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Agora eu estava sentada no sofá da casa da Senju, de frente para Haruchiyo o irmão dela com ela do meu lado.
— Haru, a gente vai fazer uma apresentação na escola e a Maise precisa usar uma Katana — ela diz animada como se fosse algo normal falar de espadas — pode ensinar ela a fazer alguns movimentos?
Haruchiyo olha para ela, acena com a cabeça, suas sobrancelhas parecem se juntar em um ângulo agudo sob o seu disfarce.
— Claro Senju, não é nada difícil -- ele fala de uma maneira calma e calculista que me faz querer seguir os seus comandos. Ele tem a mesma voz doce e agradável da Senju, mas parece ter um tom mais calmo do que o dela. Ele levanta do sofá e passa por mim.
Haru retorna com uma Katana de verdade, me fazendo encarar Senju no mesmo instante
— Você pode pegar a Katana, vai ser assim que você vai segurar para fazer os movimentos — Haruchiyo indica, as mãos dele mostram as posições exatas de onde as mãos e os braços deveriam estar. Ele se inclina para perto para me tentar passar as informações melhor.
O encaro por alguns segundos, olhando diretamente em seus olhos.
— vai ser com a de verdade?...pensei que iríamos usar uma de Madeira — olhei pra Senju que sorria.
— Deixa ele ensinar boba — Senju diz
— É com essa mesmo, só assim você vai aprender os movimentos corretos -- Ele fala, suas palavras pareciam mais que sérias do que normais.
Já seu rosto é mais complicado de ler, ele tem um olhar bastante penetrante e sua expressão é quase impassível.
Me mantenho calma, e por fim me levanto do sofá, passando a mão para sentir a Katana sobre meus dedos, nunca havia tocado em uma arma antes, era um pouco intrigante.
— Isso aqui...mata não é? — sussurrei para mim mesma, mas sabia que com a nossa aproximação Haru também ouviu
— Essa é uma Katana de verdade, então, tecnicamente pode matar — Ele diz, sua voz ainda é calma e o seu jeito de falar ainda é calculista. As suas palavras parecem fazer com que o ar fique mais pesado entre nós dois, ele me deixou um pouco nervosa, mas essa última frase dele parece ter um tom mais sério.
Ele continua, e diz que vai passar o básico para eu aprender a usar a Katana bem.
Enquanto ele me ensinava alguns movimentos, sua voz era calma. Ele explicava muito bem mais eu estava prestando tanta atenção nela que em um dos movimentos, a lâmina acabou passando na minha mão e somente o fato de ter encostado, abriu um pequeno corte na minha palma, fazendo sangrar na hora.
Mas eu não soltei um único som de dor...
— Você... está com sangue na sua mão — Ele diz, os seus olhos parecem estar fixados em sua mão agora, a expressão dele quase não mudou, mas o tom da sua voz se torna mais sério, e as sobrancelhas dele podem ser vistas unindo-se de um ângulo bastante agudo sob a máscara.
O corte não passava de um fio de cabelo, mas que foi capaz de arrancar um pouco de sangue, a katana só encostou e abriu essa pequena linha sobre a minha mão, o que mostrava que ela estava realmente afiada. Olhei para Haru e sorri de forma gentil.
Não havia motivos para entrar em desespero, foi apenas algo pequeno e nada profundo.
— ela está bem afiada — digo o olhando de forma calma e gentil — mas está tudo bem comigo.
— A Katana é uma das melhores armas dos japoneses, bem afiada como você mesmo disse... é por isso que elas podem matar apenas com um único toque... Mas não se preocupe, essa só encostou.
Senju parecia observar tudo, depois ela levantou e pegou o kit de primeiros socorros.
— Você precisa lavar esse corte — Haruchiyo fala, fazendo sua voz parece ter passado a ser mais séria do que estava antes, ele parece bastante preocupado comigo. Ele parece ser um homem sério e tranquilo, mas eu vejo que ele pode vir a ser bem assustador se ficar irritado.
Me sentei no sofá e Senju começou a limpar o pequeno corte, o fio de cabelo pegou minha palma inteira, e ela começou a enfaixar com cuidado.
— não dói? — Senju diz
— Não! — sorrio mantendo minha calma
Haruchiyo assiste tudo muito próximo, se encostando a mim e observando a minha mão com bastante preocupação. Ele me olha muito diretamente nos olhos, como se ele queira que eu fale a verdade para ele. Pensei em mentir para eles e dizer que não doeu, mas eu realmente só não estava fazendo nenhuma cara de dor por isso.
— Não doeu... — eu respondi com uma voz séria e calma, minha expressão é impassível também.
Ele continua me olhando e isso começa a me deixar nervosa, seu olhar é profundo, como se quisesse arrancar a informação verdadeira e soubesse que eu estava ocultando ela.
— está ardendo um pouco...depois que Senju limpou.. — digo sentindo a extrema necessidade de desviar o olhar..
— Pode doer um pouco depois que limpa — Haruchiyo diz, ele pode ver que eu estava tentando desviar o meu olhar dele, o que não é difícil já que ele o mantém fixo em mim.
— aprendi alguns movimentos importantes, com você! Por isso obrigada Haru — sorrio — deve ser o suficiente para a peça não é Senju?
— Sim, você só precisa fazer na cena final — ela diz
— Você aprende rápido — ele diz ao se levantar me fazendo olha-lo mais um pouco.
