- A quanto tempo você tem essas alucinações? - A terapeuta perguntou.
Jeonghan olhava sem parar para o relógio da sala desde que entrou ali.
Marcava dez e trinta e cinco da manhã, mas o que o incomodava não era o horário, e sim o ponteiro de segund...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Acabou.
Tudo que Jeonghan tanto trabalhou naqueles anos havia ido pôr água abaixo.
Havia sido demitido.
Claro, aguentou calado anos de abusos dentro daquela empresa, trabalhando ilegalmente pelo dobro de horas do que deveria, recebendo um salário com certeza injusto ao que fazia, e foi demitido porque não apareceu por cinco dias porque seu irmão estava doente.
Os donos daquela empresa não tinham coração? Jeonghan trabalhava lá a dois anos sem receber folga, e foi demitido por conta de cinco dias?
E nem era carteira assinada para conseguir receber os benefícios da demissão, e muito menos tinha dinheiro para pagar advogados para conseguir seus direitos.
Acabou de vez.
Como diria isso a Chan? Como diria que não estavam mais tão perto de saírem de casa, de acabarem com aquele inferno? Como faria isso?
Recebeu a notícia de manhã, já eram cinco da tarde e não conseguia parar de chorar compulsivamente.
Sentia vontade de morrer.
Estava no terraço do prédio á algumas horas, e perdeu as contas de quantas vezes caminhou até o parapeito, e pensou em acabar com tudo que sentia.
Estava fraco demais, exausto demais, e talvez, em certo ponto do dia, tenha desmaiado no terraço.
Não sabia dizer.
Precisou de mais algum tempo para finalmente se levantar, decidindo que o irmão já estava sozinho a muito tempo.
Desceu as escadas até o andar, e quase caiu na segunda metade dos degraus, mal se aguentando sozinho.
Precisou respirar fundo sozinho mais algumas vezes antes de chegar ao andar que morava. Se sentia a beira de uma crise se ansiedade, e não queria que Chan o visse assim.
Mas assim que chegou ao andar, reparou algo de errado.
A porta estava entreaberta.
Andou em passos rápidos até a porta, e congelou ao ouvir um grito do irmão, parecendo vir do quarto.
Haviam invadido a casa?
Jeonghan se aproximou em passos lentos, tentando passar despercebido. Quando estava perto do quarto, olhou ao redor procurando qualquer coisa que o servisse como arma, achando uma garrafa de vidro de bebida alcoólica no chão.
Respirou fundo mais uma vez, apertando a garrafa em sua mão, e finalmente abriu a porta após escutar mais um grito.
E finalmente percebeu. Havia cometido um grande erro.
Junseo estava de folga naquele dia. Foi um erro deixar Chan sozinho em casa. Junseo estava bêbado, e é óbvio que se Jeonghan não estava lá para defender o irmão, foi ele quem foi atacado.
