026: Yoon Jeonghan

463 69 55
                                    

TW: Briga, sangue, assédio.

TW: Briga, sangue, assédio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Jeonghan-ah.

Jeonghan ouviu a voz que, infelizmente, tanto conhecia, mas dessa vez não sentiu medo, e sim raiva, irritação.

Não estava bem.

Iria sair. Seungcheol já o esperava e estava apenas acabando de arrumar as suas coisas.

Mas não conseguia parar de pensar.

E se, na verdade, não tivesse melhorado nada?

Se surtasse e matasse alguém novamente?

Se esse alguém fosse Chan, Jihoon, Seungcheol ou Soonyoung?

Se não estivesse pronto para sair e sua terapeuta tivesse cometido um erro?

Não conseguia se sentir bem com tal pensamento, então quando Taehan entrou pela porta, não sentiu o medo que sentiu todas as outras vezes que o viu, mas sentiu raiva, impaciência.

— Nem posso acreditar que você ainda está saindo... É tão triste que não vamos mais nos ver, hm?

Jeonghan não respondeu, se contentando em pegar as suas coisas e tentar sair do quarto, tendo seu ombro segurado pelo Hwang.

— Woah, você ficou cheio de atitude depois que o Choi saiu... Relaxa, eu só não quero conversar, Jeonghan.

— Eu estou tentando ir embora, já estão me esperando, licença. - Jeonghan tirou a mão do outro de si, e Taehan sorriu.

Um sorriso que só irritou Jeonghan ainda mais.

— Quem está te esperando? É o Choi? Ou aquele magrinho e o guarda-costas dele?

Tentou passar novamente, e dessa vez segurou o braço de Taehan antes que esse conseguisse tocar seu cabelo.

Não gostava de seu toque.

Era desconfortável.

Não era como quando Seungcheol o tocava. Aquele toque era ruim.

Então, olhou para o vidro. O segurança estava de costas, e a porta estava fechada.

Suspirou irritado e soltou o braço do mais velho.

Não gostava daquela situação.

Não gostava de se sentir pressionado e sem saída.

— Jeonghan-ah, você é forte. - Riu, e o mais novo o olhou. - Não precisa ficar na defensiva. O Choi não está mais aqui para te contar mentiras sobre mim. E você já fez dezoito, não? O que tem de errado?

— Eu namoro, e mesmo que não namorasse, eu nunca ficaria com alguém tão nojento como você.

Taehan riu novamente, e Jeonghan se afastou quando o outro se aproximou.

Não queria estar ali.

Não gostava de se sentir encurralado.

Não gostava de Hwang Taehan.

Queria sair e, finalmente, reencontrar Seungcheol do lado de fora.

Não gostava de se sentir em perigo.

Lembrou do que Hyeju lhe disse:

Estava tudo bem se esconder, e estava tudo bem se defender.

— Jeonghan-ah, então o Choi conseguiu fazer você abrir as pernas para ele?! Woah, eu fico tão feliz por...

Dessa vez, Taehan não pôde terminar a sentença, pois seu sorriso irônico morreu enquanto o punho de Jeonghan encontrava seu rosto.

E dessa vez, quando Taehan caiu ao chão com a mão no rosto, o sangue não só na mão de Jeonghan, como no chão do quarto enquanto Taehan começava a xingar Jeonghan, o garoto não sentiu culpa, nem medo, nem pânico, mas não gostou da sensação de sangue em suas mãos, essas que começavam a tremer.

Então, Jeonghan não se desesperou como quando tudo aconteceu com seu pai. Ao invés disso, caminhou até o segurança, dizendo-o que achava que havia quebrado o nariz de Taehan.

O segurança olhou para o quarto através do vidro.

E assentiu, voltando a olhar para frente.

— Okay. - Jeonghan olhou-o confuso.

— Okay? - O outro assentiu.

— Ele tropeçou, caiu no chão e quebrou o nariz. Você já foi embora. - Jeonghan pareceu ainda mais confuso, e o segurança o olhou. - Yoon, ninguém aqui gosta dele, tá bem? Eu não vou fazer você ficar mais tempo aqui porque você socou um pedófilo, e não tem câmeras no quarto, é a minha palavra contra a dele, e o que eu vi é que você já foi embora, e ele tropeçou e caiu no chão, ouviu?

Jeonghan sentiu-se enjoado.

Independente de quem Taehan fosse, havia feito algo de errado, havia socado alguém e merecia qualquer que fosse a punição para agressão ali dentro.

Não era justo que saísse impune.

Dessa vez, havia sido totalmente proposital. Não se sentiu como um telespectador observando-se agredir alguém de fora, sentiu como se estivesse em perigo. Sentiu que Taehan não iria se calar até que fizesse aquilo. Estava consciente. Não havia sido em um surto.

Mas não ficaria mais tempo ali.

Taehan mereceu.

Não iria se entregar quando o segurança disse-o para ir embora.

Então por mais injusto que isso fosse, foi o que fez. Saiu em passos apressados e passou pela porta de metal sem olhar para trás.

Estava livre.

Havia deixado aquele Hospital.

Estava consciente.

Estava bem.

Tinha melhorado consideravelmente.

Poderia recomeçar sua vida.

Viu Seungcheol e Chan na porta, e imediatamente começou a chorar enquanto Chan o abraçava com força.

Sabia que ambos saiam juntos de vez em quando. Seungcheol queria tornar as coisas mais fáceis para quando o namorado saísse, então havia passado a buscar Chan na escola, ou tomar café com sua tia, e aquilo fazia o coração de Jeonghan bater mais rápido.

E havia o feito sentir-se estranho ver os dois juntos ali, mas um estranho bom.

— Por que a mão do Hyung está machucada? - Chan perguntou quando se separaram do abraço. Jeonghan limpou as lágrimas em seu rosto e sorriu.

— O Hyung caiu e se machucou, Chan-ah.

O mais novo assentiu, parecendo aceitar aquela explicação. Seungcheol o olhou, mas não falou nada. Ao invés disso, se aproximou, deixou um beijo em sua testa e abraçou sua cintura, correndo as mãos pelas suas costas. Então, quando Jeonghan voltou a chorar em seu ombro, sussurrou contra seus cabelos:

Acabou, hm? Está tudo bem.


Fim.

Quarto A14; JeongcheolOnde histórias criam vida. Descubra agora