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— Jeonghan!

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— Jeonghan!

Chan gritou, descendo do carro da tia. Não olhou para os dois lados antes de atravessar a rua, e pouco se importou com o policial que guiava Jeonghan para dentro do Hospital Psiquiátrico, apenas abraçou o irmão apertado, com tanta força, como se não quisesse deixar o irmão entrar.

Ali, Jeonghan diria "adeus" para a sua liberdade por um bom tempo, e Chan sabia muito bem disso.

— Não vai, irmão! Por favor, por favor! Eu não quero ficar com a tia, irmão! Ela diz que você é louco, isso não é verdade! Eu sei que não é!

— Chan-ah, ouve o Hyung, por favor. - Jeonghan separou o abraço, passando as mãos pelo rosto do irmão de catorze anos. - Eu juro que eu te ligo sempre que puder. O irmão não está bem, e fez algo muito ruim aquele dia...

— Não é verdade! Você está bem! - Chan se virou para o policial, que observava aquela cena com empatia. - Senhor Policial, meu irmão estava me defendendo! Não leva ele! Me leva!

— Não! - O irmão disse, quase que desesperado. - Chan, o tempo vai passar rapidinho, tá bom?! É só até o irmão receber alta! São só dois anos! Talvez até menos! Eu prometo que vou tentar o meu melhor para melhorar rápido e voltar para casa!

— Hyung, eu não quero ficar com a tia. - Sussurrou, quase que como um segredo. - Ela diz que você é louco, isso não é verdade. Você não é louco, Hyung. Não é!

Jeonghan precisou segurar o choro, não querendo desmoronar na frente do irmão.

— Me perdoa, irmão. Me perdoa por tudo.

— Você não tem que me pedir perdão! Não é sua culpa! Hyung, você não fez nada! Ele fez!

— Vamos fazer um combinado juntos, pode ser? - Chan assentiu. - Todos os dias eu quero que você olhe para a lua e saiba que eu também estou olhando. Eu quero que você me conte do seu dia, que nem como fazíamos lá em casa, okay?

— Hyung, eu não quero fazer isso, eu quero ficar com você!

— Por favor, Chan-ah. O tempo vai passar rápido, tá bom? - Chan negou, abraçando o irmão novamente, dessa vez com mais força. Quando Jeonghan viu a tia saindo do carro e atravessando a rua, se apressou para sussurrar ao irmão: - O dia de visita é toda primeira segunda-feira do mês. Lembra disso, pode ser? A tia também sabe, mas se ela se esquecer, você lembra ela. Eu vou te ligar sempre que puder, eu prometo.

Chan assentiu, e chorou mais quando o policial os separou, dizendo que Jeonghan precisava entrar.

— Eu te amo, Chan. Não esquece disso, okay? Eu te amo!

— Eu também te amo, Hyung! Eu te amo!

Jeonghan respirou fundo, e deixou um beijo nos cabelos de Chan antes de finalmente se afastar. Quando colocou o primeiro pé para dentro do portão do local, ouviu Chan gritar em meio ao choro, e quando se virou, viu como o irmão precisou ser segurado pela tia para não correr atrás de Jeonghan. Jeonghan finalmente começou a chorar quando o policial empurrou suas costas enquanto repetia um "eu sinto muito".

Os dois entraram pela porta do Hospital - após o policial passar um cartão que abria a porta -, e Jeonghan se sentiu enjoado. Todas as paredes eram brancas, o outro policial ali presente não passava um ar acolhedor e aquilo cheirava a remédio.

O garoto limpou as lágrimas em suas bochechas e se curvou para o novo policial. Então, foi deixado sozinho por alguns minutos antes do primeiro policial começar a o acompanhar para o que seria seu quarto pelos próximos anos.

A porta era transparente, as paredes eram brancas e duas camas estavam ali presentes - uma das camas estava bagunçada, mesmo que não tivesse ninguém ali. Ao lado da porta transparente - que não parecia ser vidro, mais como um plástico super resistente -, A14 estava escrito como a numeração do quarto.

Em cima da segunda cama, a pequena mala de Jeonghan estava ali. Aberta e revirada, como o esperado já que sua mala foi antes levada para que revistassem e tirassem qualquer coisa potencialmente perigosa.

Jeonghan ficou paralisado ali, e o policial deixou dois tapinhas em suas costas, quase que como um encorajamento.

— Garoto, eu não sou de falar isso, mas eu realmente acredito em você. - Jeonghan o olhou. - Mas mesmo que tenha sido auto defesa, você não está bem, então por esses dois anos, você precisa se esforça para melhorar. Não esquece do seu foco, do seu irmão. Ele precisa de você lá fora, mas precisa de você são. - O outro assentiu, e o policial suspirou. - Daqui uma hora você vai ter uma avaliação com a psiquiatra. Ela vai te explicar as coisas melhor, e vai te passar medicamentos. Uma enfermeira vem te buscar quando der o horário.

— Eu posso sair do quarto nessa uma hora? - O policial pensou, e então, assentiu.

— E Jeonghan... Algumas pessoas, até funcionários, vão tentar entrar na sua cabeça e vão te tratar mal. Pode acontecer. Eu espero que não aconteça, mas pode acontecer. Não deixa ninguém fazer a sua mente. Você não é louco, nem qualquer outra coisa.

Jeonghan assentiu novamente, e então, finalmente desmoronou quando o policial saiu, lágrimas caindo sem parar de seus olhos enquanto estava sozinho naquele quarto.

Quarto A14; JeongcheolOnde histórias criam vida. Descubra agora