Capítulo 2: Flor azul

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Avisos:
O capítulo a seguir aborda
temas sensíveis para a leitura,
como: automutilação.
Caso seja sensível à esse tipo
de conteúdo peço que não
leia.
Atenciosamente: Belphegor.
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O sol nascia em um horizonte distante, em um futuro distante, à uma esperança distante, à sonhos distantes. Inalcançável, era o que você repetia em diversas e diversas vezes, como um maldito looping, era cansativo estar ao seu lado, toda essa merda era completamente exaustiva.

Eu te amava, mas você me fazia mal pra caralho.

Saí da rotina pacata e a vida remota de dentro de meu lar, uma chácara pequena e apertada no interior da cidade, afastada de tudo, afastada de todos, era o que precisava no momento, silêncio, não era como se adiantasse saudades sua martelava em meu coração destroçado que clamava por atenção, concluí que aquela era a pior dor que já sentira.

Balançava o pequeno cesto de palha em mãos em meio à pequena floresta rodeada de flores de diversas formas, cores e aromas diferentes, era mórbido, porém acolhedor.

Levei as pontas dos dedos na intenção de recolher a flor azul exótica que brilhava em contraste às outras, mas afastei a mão chiando em dor, o corpo espinhoso da flor entrara em contato com os cortes nas pontas dos dedos, eles se encontravam ali alguns minutos depois de você partir, como uma divida de um erro nunca cometido.

Precisava sentir dor para esquecer de você.

Apertei os quatro dedos juntamente, fazendo com que o polegar ficasse de fora, escorria sangue e pingava sobre a grama úmida da chuva da noite passada. Observo a flor ser arrancada, e levanto a cabeça ao encontro de seus olhos, eles brilhavam como se pedissem perdão por algo que não era sua responsabilidade.

A flor enfeitava meu cabelo agora, você a colocou ali.

─ Quem é você? ─ Perguntei, pela segunda vez na semana, propício a ouvir suas mentiras grotescas.

─ Sou seu cúpido. ─ Insistiu e o olhei com desdém, seres celestes não existem. ─ Posso cuidar disso pra você? ─ Perguntou agarrado em meu pulso e fixado na ponta de meus dedos, que manchados, não pingavam mais.

─ Eu posso resolver isso sozinho. ─ Puxei minha mão para perto do peito, eu não preciso de você.

Bem, eu não precisava de você.

─ Algum dia... ─ Proferiu, atraindo minha atenção para você ─ Você vai alcançar algum dia. ─ Você afirmou enquanto encarava o tom aroxeado que tomava o céu, o seu olhar era de determinação e eu não precisava de um espelho para saber que meus olhos brilhavam ao te admirar.

É porque você me afirmou ser possível enquanto meio mundo dizia ser inalcançável.

─continua no capítulo 3.

─notas: acho detestável ter que dizer sobre isso aqui, porém uma pequena parte do capítulo aborda um tema um tanto quanto sensível (auto-mutilação) para mim e acredito que para todos, peço que não destratem ou mencionem de mau jeito o assunto, feridas nunca se curam 100%, se estiver passando por algo parecido peço que procure ajuda.

meu pv estará sempre aberto.

Cupido ─ SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora