Capítulo 13

337 38 10
                                    

P.O.V Regina

Depois de chegar em casa e vestir uma roupa mais confortável, eu desci as escadas e fui para a sala, minha mãe está assistindo um dos programas que ela gosta na TV com uma taça de vinho na mão, eu paro de frente pra ela.

- Mamãe, podemos conversar? -Meu tom de voz é sério.

- Claro, Regina. O que está acontecendo? É algum menino? -Ela começa a questionar e elaborar várias possibilidades, antes de eu sequer falar.

- Não! É outra coisa. -Respiro fundo para não ficar irritada. - Por que nunca me contou que a Janis passou noites no hospital enquanto eu estava em coma?

Vejo minha mãe franzir seu cenho em um sinal de estar confusa com a minha pergunta, mas mantenho minha pose.

- Querida, eu não achei que isso seria relevante. Vários alunos visitaram você. -Ela coloca a taça de vinho na mesa de centro. - Além disso, estamos falando da Janis, você odeia ela.

- Ela me visitou ou ela passou a noite lá? -Eu cruzo os braços e franzo a minha testa.

- Bom, havia algumas noites que eu estava realmente cansada, e Janis se prontificou a ficar lá. Eu pensei que isso ajudaria na culpa dela, e eu poderia descansar. -Ela diz. - Mas filha, por que essa frustração agora?

- Porque você diz pra todo mundo como foi difícil cuidar de mim naquela época, mas decidiu omitir que a minha antiga amiga de infância virou noites comigo no hospital, mesmo depois de eu ter ferrado com o ano letivo dela. -Respiro fundo, passo a mão na minha testa.

- Ok, eu entendo a sua frustração. Mas na época eu acho que a Janis também iria querer manter isso em segredo. -Ela pega a sua taça novamente, toma um gole generoso.

Eu tento relaxar um pouco e respiro fundo de novo, então me sento ao seu lado. Minha mãe coloca a sua mão em meu ombro e acaricia, como quem quer dar apoio moral.

- Ah, eu queria falar com você também. -Ela diz após alguns segundos em silêncio.

- O que é agora, mãe? -Pergunto e suspiro, já com medo do que ela deve querer falar.

- Recebi uma ligação de uma revista local hoje, eles estão interessados no pós do acidente e querem que a gente dê uma entrevista. -Ela diz após hesitar, pois percebeu minha expressão. - E é claro, eu sei que você não gosta disso, então eu posso dar a entrevista sozinha.

Eu respiro fundo e cerro os meus punhos, novamente ela traz à tona esse acidente, novamente revivendo um trauma.

- De novo? Quantas mais? Eu não vou falar sobre isso, e você também deveria deixar esse assunto morrer. -Eu me levanto do sofá e encaro ela, incrédula. - Não acha que já foi o suficiente?

Eu dou as costas para ela e subo as escadas com pressa, ainda escuto ela tentando argumentar de longe, mas prefiro sequer prestar o mínimo de atenção nisso.

Eu me jogo na cama e enfio o meu rosto no travesseiro, dando um grito de raiva que é silenciado pelas plumas. Odeio tudo isso, eu tô começando a odiar toda essa atenção que sempre recebi das pessoas daqui.

Eu me enrolo na coberta e fico quieta, hoje o dia havia sido perfeito, eu só consigo pensar que seria muito melhor se eu tivesse ficado com a Janis na casa dela.

P.O.V Janis

Por volta das onze da noite eu preparei algo para comer, agora estou reprisando Stranger Things. Escuto o som das chaves na maçaneta na porta e meu coração pula de felicidade, minha mãe chegou!

Enemies to Lovers - Mean GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora