Capítulo 16: Interrogatório

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A figura ruiva se revirava na cadeira, suava frio e repetia a mesma mentira repetidas vezes: tudo ficaria bem.

Olhando de fora, o cabelo grudado ao rosto úmido e a coluna estremamente curva lhe davam um semblante perturbador. Sua sanidade havia se esvaído junto ao suor, lágrimas e toda a dignidade que um dia acreditou ter.

─ Sr. Nakahara, eu peço que se acalme e nos conte detalhadamente o que aconteceu na noite anterior. ─ O homem mantinha uma boa postura, gesticulava exageradamente e parecia o julgar por estar fracassando com o seu trabalho. ─ Se não cooperar, a justiça não estará ao seu lado.

Chuuya não havia dormido, nem sequer se alimentado. Respondia as perguntas mas não era capaz de formular frases.

Seu estômago se embrulhava ao lembrar do ocorrido.

A mãe de Shirase era consolada por parentes, a entregaram água com açúcar e a pediram calma. Não tinha um semblante choroso, o colírio que escorria pelo seu rosto era tão fajuto quanto a sua tristeza. Sra. Buichirō odiava o filho caçula.

─ Senhor Nakahara, eu peço que contribua com a investigação. O que aconteceu com Buichirō Shirase na noite passada? ─ Quanto mais o oficial falava, menos Chuuya ouvia.

Dazai havia saído há pouco tempo, mesmo que Chuuya estivesse abalado o suficiente para notar sentiu falta do afago que lhe implorava calma, quando todo o resto lhe cobrava pressa.

A atenção de todos fora direcionada a batidas na porta. Osamu pediu por licença e seguidamente entrou na sala, vestia um terno escuro e segurava uma mala junto a si. O ruivo balançou a cabeça, pensou ter alucinações.

─ Eu sinto muito, mas o senhor não tem o direito de entrar no meio de um interrogatório. ─ O delegado se levantou.

O dono de fios castanhos caminhou apressadamente pela sala.

─ Osamu Dazai, advogado do Sr. Nakahara. ─ Estendeu a mão para um breve cumprimento, lhe entregou um cartãozinho seguidamente.

─ Afirma? ─ Indagou a Chuuya.

Piscou algumas vezes tentando ligar uma coisa a outra, mas sem sucesso apenas concordou com a situação.

─ Por favor, sente-se.

─continua no capítulo 17.

─notas do autor: ultimamente tenho me identificado muito com esse ruivinho aí.

Cupido ─ SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora