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Mas o mesmo ser humano que é abençoado pelo pensamento também é amaldiçoado pelo mesmo motivo e uma pequena faísca surgiu nas profundezas da mente do moreno:

- É só uma espiadinha, que mal tem? -

Mal sabia Iruka que essa espiadinha, mudaria sua vida para sempre.

Deixou o copo e os sonhos em uma bancada dali, furtivamente saiu pela porta dos fundos, dando a volta para entrar pela janela do escritório, sempre devagar e olhando pelos lados para evitar que alguém o visse. Nem foi preciso entrar para ter sua surpresa, seu noivo estava ali no escritório se afundando em prazer. Com a mão sobre os lábios Iruka se esgueirou na lateral da parede, para que não fosse visto pelo vidro da janela e observou melhor a cena.

Seu noivo estava de costas, sem camisa, as calças um pouco abaixadas e seu quadril se movia frenéticamente em busca de mais prazer, o cheiro que emanava da sala pela pequena fresta aberta no vidro era tão forte que causava enjoo no ômega ali fora. Nas mãos de seu noivo estavam as coxas de uma mulher, arreganhando-as para si, a mulher, Tsubaki, estava sentada sobre a mesa, seu vestido vermelho escuro estava desabotoado na frente, seus seios expostos para o alfa que lhe penetrava.

Aquele cheiro exageradamente doce combinava com ela, lembrava a fragrância da flor dama-da-noite, estava lhe dando dor de cabeça, mas a vontade de vomitar só veio com o seguinte diálogo:

Miz: Gema mais baixo vida, não queremos acordar ninguém...

Tsubaki: Aaah, não consigo, aaah, aaah, amor!

Para silencia-la ele a pegou pelo queixo e a beijou na boca, enquanto a morena deslizava suas unhas compridas pelas costas de seu noivo, o qual parecia gostar muito de tudo aquilo que estava acontecendo. Lágrimas se acumularam em seus olhos e rapidamente rolaram por sua face. Iruka achava que tinha o coração forte, mas se enganou, não era forte se foi quebrado em tão poucos segundos.

Tolo é o homem que confia em outro homem.

Para o ômega a cena foi o suficiente para enjoa-lo, o cheiro dos dois se misturando entrava por suas narinas e atacavam diretamente o seu estômago, precisava sair dali, se não colocaria para fora tudo que comeu no jantar. Quase correndo voltou para a cozinha, pegou só a água na bancada e subiu para o seu quarto com a cabeça baixa.

Ao fechar a porta de seus aposentos desabou em lágrimas, se sentiu exausto, seu coração doía, sua mente estava confusa e sua alma se sentia quebrada. Ele não conseguia acreditar no que tinha visto, seu noivo, a pessoa com quem compartilharia sua vida, estava o traindo. A sensação de traição era como uma faca perfurando seu peito a cada respiração.

Iruka mal conseguia manter-se de pé, as lágrimas começaram a pingar de seu queixo, sua respiração se tornou superficial e suas pernas cederam sob o peso de sua angústia. Ele se arrastou até a cama, abraçando um travesseiro enquanto soluçava em desespero. E assim passou a noite, deitado sobre suas próprias lágrimas de tristeza.

Afinal, apesar de tudo, Mizuki era a melhor parte de tudo que estava vivendo, sem o amor do homem nada daquilo era suportável, ele era sua boia, que o mantinha na superfície daquele mar escuro das incertezas de sua nova vida, mas sua boia simplesmente o traiu e o afogou em suas próprias angústias.

Os dias passaram, mas o sofrimento de Iruka apenas se intensificou. Ele mal conseguia se alimentar, sua mente girava em círculos tentando entender como tudo havia acontecido. Cada pensamento era como um punhal afiado, cortando mais fundo em sua ferida emocional.

Uma semana se passou desde a descoberta da traição, mas Iruka ainda estava preso em seu próprio tormento. Ele se trancou no quarto, recusando-se a enfrentar o mundo lá fora. As cortinas estavam fechadas, mergulhando o ambiente em uma escuridão que combinava com seu estado de espírito.

Durante esse tempo, Iruka alternava entre momentos de raiva intensa e profunda tristeza. Ele jogava seu anel de noivado nas paredes, pisava em cima, amaldiçoava o nome de seu noivo e depois se encolhia em um canto, sentindo-se vazio e perdido. Um completo mal amado.

Bateram em sua porta várias vezes, cartas foram deixadas, mas Iruka ignorava tudo e todos. Ele não tinha forças para lidar com as perguntas preocupadas sobre oque estava acontecendo ou com as tentativas de lhe fazerem comer ou se animar. Aceitou alimentos e água apenas umas quatro vezes naquela semana, ainda se sentia enjoado, nunca esqueceria o cheiro de seu noivo fazendo amor com outra, nunca. Tudo o que ele queria era desaparecer, afundar no anonimato e esquecer a dor insuportável que o consumia.

A solidão era sua única companheira durante aquela semana sombria. Iruka passava horas deitado na cama, encarando o teto, perdido em seus próprios pensamentos torturantes. Ele se perguntava como poderia ter sido tão ingênuo, como poderia ter confiado tão cegamente em alguém que agora o havia traído de forma tão cruel. Se bem que ele tinha sido avisado...

À medida que os dias passavam, o sofrimento de Iruka começou a se transformar em algo diferente. Sua raiva deu lugar à tristeza, e sua tristeza eventualmente se transformou em aceitação. Ele percebeu que não poderia mudar o que aconteceu, mas podia escolher como reagir a isso.

Finalmente, após uma semana de reclusão, Iruka tomou uma decisão. Lentamente, ele se levantou da cama, sentindo a rigidez em seus músculos doloridos. Ele abriu as cortinas, deixando a luz do sol inundar o quarto escuro. Era hora de começar a se curar.

Com passos hesitantes, Iruka saiu do quarto e enfrentou o mundo exterior. Ele sabia que ainda havia muitas lágrimas a serem derramadas e muitas noites solitárias pela frente, mas também sabia que era forte o suficiente para superar essa dor. A jornada seria longa e difícil, mas ele estava determinado a encontrar a paz e a felicidade novamente.

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Hoje é meu aniversário, parabéns pra mim ♡

𝕾𝖚𝖗𝖙𝖔 𝖉𝖊 𝖆𝖒𝖔𝖗 - 𝕶𝖆𝖐𝖆𝖎𝖗𝖚Onde histórias criam vida. Descubra agora