

Vesti uma calça jeans apertada e uma regata preta e tênis. Levei minha vó de carro para Missa e de lá fui encontrar Rolly em casa.

— Cadê minha velha safada? — Digo assim que entro em sua casa e ela aparece com um vestido florido e um arco de flor enorme na cabeça, parecia até um jardim ambulante.

— Velha safada é minha perereca. — Dou risada e abraço ela fortemente pois estava com saudades, foi o tempo mais longo que ficamos sem nos ver nesse tempo que nos conhecemos.

— Saudades.

— Pensei que você iria me abandonar aqui sozinha. — Diz chorosa.

— Nunca mais você vai se livrar de mim safada.. agora vambora logo. — Dou um tapa em sua bunda e ela sorrir e pega a bolsa.

Saímos de casa e seguimos para o bingo... bom achei que fosse, mas quando chegamos no local eu olho para Rolly.

— Dança de salão? — Pergunto incrédula.

— Sim, hoje nós vamos mexer o esqueleto. — Diz e sai do carro e eu a sigo.

Nós subimos uma escadaria altíssima até chegar em um salão super espaçoso com piso de madeira, mesas nos cantos e um bar bem iluminado na parede porém central, tinham vários casais dançando já.

— Vem vou te apresentar a galera. — Diz super descolada o que me faz sorrir.

— Galera essa é Jasmine, Jasmine essa é minha galera. — Dou um boa noite geral, tem duas mulheres sentadas à mesa e um homem que me dão sorrisos simpáticos e se apresentam. Izzie é baixinha e bem magra com cabelos bem cacheados que tenho certeza que foram feitos com a ajuda de bobs, Deyse é gordinha com cabelo curtinho ela usa grandes brincos rosas chamativos e tem a voz super grossa e alta, o homem é Greg tem um bigode enorme que ele enrola na ponta, usa óculos redondos e é calvo todos eu chuto terem mais de cinquenta anos e eu amo isso.

— Vamos dançar que hoje eu só saio daqui quando meus joelhos começarem a doer. — Izzie diz e se levanta animada.

— Então não dou dez minutos para você voltar pra mesa. — Greg diz nos fazendo rir e ela faz um sinal de “banana” com os braços pra ele.
Todas as mulheres saem para o meio do salão e começam a dançar.

— Izzie tem problemas nos joelhos se esperar por eles, ela daqui a pouco está aqui sentada. — Greg fala comigo.
— Coitada, está tão animada.

— É a idade minha filha... aliás você não veio até aqui para ficar parada né? Vamos dançar. — Se levanta e pega minha mão.

— Eu não sei dançar isso muito bem.

— Só me segue que eu guio a dança. — Diz e eu dou de ombros.

Ele é uns bons centímetros mais baixo que eu mas, tem uma postura invejável e uma coordenação motora que me impressiona, agora está tocando uma salsa então ele me move como uma boneca e faz com que pareça que eu sei dançar e tudo. Eu rodo no salão dou risada dos seus comentários sobre os outros e tiro onda com a cara de Rolly por eu estar dançando melhor que ela.

Greg tinha razão e em menos de trinta minutos Izzie já estava sentada com os pés esticados em cima de uma cadeira enquanto bebida cerveja e se movia mesmo estando sentada, ela levantava os dedos para mim positivamente toda vez que eu a olhava me incentivando a continuar e foi o que eu fiz. Nós dançamos salsa, lindy hop, maxixe, rock e até tango... muitas eu não sabia absolutamente nada mas fui pegando o ritmo e pense que eu nunca me diverti tanto como hoje, foi a melhor noite da minha vida eu ri demais esses quatro eram hilários. Agora estamos todos mortos sentados à mesa e bebendo cerveja barata enquanto dividimos uma porção de batata frita com frango frito.

— Um brinde a nossa mascote da dança. — Deyse diz e nós brindamos e logo pesco o olhar que Izzie e Rolly trocam.
— O que foi hein? — Pergunto curiosa.

— Tá vendo aquela mulher de vestido laranja com lantejoulas? — Rolly pergunta apontando discretamente.

— Sim, o que tem ela?

— É uma vaca velha, ganha todos os concursos do clube e fica se gabando jogando na nossa cara. — Izzie diz revoltada

— Eu achei ela bem bonita e tem presença.

— Que nada, ela é mulher do dono por isso ganha todas pronto falei.

— E ainda se acha a gostosona do lugar só porque fez uma plástica no rosto. — Solto uma gargalhada com o fuxico delas, como são engraçadas.

— Vocês tão é com inveja pois ela tá toda garotona. — Digo para provocar e Greg concorda comigo.

— Claro, se eu tivesse um namorado rico também estaria toda inteirona. — Deyse diz rindo.

— Pois é, agora nossos peitões só dão tiro pro pé. — Rolly diz e eu não aguento.

E assim a noite segue, com altas risadas, bebida gelada e dança e eu amo isso e passaria minha vida aqui com eles.

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⏰ Última atualização: Mar 13 ⏰

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