Éruption

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Estava deitado na cama repensando minha vida. Será que seria muito ruim abandonar o programa agora? Aah...

— Isso é tudo culpa dele! – Reclamei.

— Culpa de quem?

— Cacete! – Levantei bruscamente com um susto. Era Izuku. Percebi que havia reclamado alto demais e agora senti vergonha – Ninguém da sua conta!

— Isso é infantil, Kacchan – Pôs o peso do corpo na perna e colocou a mão na cintura.

Bufei e me levantei, buscando sair do quarto, falhei na missão e fui barrado na porta por ele.

— O que é agora?

Não obtive resposta. Apenas recebi seu olhar sobre mim. Evitei encarar o garoto nos olhos.

— D-dá licença – Pedi com certo receio.

Ele permaneceu em silêncio. Engoli em seco e tentei passar. Fui barrado, novamente.

— Onde pensa que vai? Temos o que resolver, hm? – Do que ele tava falando?

— Q-que coisa pra resolver?

— Ah, você me encara com outros olhos, faz um tempo... Acha que não notei?

— T-tá falando de quê?

— Eu sei que você gosta de mim... Não tente esconder... – Começou a se aproximar de mim, segurando meu queixo – Ah, Katsuki...

Meus olhos estavam arregalados em sua direção, ele me encarava como se eu fosse louco.

— Kacchan? Kacchan? – Escutei sua voz e notei que tudo aquilo fora um surto imaginário. Pisquei algumas vezes e chacoalhei a cabeça. Ele tentou botar a mão na minha testa, como se verificasse minha temperatura – Cê tá bem? Tá corado.. cê tá com febre?

— Tô bem! Muito bem!

— Não tá, não... Cê está com o corpo quente, sente aí, volto já.

Não entendi, mas fiz o que foi pedido.

Já estávamos há tanto tempo naquela casa que eu havia esquecido dos camera men entrando e saindo dos cômodos e nos gravando.

Dito e feito, Izuku chegou ao quarto com algo nas mãos.

— Pra quê o termômetro?

— Acho que você está com febre, vou conferir – falou como se fosse óbvio.

— Oh – mordi a boca e levantei o braço, sentindo o objeto gélido na axila.

...

*Bip bip, bip bip*

— É, cê tá com febre. 38.7°.

— Ah, só preciso de um remédio e tá okey – dei de ombros e tentei levantar, mas fui impedido.

— Não, não, como seu marido, tenho que cuidar de você. Fique deitado, vou preparar um banho para você e te trazer remédio.

Novamente, meus olhos estavam arregalados. Obedeci e fiquei deitado agarrado a um travesseiro.

...

— Seu banho está pronto, mas antes tome esse remédio, aqui a água.

Peguei o comprimido de sua mão e coloquei-o na boca, logo pegando o copo d'água e bebendo.

— Obrigado.. – Peguei duas toalhas e caminhei até o banheiro.

•••

Saí do banheiro com a toalha enrolada no quadril e outra nas mãos, enxugando os cabelos. Não dei muita bola para Midoriya, que estava no quarto, e fui ao armário, pegando uma muda de roupas e voltando ao banheiro, só saindo dele vestido.

— Kacchan, deite-se, quer algo pra comer ou beber? – Neguei com a cabeça – Vou ficar com você hoje, se precisar de algo, peça para mim. Certo? – Falou com uma certa preocupação na voz. Assenti com a cabeça e me deitei na cama, enrolando as pernas e pegando o celular para jogar algo.

:Izuku Midoriya:

Após um tempo, Katsuki dormiu. Peguei seu celular e o conectei no carregador, deixando-o na cômoda ao lado da cama. Me deitei ao seu lado e pus o termômetro em sua axila novamente.

— Tá baixando... – Sussurrei.

Deixei o objeto ao lado e fiquei o encarando. Levei uma mão ao seu cabelo, acariciando.

Parei com a carícia e fechei os olhos, tentando tirar um cochilo.

•••

Abri os olhos e notei que o loiro havia saído. Levantei e comecei a chamá-lo.

— Aqui! – Sua voz vinha da cozinha.

— Por que saiu da cama? – segurei-o pela cintura.

— Estava com fome.

— Podia ter me avisado..

:Katsuki Bakugou:

— Você parecia cansado, não quis te acordar pra isso.

— Independente, você está doente, é meu dever como marido cuidar de você. "Na saúde e na doença", lembra?

Senti meu oração palpitar, respirei fundo e apenas assenti com a cabeça. Me sentei na banqueta ao lado e esperei ele ajeitar algo pra que eu comesse.

• Le Contrat • DkBk •Onde histórias criam vida. Descubra agora