Pov- Thalion
O sol já tinha nascido quando acordei, luz solar entrava pelas janelas da de meu quarto, me levanto da cama delicadamente indo até à escrivaninha, meus olhos ainda se acostumando com a claridade do quarto, olho meu reflexo no espelho, minha visão estava levemente embaçada, meu cabelo estava... branco? Meus olhos estavam vermelhos! — pisco rapidamente, meu cabelo voltará a ser loiro e meus olhos azuis, balanço a cabeça, deve ser apenas sono
Troco minhas vestes e paro em frente ao espelho para arrumar meu cabelo, os fios bagunçados que brigavam entre o liso e o ondulado— observo minha aparência no espelho, meu cabelo é um loiro tão claro que na luz quase chega a se tornar branco.
❃ ❄ ❅ ❆ ❄ ❆
A manhã estava meio fria, mesmo com o sol, a floresta estava vazia e silenciosa, só se escutava a brisa do vento em minha pele, meu arco estava em minhas mãos, não costumo caçar duas vezes, especialmente quando peguei um animal grande, mas prefiro não sair desarmado do que ser surpreendido.
Ando até uma cachoeira ali perto, observo a água cristalina cair, batendo nas pedras e caindo rio abaixo, pedras rondavam o rio, de várias formas e tamanhos.
Sento-me na beira do lago, coloco meu arco ao meu lado sobre uma pedra que havia ali— aquele lugar, as lembranças que tinha naquele local, meu pai me levá-va nessa cachoeira quase todos os dias, ele sempre dizia
"quando se sentir sobrecarregado, olhe para água, o modo que ela cai e que pousa no rio, perceba as mudanças que ela pode fazer, e lembre-se que o mundo pode parecer difícil, mas você que vai decidir se ele vai continuar sendo ou vai melhorar, assim como o mar após uma tempestade"
Foi umas das últimas coisas que ele me disse antes de falecer por causas naturais, me deixando sozinho. Minha mãe morreu alguns meses antes de meu pai.
Comecei a caçar uma ou duas vezes por semana, trocava com mercadores na praça da Aldeia, cozinhava meu próprio alimento e sobrevivia a cada estação, sinceramente, o inverno era o mais difícil, mais caças, grandes e de bom valor, para os mercadores me darem uma boa quantia em troca, assim conseguiria comprar suprimentos para sobreviver.
Saio de meus pensamentos após escutar um som de galho quebrando, meus extintos ficam aguçados tentando escutar ou cheirar algo diferente, me levanto silenciosamente pegando meu arco em minha mão, estico meu braço para trás pegando uma flecha de freixo na aljava em minhas costas—antes de meu pai morrer ele havia me dado algumas flechas de freixo, ele sempre me contou de criaturas chamadas feéricas, que são perigosas e que caçam humanos, eles ficam do outro lado da muralha, mas meu pai tinha dito ter boatos de alguns feéricos atravessando para esse lado da muralha, por isso, me deu essas flechas para usar quando precisar
Posiciono a flecha de freixo no arco e presto atenção a minha volta, começo a andar em meio a floresta, a floresta está silenciosa, só escuto meu peito batendo rapidamente, olhos para os lados e só vejo árvores, mas por algum motivo eu sinto que tem alguém ali, me aproximo de uma árvore e escalo ela ficando em cima de um galho, estava em uma visão mais ampla da floresta, conseguia pensar e ver sem ser surpreendido.Escuto um barulho a minha direita, parecia estar há alguns metros de mim, olho para a direita e vejo um puma, estranhei já que não é normal ter animais como esse por aqui, seu pelo era acinzentado, seus olhos eram dourados e seu tamanho— me assusto, quanto mais ele se aproximava, mas eu notava seu tamanho, não era normal, parecia ter o dobro do tamanho de um puma normal, aquilo provavelmente é um feérico, é a única explicação
Nunca cacei um animal desse porte, teria que me esforçar para sair vivo dessa, quando o animal está um pouco a frente de mim, posiciono meu arco, a flecha de freixo pronta para acertar o alvo, a puma não notou minha presença, ainda tenho chance de atacar, miro em sua cabeça, por um milésimo de segundo, acabo me desequilibrando e soltando a flecha que acaba acertando as costas do bicho fazendo ele soltar um rugido, caio em um monte de folhas amortecendo a queda.
— Merda— meu olhar se foca no animal selvagem a minha frente, ele se vira cambaleando, parecia muito afetado, acho que minhas suspeitas podem estar certas, ele pode ser um Feérico
O animal ruge certamente irritado, os olhos presos em mim, cambaleando ele veio até mim, deu um pulo em minha direção, sem pensar, rolo para direita desviando de seu ataque, procuro meu arco, mas logo percebo que ele está bem atrás da criatura, eu só tinha a faca que comprei na aldeia, como vou chegar perto, meu peito acelera com a adrenalina
Rapidamente o animal dá um pulo, não penso muito, pego a faca e estico o braço fechando os olhos e aceitando meu destino— silencio, um peso caindo no chão, abro meus olhos e olho para cena em minha frente, a faca tinha perfurado a garganta do animal, sangues escorria pelo chão e minhas mãos, respiro fundo ainda me recuperando pelo susto, aquela criatura havia morrido, eu a matei, seguro a faca e retiro de dentro da garganta do animal.
Levanto-me pegando o arco no chão, escuto um barulho nas árvores, olho para cima e me deparo com uma criatura deslumbrante, com olheiras pontudas, não restavam dúvidas, era uma Feérica.
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Laços de Gelo
ФанфикThalion nasceu em uma aldeia humana, seus pais morreram quando ele fez 17 anos, sua vida muda quando uma feérica aparece e diz que ele tem que ir para Corte Noturna. Em meio a descobertas e revelações, e a atração por um certo General, Thalion...