- A quanto tempo você tem essas alucinações? - A terapeuta perguntou.
Jeonghan olhava sem parar para o relógio da sala desde que entrou ali.
Marcava dez e trinta e cinco da manhã, mas o que o incomodava não era o horário, e sim o ponteiro de segund...
TW: Tentativa de suicídio, briga física, incêndio, morte, queimadura.
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— Seungcheol-ah... - Jeonghan chamou, sonolento enquanto se virava na cama. - Você está bem?
— Sim... Sim, desculpa, boa noite.
Jeonghan, mesmo que com muito sono e quase voltando a dormir, não deixou de perceber como a voz de Seungcheol soava triste, quase como se ele estivesse chorando.
Seungcheol parou de mexer na cama, mas dessa vez Jeonghan se levantou, caminhando até a cama de Seungcheol, parando ao seu lado. Pela pouca iluminação vinda do corredor, Jeonghan viu como Seungcheol não chorava, mas tinha os olhos lacrimejados.
— Você está bem?
— Estou... Só estou pensativo. Uma pessoa me ligou agora a pouco.
— Você quer conversar? Ou quer um abraço?
— Eu posso ter as duas coisas?
Jeonghan assentiu, e se sentou na cama, á frente do Choi. Seungcheol o segurou, o puxando até que o Yoon estivesse no meio de suas pernas, abraçando-o.
Jeonghan apenas ficou em silêncio, brincando com o cabelo de Seungcheol enquanto deixava o mais velho o abraçar com força.
Com força demais, quase como se tivesse medo de que ele fosse desaparecer.
— Você quer que eu busque água para você?
— Não. Você não gosta do bebedouro. - Disse contra seu ombro.
— Não tem problema, eu posso ir lá.
— Não, só fica aqui, por favor.
O Yoon assentiu, e ficou em silêncio novamente.
— Você quer saber o que aconteceu... No dia do incêndio?
— Se você quiser falar... Eu não quero te forçar a nada, você não precisa falar nada que não queira!
Seungcheol assentiu.
— Eu sou diagnosticado com depressão desde os... Catorze anos, eu acho. E nos dezesseis eu fui diagnosticado com depressão severa, e eu também tinha um problema com raiva. Eu tomava remédio e podia ficar bem, mas de vez em quando tinha recaídas.
Jeonghan assentiu para mostrar que o ouvia.
Honestamente, entendia muito bem como eram essas recaídas.
— A quase um ano eu tive uma recaída bem ruim. Eu não consegui sair do meu quarto, passei três meses mal me alimentando, não conseguia pegar no meu celular. Nada. Por três meses. Eu tinha uma namorada, e ela até foi no meu apartamento um dia, mas eu não consegui levantar para atender e ela só foi embora. Eu morava sozinho, minha mãe pagava meu aluguel, mas eu nem sei onde ela está, meu pai morreu alguns anos atrás e ela só... Me abandonou, eu acho.
