Capítulo 21: Noites cinzentas

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No dia em que confessei meu amor o sol não nasceu.

─ Acordou?

Do lado de fora chovia, o céu cinzento era refém de relâmpagos e trovões passageiros.

─ Como está se sentindo? ─ Indagou.

─ Melhor. ─ Com a voz falha, repondeu a contragosto.

Recebeu um beijinho na testa.

─ Vou trazer o café. ─ Se retirou do cômodo.

Se direcionou a cozinha, pegou um prato e o ocupou com torradas, geleia e morangos. Levou o prato para o quarto e o colocou na mesinha de cabeceira. Nakahara se virou para o lado oposto, resmungava, se enrolava nos lençóis e dispensava a ideia de se levantar.

─ Meu bem, preciso que você coma.

Se emaranhando entre os lençóis, Chuuya permanecia quieto, e só após uma insistência longa por parte de Dazai, se pôs a comer.

─ Vamos a terapia hoje, tudo bem por você?

─ E você?

─ Eu? Eu vou estar onde você estiver. ─ Suspirou. ─ Eu perderia meu cargo de cupido por você.

─ Por que nutre sentimentos por mim?

─ Porque eu amo você. ─ Confessou, percebeu não ser uma boa hora.

─ Eu não tenho nada a te oferecer. ─ Não tinha forças pra se sentir amado.

─ Ter você é suficiente.

─ Dazai ─ Osamu prestou atenção, eram raros momentos em que Nakahara o chamava pelo nome. ─ Por favor, não me ame.

─ O que?

─ Por favor... ─ Ele chorava, gaguejava e parecia perder o controle da situação. ─ Não me ame.

─ Eu não consigo.─ Fez questão de tentar o acalmar, mas se sentia tão abalado quanto. ─ Me desculpe, querido. ─ Gaguejou.

Naquela noite cinzenta, um cupido chorou por amor.

─continua no capítulo 22.

─notas do autor: vocês não têm noção do que ta por vir, me aguardem.

Cupido ─ SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora