Ainda iremos nós reencontrar

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Gon Freecss

15/01/** Tokyo/Kantō 12:34

O tempo passou tão rápido, já haviam dezoito dias que eu estava em Tokyo. Sinceramente, a cultura aqui é bem diferente; eu prefiro o Brasil, menos rígido e com um toque especial de mistura. O Japão tem sua própria, mas o Brasil tem uma mistura diversificada, e é isso que para mim, o torna especial.
Agora, já era o horário do almoço, e como sempre, a esposa do meu pai preparando o típico prato japonês. É estranho, por isso não me atrevo a esperimentar.:
-Gon, Kurapika! arrumem a mesa.
Como sempre, Maya me manda arrumar as coisas básicas junto com Kurapika. Ela não é chata, mas não sei ao certo se minha confiança vale nela.
Assim que terminamos, a mulher diz:
-Querido, não quer provar hoje algo diferente?
Neguei com cabeça:
-Eu prefiro não comer.
Sorri, ela apenas me compreendeu e comecei a fazer meu almoço. Até porque, Maya não conseguia aprender outras receitas.

Enquanto todos nós estávamos na mesa, meu pai no trabalho, claro. Kurapika decidiu perguntar:
- Ei, Gon! -Olhei para ele- Cê lembra do Killua?
Sorri fraco; ele era muito carismático e compreensivo, uma das melhores pessoas que eu já conheci. É uma pena que não tenha o reencontrado novamente:
- Sim.
-Então, sabia que graças a você, ele voltou a tocar?
Pisquei algumas vezes, como assim?:
-Filho, não é aquele seu amigo... De cabelos brancos?
-Esse mesmo! -Eu não estava entendendo absolutamente nada- ele voltou a tocar guitarra e violão. Tudo graças ao Gon.
Fiquei meio confuso, e então para tirar minha dúvida perguntei:
-Pode me explicar o que está acontecendo?
-Killua, ele é um homem meio complicado. E, um compositor, geralmente corroe o passado, e tem crises de ansiedade. Isso se você perceber que ele tem muitos cortes fundos no braço, além de tomar medicamentos controladores. -Suspirou, me senti com um aperto no peito em saber daquilo. Era cruel demais para uma pessoa tão generosa quando ele. Doía em saber que Killua passou por tanta coisa- E, ele voltou com o violão, porque queria voltar a se compreender. Leorio acabou de me contar o motivo, e foi tudo graças a você, Gon.
Sorri, era bom saber aquilo, muito bom.:
-Sabe; o Léorio quer fazer uma surpresa pro Killua -Olhei curioso enquanto comia-, então, Leorio quer te levar na casa dele.
Meu rosto rubrou, e sem querer me engasguei com a comida:
-Q-que!?
-Vamos lá, Gon! Por favor.
Respirei fundo, e olhei para o lado.:
-Eu ficaria feliz em ver a pessoa que me ajudou, agradeceria ela -Maya comentou, e sorriu para mim-, ele é uma ótima pessoa, talvez até um ótimo namorado, em.
-M-Maya!
Meu rosto esquentou mais ainda, e me levantei saindo correndo para o quarto. Ouvi risadas da cozinha, e tranquei a porta.

Um tempo depois, a porta bateu, e quando vi, era Kurapika:
-O que você quer aqui!?
-Quero saber se você vai querer ver o Killua.
Respirei fundo, e dei espaço para ele entrar, quando fez isso, fechei a porta desesperado:
-Ta, pode ser. Mas... -Olhei para o lado- P-pode me ajudar a escolher uma roupa?
Ouvi uma risada alta de Kurapika, e isso fez eu me arrepender no mesmo instante.:
-Ta bom então, Gon.

Um tempo depois, eu tomei um banho e vesti a roupa que o loiro escolheu: um short verde jeans, com um tênis branco e uma camisa comprida, que cobria até mesmo o short, sua estampa de um sapinho, que na minha opinião achei muito fofo. Vesti também algumas pulseiras pratas, e uma tornozeleira.:
-Você tá muito fofo!
-Cala a boca, Kurapika.
Falei emburrado e ele riu:
-Vamos indo, já falei pro Leorio, vamos passar na casa dele primeiro, e depois na de Killua.
Respirei fundo, e peguei meu celular meio cabisbaixo:
-Sabe... Não sei muito bem se essa roupa está boa. -Lhe encarei- Não tenho certeza, talvez se escolher outra-
-Gon, você, é você; ninguém liga para as outras pessoas! E o mais importante é o que temos dentro, não fora, né?
-Se é assim... -Sorri- Vamos logo! Não quero me atrasar!

Eu estava muito ansioso; nervoso; animado ao mesmo tempo. Ver Killua novamente é uma ótima oportunidade. Eu quero saber mais sobre ele. Quero ajudá-lo a esquecer o passado terrível que teve. Por mais que dias já houvessem se passado, nunca o retirei da minha cabeça por um segundo. Não sei bem o motivo, mas sei que meu coração palpita mais rápido ao lembrar daquele sorriso sincero dado por ele. Killua... Ele é tão facinante, que me dá tanta curiosidade.

03/05/24

As letras que escrevi a você. •Killugon•Onde histórias criam vida. Descubra agora