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1 semana depois…

Lydia

Uma semana se passou desde aquela noite intensa. Samuel continuava ocupando meus pensamentos mais do que eu gostaria de admitir. Era como se aquele sábado à noite tivesse sido o ponto de partida para algo desconhecido e ao mesmo tempo mágico.

Naquele dia, estava no sofá de casa, imersa em meus próprios devaneios, quando ouço a campainha tocar. Ao abrir a porta, me deparo com Samuel, Bento, Sérgio e Dinho olhando fixamente para mim.

— E aí, Lydia! Como está a nossa garota favorita? — Dinho brinca e Samuel lhe dá um tapa na nuca — Coé’ narigudo, vai catar coquinho, vai!

— Viemos te chamar pra ver nosso ensaio. Estamos preparando algo novo e queremos sua opinião. — Samuel revira os olhos para o dinho e sorri para mim, revelando todo seu charme.

— Claro, só vou tomar um banho! Entrem aí! — respondo, dando espaço para os quatro entrarem.

Enquanto me preparo para sair, percebo que o nervosismo toma conta da minha mente. O que eu poderia esperar desse ensaio? E por que meu coração batia mais rápido só de pensar em passar mais tempo com Samuel?

Descendo as escadas, encontro os rapazes brincando de lutinha entre si. Bento lança um olhar cúmplice para Samuel, que pareceu não notar, e dinho apenas sorri, como se soubesse de algo. Franzo as sobrancelhas, mas prefiro deixar pra lá e vou na direção da cozinha. Chegando lá, decido escrever um bilhete para meus pais, avisando que eu tinha ido na casa dos meninos, e colo na geladeira.

— Vamos?

No caminho até o local do ensaio, percebo que a atmosfera está diferente. A cada instante, Dinho fazia uma piada diferente e Sérgio o repreendia, arrancando várias risadas sinceras. Finalmente chegamos à garagem, onde cada um foi para seu respectivo instrumento.

— Samuel escreveu uma música e cismou que quer mostrar a você! Esse daí quando coloca uma ideia na cabeça, é difícil tirar! — Bento faz uma expressão de desdém.

— Nossa, que honra, tenho certeza que vou gostar! — Faço charme e observo as bochechas do garoto, que persegue meus pensamentos, corarem.

Sentei-me num canto e comecei a me sentir invadida pela sensação da melodia.

Quero (quero)

que você (que você)

Quero que você venha comigo

Me mostre (me mostre) o sentido (o sentido)

Me mostre o sentido de viver

Sinto algo fora do comum quando ouço a letra e meus olhos logo encontram os de Samuel, que me olhava fixamente. Sinto um arrepio imenso quando retribuo seu olhar, criando uma atmosfera intensa.

Eu quero que você venha comigo

e me mostre o sentido de viver

Eu quero que você venha comigo

e me mostre o sentido de viver

Eu quero que você venha comigo

e me mostre o sentido de viver!

Quando a última nota ecoou, aplaudi entusiasmada, arrancando um largo sorriso daquele menino que ocupava a maior parte de meus pensamentos. Eles pareciam extremamente felizes com a minha reação.

Flor de Mandacaru | 𝗠𝗔𝗠𝗢𝗡𝗔𝗦 𝗔𝗦𝗦𝗔𝗦𝗦𝗜𝗡𝗔𝗦Onde histórias criam vida. Descubra agora