Capítulo 12

401 41 11
                                    

P.O.V Regina

Eu acordo em minha cama, sem saber se é cedo ou já muito tarde. Me espreguiço e me ajeito na cama, mas logo minha mente é invadida por lembranças do beijo que dei em Janis na noite anterior.

- Bem, isso foi interessante. -Sussurro para eu mesma e e suspiro profundamente.

Me lembro vividamente do momento em que me aproximei de Janis e a beijei, ela estava totalmente vulnerável e olhando pra minha boca. Sinto uma mistura de emoções conflitantes. Por um lado, a adrenalina da transgressão e a sensação de poder que veio com isso. Por outro lado, uma sensação de incerteza e confusão sobre o que isso significa.

Enquanto eu faço a minha rotina matinal, tento entender ao certo o que foi aquilo, mas acho que a resposta é simples: foi divertido. Janis ficou realmente bonita no último ano, o problema é que eu espero que ela não espalhe isso pra todo mundo. Geralmente eu saio para festas em outras cidades para ficar com garotas, e foi a partir disso que meu desinteresse por garotos ficou ainda maior. Pra falar a verdade, agora é zero. Eu acho que estou quase no mesmo barco que a Janis, e o mais importante pra mim é que posso ser quem eu sou por dentro com ela. Janis me enxerga diferente, me enfrenta e na maior parte das vezes fica no mesmo patamar que eu.

Eu prometi a ela que iria vê-la hoje, e eu realmente quero. Sei que ela vai ter inúmeras perguntas e falar que eu só tô jogando com ela.

[...]

Eu me arrumo para ir até a casa da Janis novamente, e quando a minha mãe questiona, apenas digo que esqueci algo importante lá.

No carro, eu mando uma mensagem para a garota dizendo que estou a caminho. Por um momento eu pensei em chegar de surpresa, mas conhecendo a Janis, ela vai odiar me ver se estiver com a cara de quem acabou de acordar. Eu me sinto um pouco nervosa por dentro, mas tento manter a minha pose de sempre, não quero fazer nenhum alarde sobre aquilo.

Janis diz que vai me esperar, e quando chego na frente de sua casa já a encontro sentada nas escadas da varanda. Eu desço do carro e caminho até ela, ainda mantenho o meu sorriso descontraído.

- Espero não estar atrapalhando nada. -Falo, mas soa um pouco irônico. Me sento ao seu lado.

- Só a minha sanidade. -Janis diz, ela também soa irônica. Eu sorrio.

- O que você quer saber sobre ontem, Jan? -A questiono.

- Você tá falando do beijo, né? Do beijo que VOCÊ me deu, do nada. -Janis afirma, mas a sua afirmação tem um tom de questionamento também.

- É, do beijo que eu te dei. Na sua boca. Bem aqui. -Eu encosto o meu indicador em seu lábio e sorrio.

Janis me olhou com o seu típico olhar de desconfiança, ela está um pouco mais rígida do que ontem.

- O que foi aquilo? Você bateu a cabeça ou algo assim? -Ela me pergunta.

- Bom, eu morri em um acidente de ônibus, mas isso já faz algum tempo. -Eu mantenho minha voz irônica.

- Então essa é a sua resposta? -Janis me olha, mas ela quer rir agora.

- Por que é tão difícil de entender que eu só quis te beijar? -Agora eu que a pergunto.

- Porque você é super hétero. -Janis diz, ela franze a sobrancelha como se fosse óbvio.

- Janis, pra uma lésbica, seu gaydar é uma merda. -Eu retruco e também franzo a minha sobrancelha. Mas meu peito acelera, é a primeira vez digo isso em voz alta.

Agora deixo a Janis sem palavras, ela parece tentar me ler e entender exatamente o que eu quis dizer. Eu apenas coloco as minhas mãos nos meus joelhos e sorrio inocente, como se não fosse nada demais.

Enemies to Lovers - Mean GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora