Nous Nous Sommes Mariés

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"... Ao sentir o entrelaçar de nossos dedos, era como se o mundo inteiro tivesse parado e apenas nós dois estivéssemos nos movendo..."

× Katsuki Bakugou ×


A vida de cantor e compositor não era nada fácil. Era uma vida que me cansava facilmente, mas eu não podia desistir, estava perto de realizar meus sonhos.

A única pedra no meu caminho era Izuku Midoriya, um dançarino de rua que se tornara famosinho pelas coreografias. Um garoto insuportável de se conviver e, detalhe: ele morava no mesmo apê que eu. Quando ele não está rodeado de putas, está com música alta.

E a música alta era sempre altas horas da noite. Eu preciso de café para me manter acordado, por culpa daquele idiota meia tigela, às vezes prefiro escutar gemidos de três prostitutas diferentes a escutar às músicas altas e sempre escandalosas que ele coloca. Ao menos, elas gemem mais baixo que a caixa de som tocando.

•••

[05:37 AM; 18/08]

Eu havia acordado com um baque alto no andar de cima, o qual era o apê de Izuku. Fora alto demais para ter sido alguma prostituta caindo, resolvi ir verificar se estava tudo bem.

Coloquei uma regata e subi as escadas, logo bati à porta.

Não obtive resposta.

Bati novamente e obtive o mesmo resultado. Respirei fundo e tentei abrir a porta. Ela não estava trancada. Estranhei o fato, ele nunca deixava a porta destrancada pra qualquer um entrar.

Assim que entrei no lugar, a caixa de som estava caída, alegrei-me um pouco, então lembrei que podia ter acontecido algo com aquele imbecil, então fui procurá-lo.

•••

— Mas que porra?! – Arregalei os olhos o máximo possível e saí depressa.

— Loiro? – Porra, ele me viu.

Desci as escadas o mais rápido possível e me tranquei.

— Aaah, que nojo! Da próxima eu deixo pra morrer! Que merda, ele nem pra fechar a porta! Aaah, quero arrancar meus olhos! – Me joguei no sofá, cobrindo o rosto com a almofada.

Minutos após, escutei batidas na porta, levantei e verifiquei quem era pelo olho mágico.

— Mas que... – Sussurrei – ... Que caralhos ele faz aqui? – Deku estava parado em frente à porta, não usava uma camisa e possuía chupões no pescoço e marcas de mordida no peitoral.

Lentamente, saí de perto da porta e me encaminhei até o quarto, mas não sem antes pegar meu celular.

Segundos após, meu celular começou a tocar. Me tranquei no banheiro e atendi, fingindo normalidade.

— A-alô?

Huh, Katsuki, não é?

— Não? – Engoli em seco.

Por acaso, você foi no meu apê hoje?

Congelei.

— Ué, n-não. Por qual razão iria? Ha, ha... – Eu estava prestes a surtar.

Hm, era só pra ter certeza, já que vi uma cabeleira loira e olhos rubi no meu apê hoje enquanto eu estava, ham... Ocupado.

Fechei os olhos e me martirizei em silêncio.

— Eu não iria sair invadindo apê de ninguém. Deve ter sido da sua cabeça.

Não acho, quem estava comigo também viu... Bem, estás em casa? Acabei de receber um email e preciso falar com você sobre.

"Merda, merda, merda, merda, merda!"

— Um minuto... – Desliguei a chamada e comecei a chamar todos os tipos de nome possíveis, me recompus e fui abrir a porta.

•••

— Contrato?!

— Vá com calma, gracinha.. Verificou seu email hoje? – Neguei com a cabeça – Apois trate de verificar, pode muito bem ter sido algum fake.

Suspirei e peguei o celular, desbloqueando e logo entrando no aplicativo do Email.

— Mas que porra! – Por pouco não gritei.

— É, não foi fake... Bem, cê sabe o que seria esse Nous Nous Sommes Mariés?

— Como fala francês tão bem?

— Estudando. – Revirei os olhos – Enfim, não respondeu minha pergunta, você sabe o que é?

—... Ah, não.

— Em resumo, os dois mais votados são escolhidos para fingir um casamento por um tempo.

— Eu não me casaria com você nem à paulada!

— Se nossas empresas concordarem em participar, não temos escolha. Elas começariam a ser um pouco mais reconhecidas, e ganhariam dinheiro, então é pouco provável que recusem, a menos que sejam homofóbicas, mas só se for ao extremo. E, como candidataram dois homens para se fazerem de apaixonados com direito à uma cena de beijo, ainda mais provável que- – O interrompi.

— Como assim uma cena de beijo?! Eu não vou te beijar de jeito nenhum!

— Como eu disse, se sua empresa quiser que participe, você não tem escolha. Ah, e... – Antes que terminasse a fala, se aproximou do meu ouvido e sussurrou: –... Se me beijares uma vez, não vai querer parar, gracinha...

— Não me chame de gracinha, seu estúpido – Levantei-me e me dirigi à porta, abrindo-a e aguardando que o outro saísse.

— Não estou brincando, gracinha, uma vez que me beija, é difícil parar... Quando for perceber, estarás nu e de quatro pra mim, implorando que eu te foda... – Corei e senti meus pêlos eriçarem –... Deve ser uma bela cena de se presenciar... Posso até escutar você gemendo meu nome enquanto eu te maceto... – Piscou.

Arregalei os olhos e empurrei-o para fora, fechando a porta e me sentando no chão com as mãos nos rosto.

• Le Contrat • DkBk •Onde histórias criam vida. Descubra agora