Capítulo 14

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   Assim que Thalion expulsou Cassian de sua mente, ele prosseguiu, descendo a ladeira com cuidado. Seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas, ele se permitiu chorar, não conseguia parar de escutar a voz de Cassian, suas palavras. Thalion chegava a soluçar enquanto descia, seus olhos começando a arder.

      Por estar com a visão embaçada, Thalion acaba tropeçando em uma pequena pedra e cai ladeira abaixo, girando repetidas vezes até chegar no final e bater a cabeça em uma pequena pedra.
     Ao tocar na testa, ele sente o sangue fresco escorrendo, ele encosta o tecido da capa no ferimento, limpando. O corte ardia, e trazia uma dor insuportável, mas não deixaria que um pequeno corte acabasse com ele. Algumas gostas de sangue caem sobre a neve.
       Uma pequena floresta se estendia a frente. Thalion estava faminto, ele precisava encontrar algum animal para comer. Ele observa o lugar a sua volta, aguçando os sentidos, atento a qualquer barulho ou pegadas de qualquer animal.
     Um barulho de pisadas se aproximando. Thalion se agacha em um arbusto, escondendo sua presença. Um coelho se aproxima, parecia estar em busca de alimentos, ele não sabia que Thalion estava ali. O coelho parecia estar apropriado para um abate.
      Thalion estica seu braço cuidadosamente, tentando não fazer barulho. Ele concentra seu poder e lança uma lâmina de gelo no animal. A lâmina não era tão afiada, o corte foi um pouco profundo, que fez com que o animal caísse no chão e sangrasse até a morte. Ele criou uma faca de gelo, a lâmina, mesmo de gelo conseguia ser bem afiada, ele disseca o animal.

      Thalion junta os objetos para criar uma fogueira. Após a base da fogueira estar completa, ele pega as pedras de cascalho que tinha guardado caso fosse necessário. Ele bate as pedras uma na outra por um tempo e uma pequena faísca se transforma em chamas. Ele assa a carne e começa a se alimentar. Seu estômago quase gritou de alívio, toda a fome havia desaparecido, sua barriga estava totalmente cheia.

      Ele pega a pele do animal e enterra na neve, colocando um graveto enfiado na neve, bem acima de onde enterrou o anima. Ele junta as mãos e reza, agradecendo pelo alimento e pedindo desculpar por matar o animal, e que o guiasse para o paraíso. Seu pai sempre ensinou para Thalion, que ao terminar sua caça, deve agradecer pelo alimento e pedir desculpas pela vida tirada para que a minha pudesse ser prolongada.

       Ele se levanta e segue em frente, Thalion passa pelas árvores cobertas de neve, chegando a um ponto que a neve não existia, e um solo verde musgo tomou parte de sua visão. Ao atravessar para o outro lado, um calor aconchegante penetrou sua pele. Todo o frio que sentia, sumiu como um passe de mágica. As árvores eram repletas de folhas, de tons múltiplos de verde, mas nunca um tão claro, como na Primaveril.
      Um leve brisa quente bate sobre seu rosto, uma pequena dor atinge sua testa, o corte ainda permanecia ali, pequenas quantidades de sangue escorriam pela sua testa. Ele pega a faca de gelo e rasga um pedaço de sua capa. Ele enrola em volta de sua testa e amarra com força, estancando o ferimento.

       Ele precisava encontrar água. Seu corpo implorava por isso, seus movimentos eram lentos, ele se forçava a ficar em pé. A visão embaçava e voltava ao seu estado normal. Seus sentidos começam a falhar, como se tudo estivesse se desligando. Aos longes, Thalion escuta pequenas vozes, pareciam ser guardas, barulhos de armas tilintavam baixo em seus ouvidos. E sem que percebesse, ele cai no chão, ficando inconsciente.

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      Thalion abre os olhos lentamente. Sua visão ainda estava se acostumando com a claridade. Quando sua visão retorna, ele observa o quarto em sua volta. Era elegante, apresentava muitos detalhes, como colunas, arcos e molduras. Três janelas arqueadas permitiam que a luz entrasse no quarto.
       Era tudo de mármore, o quarto continha cores mais claras, realçando mais o branco. Um dourado reluzia nos detalhes da parede e nos lençóis da cama. Era lindo, Thalion se lembrava das histórias de Deuses gregos que seu pai lhe contava. Se Thalion fosse comparar aquilo com uma coisa, seria, mitologia grega.
    
      Ele escuta passos em sua direita. Um homem estava ao lado de sua cama, pele escura que quase chegava a brilhar, cabelos ônix e olhos âmbar. Seu corpo era musculoso, ele usava uma túnica branca com detalhes dourados, ele lembrava um Deus grego. O feérico exalava graciosidade, em sua cabeça, uma coroa cintilante de pontas douradas repousava ali.

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