Capítulo 1 - Cor Branca

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Mais um dia como qualquer outro, Heeseung está se preparando para sua aula de matemática, o que ele temia não era apenas os números mas sim o que iria em seguida, desde pequeno ele teve uma certa dificuldade identificar as cores, são elas primárias ou secundárias, sua mãe já havia levado ele em todos os médicos possíveis, nenhum deles nunca soube explicar o motivo do porquê apenas diziam que era um caso raro, raramente pessoas normais teriam esse tipo de dificuldade de identificar qualquer cor.

Heeseung sofreu bullying dos seus 7 anos até os seus 15, agora com 16 anos ele enfrenta não só o ensino médio como também algumas pessoas porque até algumas não sabem a hora de parar, não conseguem manter o pensamento próprio pra si e prefere alastrar e falar o que pensa, o que faz sem pensar muito nas consequências.

Aula de arte para ele era como se fosse um filme de terror, sempre que a professora entrava pela porta da sala, ele dava algum jeito de matar a aula só para não passar vergonha, era difícil pra ele.

— Hee acorda mano, acabou a aula de matemática, a próxima é de artes que mata a aula? - pergunta me chamando pra fora da sala.

— Sim, inclusive o que a professora estava dando de conteúdo, eu dormi a aula inteira e
também porque ela estava com um vestido roxo? Vestido feio - faço uma cara de desgosto.

— Hee, era amarelo o vestido dela - Sunghoon ri.

— Era é? - Hee coçava a nuca, confuso.

— Era, então vamos? Aonde quer ir? - Park diz, me puxando pra fora da sala de aula.

— Vem confia no pai, aqui é o melhor lugar para fugir sem ser visto. — Sunghoon se via alguém confiante, após suas "sábias" palavras.

— Confio muito em você sim, tanto que às vezes você fica me zuando perguntando 'que cor é aquela Heeseung' aí eu respondo tal cor e você ri. - Hee fala com um tom de voz engraçada, pelo menos para si mesmo.

— Primeiro, eu não falo assim.  — Park revirava os olhos. — E segundo eu te amo. — Entretanto o outro continuava — e em terceiro, se você não tiver eu, em quem você poderá confiar? tem pessoas muito cruéis aqui e bem piores.

— É eu sei, eu sei que você fica brincando comigo para fazer eu esquecer desse tipo de, sei lá o que eu devo chamar isso. — Lee suspirava um ar pesado.

— Pra mim isso é daltonismo.  — Sunghoon falava com certeza.

— Acredite, eu e a minha mãe também achávamos isso, mas há dias que vejo varias cores e  do nada, tudo isso se torna (um canhão de arco-íris) e há vezes que fico um mês sem enxergar cor alguma, você nunca saber o quanto ruim ter isso desde, sempre.. - Heeseung, abraça meu próprio corpo, abaixando a cabeça.

— Me desculpa. — Sunghoon se sentiu mal, pelo amigo, e por vezes será cruel com suas palavras. — Acho melhor saímos daqui, antes que alguém nos ache.

— Mas não era um lugar seguro? — Hee o questiona.

— Eu disse, mas não avisei que era temporário. — Sunghoon soltou um riso pequeno.

Ajudamos um outro sair pulando pelo muro da escola, como eu não sabia até quando ia tá vendo essa explosão de cores, eu preferi ir em um lugar bem colorido embora eu trocasse o tempo todo as cores de lugar, mas pelo menos eu as via.

— Prontinho, um lugar bem colorido para você ter a sua confusão colorida à vontade. — Sunghoon faz um gesto com a mão pedindo para eu entrar.

— Esse lugar era rosa assim mesmo?! — Lee se surpreende, era um rosa muito bonito.

— Não, eles pintaram de verde. Sorte sua que você está vendo outra cor. — Hoon diz isso já sentando em uma das mesas próxima.

— Nossa, mas tá tão ruim assim?

— Tá horrível, parece que eu tô dentro de uma gosma verde e nojenta, eca! - Sunghoon falava fazendo uma cara de reprovação.

— Olá meninos, há quanto tempo, então vocês já tem alguma ideia do que pedir?

— Já sim Gina, e uma pergunta: porque vocês pintaram esse lugar com essa cor horrorosa? — Park pergunta sussurrando, o suficiente só para os três ouvirem.

— Sinceramente Sunghoon, eu também não sei se meu pai achou que ia ser uma boa pintar e pintou se antes a gente não tinha clientela, agora com essa cor horrorosa muito menos — Gina sussurrava de volta.

— Então meninos já escolheram o que vão comer? — A mulher pergunta.

— Sim, a gente vai de hambúrguer e batata frita, só por hoje mesmo. — Sunghoon, por fim fecha o cardápio.

Okay então, já trago pra vocês um minuto! - Gina se adentra no fundo o estabelecimento.

Decidimos ficar um tempo a mais no restaurante já que ainda não tinha dado o horário da saída da escola e também para minha mãe não ficar sabendo que eu ando fugindo da escola por conta das aulas.

Não demorou muito até anoitecer me despeço do Sunghoon, ele praticamente mora duas ruas atrás de mim, sem muita demora pego a minha chave no meu bolso abre a porta de casa, ao entrar, vejo minha mãe sentada no sofá assistindo TV, entro e a abraço bem forte e dou um beijo de leve na sua testa.
Subo para o meu quarto, deita um pouco em minha cama, depois em seguida decido ir tomar banho e dormir.

No dia seguinte, acordo e abra os meus olhos e vejo que em tudo em minha volta havia mudado, minha visão estava em tons de cinza de novo, entre em desespero por um momento mas logo depois me acalmei pois, eu já estava acostumado a isso.

— Bom dia Mãe, tudo bem? — Desço as escadas e a vejo com uma das suas blusas favoritas, ela estava com uma blusa delicada e branca, a cor branca era a única cor que eu sentia fazer parte de mim. Era uma cor óbvia e clara ela tinha o seu valor.

— Bom dia meu amor, dormiu bem? — Senhora Lee, dizia indo o abraçar.

— Dormi sim, hoje eu tenho consulta médica né?

Sim filho, inclusive hoje como está a sua visão, as cores ainda estão trocadas? — Era comum que, a mãe de Lee o enchesse de perguntas aleatórias. Mas tudo bem, a Senhora tinha preocupação pelo filho.

Não, eu não enxergo cor alguma, está tudo tons de cinza, mas eu vejo a sua blusa a cor dela e bonita — Lee retribui o abraço, aquele abraço que o mesmo se sentia bem acolhido.

Quando será que volto a enxergar como uma pessoa normal, quando esse inferno irá acabar a mamãe? — Heeseung não aguenta e logo desaba em lágrimas.

Não sei meu amor, mas não chore, eu tô aqui sempre estarei aqui — Sua voz, ela me confortava.

Te amo, Mãe.

— Também te amo filho, infinitamente.

CORES | HeeJakeOnde histórias criam vida. Descubra agora