Capítulo 24

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P.O.V Regina

Depois de chegar do shopping com as minhas compras, eu deixo tudo em meu quarto e desço as escadas. O olhar sério da minha mãe na sala de estar já anunciava algo de errado, eu até tento evitar qualquer situação, mas não demora muito para ela começar a falar.

- Filha, temos que conversar sobre o que você quase fez ontem. -Minha mãe diz.

- Quase fiz? Do que está falando, mãe? -A questiono, confusa.

- Quase contou ao seu pai sobre você e Janis. -Ela diz e suspira. - Você acha mesmo que vale a pena comprar essa briga semanas antes da sua faculdade?

- E por que eu não deveria? -Falo, existe um certo desdém em minha voz. Eu permaneço em pé apenas a observando.

- Regina, você sabe como ele é. Seu pai é antiquado, ele ainda fala do Aaron pra mim, e diz que você deveria estar com ele. -Agora minha mãe diminui seu tom de voz. - Você quer causar tumulto por conta de um namoro adolescente?

- Mãe, enquanto você estava surfando no meu atropelamento, e enquanto o meu pai constitui uma nova família, as únicas pessoas que ficaram do meu lado foram justamente as pessoas que sequer deveriam, porque eu fui meio escrota. -Eu respiro fundo e dou uma pausa. - A Janis me faz bem, inclusive, eu vou dormir na casa dela.

- Eu não tô dizendo que ela não faz bem pra você, filha, eu só tô te pedindo paciência. -Agora a minha mãe levanta e caminha até eu.

- Mãe, pra quê? O meu pai vai na minha formatura e depois vai viajar com a família nova. -Eu rio de maneira irônica. - Aliás, eu precisava falar disso com vocês. Eu não quero cursar Direito em Stanford, eu quero ir pra NYC cursar moda.

Minha mãe faz uma pausa, ela parece ficar até um pouco pálida.

- Mamãe? -Eu franzo a minha testa. - Podemos falar disso com o meu pai, né?

- Filha... -Ela fecha os olhos e suspira. - O seu pai já deu entrada na papelada, você tá matriculada em Stanford.

- É só cancelar. -Continuo com a mesma expressão ao dizer.

- Não, Regina, você não entendeu. -Ela agora se aproxima mais. - O seu pai te matriculou há semanas.

Nesse momento meu sangue sobe, eu a encaro por segundos que honestamente parecem minutos. Essa conversa de "escolher o meu futuro" era simplesmente pra eu acreditar que eu teria algum tipo de escolha? Como um puta manipulador nato. Esse é o meu pai.

Eu dou as costas para a minha mãe e subo para o meu quarto, mando uma mensagem ao meu pai como quem não quer nada, dizendo que não quero mais ir para Stanford. Ele não demora muito para responder, e é apenas uma mensagem.

"Isso não é mais possível, filha. Depois nós nos falamos."

Eu jogo o meu celular na cama e respiro fundo, que MERDA. Eu definitivamente não quero ir pra Stanford, nunca gostei da Califórnia, nunca gostei da vibe daquelas pessoas, muito menos nunca gostei de advogados.

Eu pego o meu celular de novo somente para confirmar com a Janis se posso mesmo ir em sua casa, ela diz que sim, mas me pediu para demorar um pouco mais. Eu concordo mesmo confusa, e aproveito para tomar um banho prolongado enquanto dou a enrolada que ela me pediu.

P.O.V Janis

Decidir de última hora preparar alguma coisa para eu e Regina definitivamente me fez começar a correr. Eu preparei uma lista rápida no bloco de notas do celular e peguei o MEU carro para ir ao mercado, é, acho que tô me acostumando com isso.

Durante o caminho até o mercado, o vento entrando pela janela aberta ao meu lado me faz ter essa sensação de liberdade. Há uma música desconhecida de fundo tocando na rádio. O clima está mais frio hoje, parece que tudo está encaminhando para um jantar romântico.

Enemies to Lovers - Mean GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora