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Lydia

Assim que ouvi meu apelido sendo chamado, virei-me e me deparei com Samuel, que sustentava uma expressão indecifrável no rosto.

- Aff, Samuel! Que susto, porra... - Exclamo, tentando controlar meu coração acelerado.

Ele sorri de forma amável, enquanto seus olhos castanhos encontram os meus, transmitindo uma sensação reconfortante e me derretendo inteira com suas covinhas. Passou a mão pelos cabelos desajeitadamente, como se estivesse buscando coragem para dizer algo.

- Foi mal, ly. Eu só queria ter um momento para conversar com você. - Ele parece um pouco hesitante - Podemos nos sentar? - Apontou discretamente para um banco na calçada em frente à sua casa.

Assenti com a cabeça, concordando, e nós nos sentamos ali, sob o sol da tarde que começava a declinar lentamente.

- Então... sobre aquela situação lá dentro, no almoço... - começou Samuel, parecendo um pouco desconfortável.

- Ah, sobre o lance da sua irmã pensar que somos namorados? - completei a frase, tentando aliviar o clima tenso.

Ele assentiu, agradecendo mentalmente pela minha intervenção.

- Sim, exatamente. Me desculpa se isso te deixou desconfortável. Eu não queria te deixar constrangida. - explicou, olhando para o chão.

- Tudo bem, não esquenta não. No final das contas, foi até engraçado. - dei de ombros, tentando minimizar o impacto da situação.

Houve um breve silêncio, enquanto ambos parecíamos procurar as palavras certas para continuar a conversa.

- Eu queria aproveitar esse momento para te falar uma coisa. Algo que eu venho pensando desde aquele sábado... - Samuel finalmente quebrou o silêncio, olhando-me nos olhos com seriedade.

Meu coração começou a bater mais rápido, enquanto eu tentava antecipar o que ele estava prestes a dizer. Ele respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem para confessar algo importante.

- Lydia, eu...

Antes que ele pudesse continuar, ouvimos a voz de Dinho ecoar da porta da casa.

- Ei, cara, teu pai pediu para te chamar, ele quer falar contigo! - Dinho anunciou, sem perceber a seriedade do momento.

Olhei para Samuel que fechou os olhos com força e franziu a testa, como se sua tentativa de me dizer algo tivesse sido frustrada. Nos levantamos juntos do banco e sinto-o segurar minha mão com delicadeza.

- Eu vou nessa, minha flor. Nos vemos depois, tá? - Samuel disse, dirigindo-se a mim com um sorriso sem graça.

- Tudo bem, até depois. - Respondi meio envergonhada.

Enquanto ele se afastava em direção à casa, eu fiquei ali parada por um momento, refletindo sobre o que aconteceu agora. Ando com passos duros em direção a minha casa, com uma sensação terrível de ansiedade e minha mente era bombardeada de perguntas.

O que ele queria me dizer? Será que era algo importante?

Não, não, deve ser só besteira da minha cabeça mesmo...

Ao entrar em casa, sentei-me cair no sofá, ainda atordoada por tudo que está acontecendo. Minha mãe, que estava na cozinha preparando uma torta doce, me observa com uma expressão curiosa.

- O que aconteceu, minha fia? Você parece nervosa... - ela perguntou, preocupada.

Suspirei, tentando organizar meus pensamentos antes de responder.

Flor de Mandacaru | 𝗠𝗔𝗠𝗢𝗡𝗔𝗦 𝗔𝗦𝗦𝗔𝗦𝗦𝗜𝗡𝗔𝗦Onde histórias criam vida. Descubra agora