023: Lee Jihoon

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Jeonghan sempre foi horrível com despedidas, e se sentiu horrível ao precisar se despedir de Jihoon

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Jeonghan sempre foi horrível com despedidas, e se sentiu horrível ao precisar se despedir de Jihoon.

E sabia que era egoísta.

Jihoon perdeu um ano e três meses de sua vida ali, injustamente.

Agora finalmente teria a chance de consertar as coisas.

Voltaria a morar com os avós. Voltaria para a escola e acabaria o ensino médio. Voltaria a vender suas letras e produções, e correria atrás de recuperar seu ano perdido.

Ajeitaria as coisas.

Voltaria a viver a sua vida.

Ainda assim, era difícil para si saber que, por um ano até que recebesse alta, não veria mais Jihoon todos os dias.

Em seus dezessete anos de vida, Jihoon e Soonyoung foram os seus primeiros amigos, e Jeonghan definitivamente não sabia como se despedir.

E Soonyoung parecia um pouco pior, tentando o seu melhor para não chorar demais.

— A gente só pode vir até aqui.

Jeonghan parou de andar quando chegaram á porta. Quando passasse pela porta de metal, Jihoon seria acompanhado por um policial até a saída, onde seu avô o esperava.

Mas Jeonghan e Soonyoung - ainda - não poderiam passar por aquela porta, então se despediriam ali.

— Tudo bem, Ji. Nós vamos nos ver de novo no dia de visita, né? - Soonyoung sorriu um pouco, e Jihoon assentiu.

— Vamos, Soony.

Os três ficaram em silêncio, e Jeonghan abraçou Jihoon quando viu as lágrimas começarem a cair por suas bochechas.

— Não chora... Olha, quando eu sair daqui, eu quero ouvir uma música no rádio, e poder falar que foi o meu melhor amigo quem compôs. Você tem um ano para se tornar o maior compositor que esse país já viu.

— Rádio, Jeonghan? - Jihoon perguntou. - Você é tão velho.

Os três riram em meio ás lágrimas.

Quando separaram o abraço, Soonyoung e Jihoon se olharam por alguns segundos antes de Soonyoung cair em lágrimas, o mais velho dis dois abraçando Jihoon com força, quase como se não quisesse deixá-lo ir.

— Eu sinto muito.

— Por o que? Você está saindo desse lugar, Ji! Isso é muito bom! - Soonyoung tentou soar otimista, mesmo que triste. - Eu estou muito feliz por você.

Jihoon assentiu, separou o abraço e segurou o rosto de Soonyoung, sussurrando apenas para que o outro ouvisse:

— Dois meses, okay? Você consegue, amor...

— Eu sei, Ji. Dois meses!

Jihoon concordou, e então, selou seus lábios aos de Soonyoung uma última vez.

Quando realmente se separaram, os três ali sorriam, mesmo que chorassem demais.

Despedidas eram dolorosas.

Mesmo que tenham se conhecido sob circunstâncias tão ruins, formou-se ali uma amizade linda que ninguém estava pronto para dizer um "até depois".

Ainda assim, estavam felizes.

Jihoon estava feliz que agora tinham Jeonghan, e Soonyoung não estaria sozinho.

Jeonghan estava feliz por ter Jihoon e Soonyoung como seus primeiros amigos.

Soonyoung estava feliz por ter Jihoon e Jeonghan para o ajudarem durante um processo tão difícil e doloroso.

Estavam felizes.

O policial abriu a porta, e Jihoon limpou as lágrimas.

— Nos vemos daqui uma semana no dia de visitas, hm? Eu vou ligar sempre que permitirem.

Os dois assentiram, e ambos o deram um último abraço antes que Jihoon, finalmente, passasse pela porta, que foi fechada novamente rapidamente pelo policial.

Jeonghan olhou para a porta por alguns segundos antes de olhar para Soonyoung. Seus lábios tremiam e parecia a beira de um colapso. Deu as costas para a porta, chateado, e começou a andar de volta para o próprio quarto. Jeonghan o seguiu, e voltou a falar quando ouviu-o soluçar.

— Você quer conversar...? - Negou.

— Eu quero ficar sozinho.

— Okay... Nos vemos no jantar?

— Sim... Sim, pode ser...

Jeonghan assentiu, e viu Soonyoung andar em passos rápidos e de cabeça baixa até o quarto que, agora, não dividia com mais ninguém.

Sentiu dor.

Não queria precisar se despedir. Não queria precisar ver Soonyoung tão chateado. Não queria sentir-se mal por ver um amigo ir embora dali.

Se sentiu egoísta.

Era bom que Jihoon estivesse indo embora. Jihoon não parou de falar sobre os seus planos na última semana. Aquilo era incrível, deveria estar orgulhoso, deveria estar feliz.

Mas não conseguia.

Talvez tivesse se acostumado demais com a presença de Jihoon, porque agora sentiu como se um pedaço de si tivesse sido arrancado.

Queria estar lá fora também.

Queria estar com Jihoon.

Queria estar com Chan.

Livre.

Sozinho.

Queria nunca ter feito o que fez.

Queria ainda estar vendo Chan todo dia.

Queria não se sentir tão egoísta, e tão mal.

Queria conseguir se sentir bem em saber que Jihoon voltaria a viver sua vida.

Queria não se sentir mal em ver Soonyoung chorando, e saber que aquela seria a rotina pelos próximos dias.

Queria não pensar que, em breve, Soonyoung também iria embora.

E então, Seungcheol.

E estaria sozinho de vez.

Novamente, não teria ninguém.

Novamente, não teria alguém que considerasse uma família.

Queria não pensar demais.

Queria parar de pensar tanto em si mesmo, e conseguir pensar no que era melhor para Jihoon, e mais tarde, Soonyoung e Seungcheol.

Sentiu dois braços em volta de si, e dessa vez, não precisou ver quem era. Reconhecia aquele cheiro. Reconhecia aquele abraço. Reconhecia aquele carinho na cabeça.

Novamente, foi obrigado a se despedir de alguém quando não se sentia pronto.

Mas precisava ser forte. Precisava cuidar de Soonyoung e garantir que ele estaria bem até que também saísse. Precisava tentar o seu melhor para melhorar e sair dali o mais rápido possível.

Não gostava da ideia de, assim como Chan, só ser capaz de ver Jihoon uma vez por mês, com o tempo limitado.

Deixou-se ser abraçado por Seungcheol enquanto chorava naquele corredor.

Quarto A14; JeongcheolOnde histórias criam vida. Descubra agora