─ Por que não posso apaixonar-me por ninguém? ─ Indagou o tom rude e embriagado.
─ É simples. ─ O tom sarcástico o fazia amaldiçoar aquele maldito cupido por toda sua vida infeliz. ─ Você me pertence.
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─ O pai foi muito generoso em te deixar existir. ─ Soou a voz amargurada de meu irmão.
─ Aparentemente a sorte não foi unicamente minha. ─ Eu sorri.
Akutagawa agarrou a mão de Atsushi mais forte, desde que o reencontrou, jurou eternamente o proteger, mesmo no submundo.
─ Você vai fazer falta em casa. ─ Lamentou, seguido de alguns murmúrios.
─ Venha me visitar sempre que puder, as portas da nossa casa estarão sempre abertas para vocês. ─ Ryunosuke sorriu pela primeira vez em muito tempo.
Eu olhei para a maca. Um silêncio se instalou, as paredes brancas e a sala mal iluminada cheirava a remédios. Desde que tudo aconteceu, o hospital se tornou a minha segunda casa.
Retirei as flores mortas do vaso, e as substituí por flores vivas.
─ Ele acordará logo. ─ Afirmou Nakajima.
─ Sei que sim.
─
A
lguns anos se passaram e Nakahara permanecia em coma. Minhas emoções humanas ainda eram confusas. Parte de mim ainda dizia que você acordaria, outra parte amaldiçoava a minha própria existencia. Me doía, uma dor incurável, hedionda.
Ouvi o telefone fixo tocar, eu o atendi na esperança de alguma notícia verdadeiramente boa sobre você.
─ Alô?
─ Olá, boa tarde, sou atendente do hospital City University, em Yokohama. Gostaria de falar com o senhor Osamu Dazai, responsável pelo paciente Chuuya Nakahara.
─ Estou ouvindo.
─ O paciente acordou essa manhã, por volta das 08:30. O senhor pode vir visitá-lo até as 10:40 da manhã de hoje.
Um sentimento de esperança me encheu o peito, nenhuma notícia era tão boa quanto aquela. eu estava tão contente em saber que poderia novamente ouvir a voz do meu amor. Eu larguei o telefone, e pegando as chaves de casa, saí disparado em direção ao hospital.
─ Senhor? ─ A atendente o chamou pelo telefone já desligado.
E no hospital, ansioso, dei minhas informações, me direcionaram ao quarto 401 no quarto andar. Dentro do elevador minhas mãos suavam, eu batia o pé, crente que aquilo aceleraria as coisas. secava as mãos na calça e batia com o piercing nos dentes.
Ao achar a porta que indicava o número correspondente ao papel, eu bati antes de entrar.
─ Entre. ─ Soou uma voz feminina de dentro do quarto.
Assim que eu entrei vi seus olhinhos brilharem, você sorriu ao me ver, e depois de anos meu amor por você ainda era o mesmo.
─ Dazai! ─ Você exclamou.
Eu corri até você e te abracei. Todos os anos sem ouvir sua voz eram torturantes.
─ Meu amor, eu estou tão feliz.
─ O que aconteceu? ─ Você perguntou e por um tempo eu gelei.
─ Então, senhor, Chuuya esteve desacordado por muito tempo e por isso ele se recordará vagamente de algumas lembranças. Mas nada que o tempo não resolva, com bastante calma, ele estará melhor.
─ Quando poderei sair daqui? ─ Indagou Chuuya.
─ Não posso te afirmar uma data certa, mas em algumas semanas você receberá alta. Ainda precisamos fazer alguns exames.
─ Certo. ─ Soou desanimado, apressado como sempre.
─ Vou deixar os dois a sós. ─ A doutora, esguia, canelas finas e um cabelo curto esvoaçante saiu batendo com o salto no chão.
─ Estou aqui há quanto tempo?
─ Alguns anos. ─ Você pareceu assustado, tremendo pegou uma flor do vaso e a cheirou.
─ O que fez durante todo esse tempo?
─ Esperei por você. ─ Eu sorri.
─ O que vai acontecer daqui pra frente? ─ Você cheio de dúvidas perguntava sem parar, eu fazia questão de responder tudo o que quisesse saber.
─ O futuro é uma incógnita, pequeno.
─ Você ainda vai estar ao meu lado?
─ Eu sempre vou estar ao seu lado, sempre. ─ Você sorriu, e eu me dei conta do quanto eu te amo.
─ Eu amo você, Dazai.
─ Eu também amo você, meu menino.
E o fim, é apenas um recomeço.
─Fim.
─notas do autor: ACABAMOS AMIGOS, cara foi simplesmente incrível escrever essa história, eu espero que vocês gostem de ler da mesma forma na qual eu gostei de escrever. Obrigado a todos que acompanharam até aqui e obrigado pelos incentivos. Foram vocês que fizeram isso acontecer. Amo todos vocês!!
