Killua e seu antigo paradeiro

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"Eu sou Rit, você é Fit, nós dois, somos perfeitos juntos."

16/01/** Tokyo/ Shibuya 8:59
Gon Freecss

  Acordei com o barulho do celular vibrando, quando abri meus olhos, percebi que Killua estava ao meu lado, dormindo tranquilamente. Meu rosto rubrou, e sorri com um olhar bobo, claramente o albino não queria ter acordado. Estávamos frente a frente, sua mão estava em cima da minha cintura, e a outra estava eu deitado em cima. Minhas mãos o abraçavam, não entendi como fomos parar naquela posição, mas sei que eu estava confortável. O maior esfregou os olhos, e me encarou:
-Bom dia...
-B-Bom dia.
Sorri, Killua pegou o celular e desligou o alarme, assim, me encarou:
- Vai ficar deitado em cima do meu braço?
Me aconcheguei mais e enfiei meu rosto em seu peitoral:
-Fica deitado mais um pouco, não vai fazer nada mesmo.
Ele só suspirou e ficou deitado mais um pouco.

  Depois de alguns minutos, levantamos, e o albino comentou:
-Vai tomar um banho, Gon. Eu vou fazer café.
Ele jogou uma toalha em meu rosto e bufei, Killua riu:
-Não precisava disso!
-Pega uma roupa no meu guarda roupa, veste e vai pra cozinha.
Piscou e saiu do quarto, suspirei e sorri bobo, como aquele ser consegue me fazer sorrir?

  Depois de tomar um banho, resolvi colocar uma camisa azul do albino, e coloquei meu short mesmo. Até porque era só a camisa que servia em mim.
  Abri a porta, e dei de cara com a irmã do meu amigo, ela sorriu e comentou:
-Fofo? Você dormiu aqui!
Me agarrou e abraçou, suspirei e a empurrei de leve:
-Bom dia... Cadê o Killua?
A menina pareceu um pouco enfurecida, e me respondeu:
-Ele tá fazendo o café, mas... Não quer- antes que ela terminasse de falar, dei de ombros e fui para o andar de baixo.

  Quando cheguei, a mesa estava arrumada, e ainda mais com os bolinhos de frango! Aí como eu amo aquele prato, Killua sorriu quando me viu dizendo:
- Aprendi a fazer... Pode comer.
Fui até a mesa e me sentei na cadeira, logo após comecei a comer.
  Killua riu enquando eu comia, e a menina logo se fez presente novamente:
-Hun... O que é isso!?
Olhou atentamente para a comida que Killua havia feito para mim, e logo me fitou:
-É do Gon, Alluka. Você já sabe fazer comida sozinha.
Continuei comendo sem dar a mínima, e o albino me puxou para perto.:
-Gostou?
-Tá muito bom! Você tem que ensinar Maya, ela não sabe fazer.
-Então... Gon, quantos anos você tem?
Perguntou a moça, ela se aproximou e sentou em frente a mim e Killua.:
-Dezenove.
-Eu sou um ano mais velho que você.
Comentou Killua, rimos e Alluka falou:
-Eu tenho quinze.
-Legal...
Falei meio desinteressado, mais logo o platinado conseguiu me animar de novo.

  Depois do café, me ofereci para arrumar a cozinha, Alluka fez o mesmo, e Killua falou que ia se arrumar. Então, enquanto estávamos eu e a garota ela falou:
-Conhece Killua a quanto tempo?
-Uns... Dezoito dias.
Respondi limpando a mesa, mas pude reparar no sorriso travesso que ela deu:
-Killua Zoldyck... Você sabe quem ele é?
-Estou procurando saber por ele mesmo.
Cocei a nuca e seus olhos estavam brilhando, me senti meio desconfortável, mas Alluka continuou:
-A família Zoldyck, é bem conhecida aqui no Japão, me surpreende você não saber quem é.
-Então... É que eu não sou daqui, sou do Brasil.
Sorri, ela se aproximou ficando a sentimetros de mim:
-Ou, deveria estar sabendo com quem tá cê metendo. Fica esperto.
Me mostrou uma faca, claramente ela era afiada, isso me deu um nervosismo, mas a garota estava certa... Eu deveria saber quem era Killua, Zoldyck.

  Quando terminamos de arrumar a cozinha, o albino apareceu com um moletom e um short preto que cobria até o joelho, suspirei, e olhei para o lado:
-Ei, Gon. Bora, quero te levar em um lugar.
Sorri e afirmei saindo junto com ele. Killua me ajudou a subir na moto, e logo a ligou nos levando para um lugar, no qual eu já sabia onde.

  Aquele campo... Quando paramos, e fomos até lá, sentamos um ao lado do outro, e ficamos em silêncio:
- Olha... -Encarei seus olhos azuis- Por que você tá nervoso, Gon?
Soei frio, como ele sabia daquilo? Eu jurava que tava literalmente normal aos olhos dele. Suspirei e decidi contar a verdade:
-Alluka... Me falou para tomar cuidado com... Você.
Ele olhou despreocupado, mas pude perceber a tristeza em seus olhos. Logo Killua se pronunciou:
-Zoldycks... A família mais famosa por casos de homicídios qualificados -Olhei meio incrédulo, mas Killua não me olhou de volta, apenas encarou o chão -, geralmente, é assim mesmo que acaba. As pessoas vão embora, por medo de ficar ao meu lado... É assim. Sempre foi assim.
Seus mãos estavam trêmulas, e seus olhos lacrimejando, por algum motivo, eu tinha certeza que Killua não queria me perder. E eu também não queria deixá-lo. Sorri fraco, e peguei suas mãos trêmulas, as acariciando. Ele me encarou esperando algo que eu fosse dizer:
- Bobo, você é muito bobo, Killua -Ri e acariciei suas mãos gélidas-, nem sempre, somos o que dizem que somos. Aprendi isso com minha mãe, ela sempre me ensinou, nunca julgue um livro pela capa. E nunca vou jugal você, por ser de uma família de assassinos. Se você não mata porque quer, então a culpa não é sua.
Ele sorriu fraco, e encarou a relva:
-Obrigado, Gon...
-Pelo que? -Ele sorriu minimamente- somos amigos... Amigos sempre se ajudam!
Ele me puxou para um abraço, e sorri, era bom vê-lo assim, apenas nós dois assim. Meu coração palpitava tão calmo mas forte ao mesmo tempo!
Killua era uma pessoa incrível... Não tinha motivo para perdê-lo. Agora, eu só queria sentir Killua como um amigo... Ou até algo melhor.

05/05/2024

As letras que escrevi a você. •Killugon•Onde histórias criam vida. Descubra agora