A Última Centelha

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A lâmpada do quarto piscava a cada cinco segundos, aquilo já estava irritando a garotinha que estava em sua cama, já coberta e pronta para dormir. Lança um olhar para o seu armário onde o seu pai terminava de vistoriar.

— Viu, não tem nada aqui. – Ele diz, desligando a luz de dentro e fechando a porta. – Você não precisa se preocupar.

— Tá bem... Essa lâmpada tá me irritando.

— Amanhã eu a troco, ok? Agora você precisa dormir, já está muito tarde e você já era pra estar dormindo há muito tempo, mocinha.

— Eu queria esperar você chegar papai, me sinto mais segura com você em casa.

— Eu sei... Vou pedir uns dias de folga do trabalho pra ficar em casa com você, tudo bem?

— Tudo bem papai, boa noite.

O homem então beija a testa da criança, e em seguida sai do quarto, mas antes, desliga a luz, deixando o lugar apenas com a penumbra. A pouca luz que tinha, vinha de fora, do poste mais próximo de sua janela.

E foi ali que ela o viu.

As cortinas estavam um pouco abertas e dava para ver a rua e lá havia uma silhueta, parecia uma pessoa bem alta e esguia que a fez franzir o cenho, enquanto fazia força pra enxergar melhor.

A silhueta se aproxima.

______***______

O homem fecha a porta do quarto da filha e suspira, seguindo pelo corredor, estava preocupado com os acontecimentos da cidade e deixá-la com a babá, enquanto trabalha não o confortava muito.

Chegou na cozinha e estacou, seu sangue gelou e seus pelos se eriçaram. A porta dos fundos estava aberta. Ele olha todo o cômodo e se aproxima para fechar a porta, assim que se volta para o corredor, é atingido pelo golpe da figura, o jogando contra a porta.

Assim que cai no chão, ouve o grito de sua filha e seu instinto o faz saltar para cima de seu agressor, desferindo socos e chutes furiosos que derrubam a criatura, o homem consegue correr para o quarto da filha que já não estava na cama e a mesma chorava olhando para a janela onde outra criatura se joga contra, entrando no quarto.

O homem pega a filha pela mão e ambos correm, voltando pelo corredor, a criatura da cozinha se levanta e em meio aos gritos da mais nova, chegam à sala e ele abre a porta, porém a criatura se aproxima com velocidade e a fecha à sua frente.

— Tânia, corre! – O homem ordena aos berros e com uma mão agarra um abajur, quebrando-o na cabeça de um dos invasores. A menina engole o choro e volta a abrir a janela, já se pendurando para sair.

O seu pai acerta um chute na segunda criatura e corre para a mesma janela, onde sem muita cerimônia, se jogou para fora. Sua filha o ajuda a levantar com certa dificuldade e então eles percebem que a rua está mais movimentada que o normal.

Ambos adentram em seu veículo e o homem dá a partida, a pequena Tânia olha ao redor, ainda assustada. A rua estava repleta de criaturas esguias, perseguindo pessoas que fugiam com desespero e alguns agentes começaram a aparecer. O carro segue com velocidade e então some na esquina.

Os agentes do D.E.C.A.S. eram habilidosos, vários Golens foram atingidos por golpes e tiros, sendo derrubados, porém parecia surgir mais e cada esquina havia sido tomada, lojas sendo atacadas, carros batendo em postes, em muros, em outros carros, criaturas arrancando pessoas de suas casas, o caos era generalizado.

Forctown havia sido tomada por Golens.

Um dos agentes é jogado com força contra uma parede e duas criaturas se aproximam com rapidez. O homem perdeu a arma e agora apenas esperaria a morte certa, de olhos bem fechados e coração à mil.

A Herança Animal 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora