14 de julho de 1990, Quinta-feira
15:00.Narrador
Naquele dia, Lydia tinha recebido uma longa repreensão quando chegou em casa. Sua mãe ficou extremamente chateada ao ver o machucado em seu joelho, mas decidiu relevar para não se estressar. Ela passou o dia inteiro em seu quarto descansando da longa viagem. Só acordou no outro dia.
Enquanto isso, após aquele show, Samuel ficou o dia inteiro pensando na garota. No dia seguinte, perdido em pensamentos, pegou sua humilde bicicleta e foi buscar alguns materiais para partir em direção à vídeo-locadora que ele e Sérgio trabalhavam.
Assim que estacionou na frente da garagem de sua casa, onde ficava a loja, encontrou seu irmão sentado lendo uma história em quadrinhos, totalmente distraído. Surge em sua mente a ideia de assustá-lo, então entra bem de mansinho e imita uma voz bem grossa:
— É O CARRO DO OVO QUE ESTÁ PASSANDO PELA SUA RUA!!!!! — ele toma um grande susto, caindo da cadeira e levando o ventilador junto.
— PORRA, SAMUEL!! VOCÊ VAI VER SUA PESTE! — começa a correr atrás dele, com ameaças.
Samuel começou a correr pela garagem com Sérgio em seu encalço, estava com um medo enorme de levar um murro. Atravessando uma esquina, tropeçou na caixa que estava em sua frente, caindo com tudo no chão. Seu irmão mais velho o alcança e logo entraram em um combate.
— Te peguei!! Quero ver você fazer aquilo comigo de novo, aspirador de pó! — disse risonho, o segurando contra o chão.
— Tá bom, Tá bom! Me solta, meu! Por favor!!
Ele sentiu seu pescoço ser liberto de seus braços fortes e suspirou aliviado.
— Demorou viu? Tava fazendo o que? — pegou a caixa com os materiais.
— Ah cara…fui pegar as coisas só… — diz com um sorriso bobo, lembrando-se de Lydia.
— Hum…foi pegar as coisas, é? E esse sorrisinho nessa cara feia, é o que?
— Nada não… — tenta disfarçar
— Nada não, é? Eu sei que você tá pensando nela! — dá um sorrisinho de lado — Eu vi o jeitinho que você ajudou a garota!
— É, eu a ajudei, só que eu acho que não tive muita atitude com ela. Aff, sou muito burro! — suspirou frustrado.
— Ainda bem que você sabe! — diz risonho.
— Ah Sérgio, vai arrumar alguma coisa pra fazer! Sabe o que é isso? Falta de mulher! Vai procurar alguém para suprir essa tua carência! — o provocou.
— Olha só quem fala, nunca nem deu um beijo direito. — sorriu cínico — E até parece que você também não é carente!
Sorrio falso para ele e dou a língua, voltando a colocar as coisas na estante. Enquanto organizávamos o estoque da locadora, Alberto entra extremamente animado.
— E AÍ, RAPAZIADA! Como vão nesta linda tarde? — senta na cadeira, colocando as pernas no balcão.
— Eu ficaria muito feliz se você tirasse o pé daí, quer fazer essa boa ação? — Sérgio diz sarcástico.
— Vou pensar no seu caso… — o japonês dá um sorriso debochado — Mas tenho novidades a contar…
Deixando a conversa de lado, o garoto encostou na mesa, começando a pensar novamente naquela garota. Ela era tão perfeita… parecia uma flor, de tão delicada. Seus cabelos castanhos e ondulados pareciam ser tão cheirosos, ficou tentado a tocá-los para saber se realmente eram macios como ele achava. E seus lábios… ah, seus lábios… tão carnudos e rosados…
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flor de Mandacaru | 𝗠𝗔𝗠𝗢𝗡𝗔𝗦 𝗔𝗦𝗦𝗔𝗦𝗦𝗜𝗡𝗔𝗦
Fanfiction✳ ✳ ✳ | Imagine só a cena: Lydia, aos 16 anos, aterrissa em Guarulhos vinda da Bahia, pronta para encarar a vida na nova cidade. Mal sabia ela que um encontro quase desastroso com um carro a levaria a conhecer Samuel, Alberto e Sérgio, que juntament...