Meu sol [2]

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"Haja poesia para demonstrar o que aquele sol sente pela rosa vermelha."

17/01/** Tokyo/Shibuya 19:59
Killua Zoldyck.

  Enquanto eu e Gon estávamos próximos, eu encarava discretamente a lua, tão bela aos meus olhos. Suspirei e o olhei, a lua pode ser linda; mas aqueles olhos caramelos me faziam ficar sego de tanta sinceridade e pureza que eles refletiam. Era a mais bela jóia que o mundo nunca se pôs a conhecer.:
-Vamos na roda gigante?
-Acho que não seria uma má ideia.
Respondi calmo, e segurei suas mãos acariciando-a, logo Gon deu um sorriso de canto:
- Killua... -O olhei, seus olhos eram tão cintilantes, lindos, era realmente mais brilhoso que o próprio sol-, eu gosto de você.
Dei um sorriso mínimo, e selei sua testa:
-Eu também gosto de você, meu sol.

  Quando chegamos no brinquedo, não tinha muitas pessoas, então depois de alguns minutos entramos em uma "cabine" onde estava apenas nós dois. Ele se sentou ao meu lado, e logo abraçou o brinquedo de pelúcia que eu lhe tinha dado, acariciando a rosa.:
-Gon... -Dessa vez, eu o chamei, e logo seus olhos me fitaram- Quando é seu aniversário?
-É... Cinco de maio. -Sorriu envergonhado- E o seu?
-Sete de Julho. -Comentei olhando para fora- Mas eu sou mais velho que você, eu acho... Tenho vinte anos.
-Ha! É mesmo, eu tenho dezoito.
Coçou a nuca envergonhado, e logo encarou o chão, já eu, fiquei observando as estrelas no céu.

  O silêncio ficou presente por alguns minutos, encarei o garoto que observava o céu escuro, e suspirei:
-Parece tão chato quando você olha pro céu e não encontra nada.
Gon não comentou nada por um breve momento, até ele se virar e logo sorrir triste.:
-Se você olhar por outro ponto de vista, o céu... É lindo em todos os sentidos.
-Não vejo esse seu ponto de vista.
Me senti derrotado, e Gon voltou a olhar para fora. Cruzei os braços e esperei ele voltar a sua atenção a mim. O que demorou um tempo.:
- Eu não sei como você interpreta isso, mas acho que a noite, é uma liberdade que temos. -Comentou sussurrando- A noite, é misteriosa, mas de certa forma é uma liberdade que temos para explorar esse mistério.
-Gon.
O chamei levemente irritado, com isso, ele apenas franziu a sobrancelha e encarei seus lábios, me aproximando rápido e lhe dando um selinho. O moreno piscou algumas vezes e sorriu envergonhado.:
-Bobo, ficar me dando beijos toda hora é difícil aguentar o surto.
-Baby, eu não tenho culpa. A culpa, é do meu coração, que é caidinho por você -Pisquei para o Frecss, que rubrou-, é a verdade.
Dessa vez, o mais baixo tomou certa atitude, se aproximando e selando de leve os meus lábios. Segurei sua face, e continuei aquilo como um beijo; quente, mas apaixonado, desesperado por aquele amor que apenas uma única pessoa poderia me conceder. Se o beijo fosse frio, a graça era mínima. Mas vindo de Gon, é tão inexplicável, quanto o inexplicável.
  Não existe lógica, nem matemática, nada, para explicar o porquê, eu sou totalmente louco por Gon Freecss. O beijo parou por falta de ar, e seu rosto estava totalmente rubro. Seus olhos me encaravam emburrecidos, suas bochechas inflaram e Gon se fez com uma expressão brava:
-Não gostei! Por que você tem que me dar beijos do nada!?
-Eu... Não foi do nada.
Comentei meio envergonhado por ser verdade, eu gostava, amava, adorava, todos os sinônimos possíveis para dizer que Gon era a minha pessoa escolhida. Mas... Não sei como dizer aquilo. Cocei a nuca, e olhei-o meio chateado:
-Descule, Gon, é que... -Respirei fundo, e encarei o Freecss- Quando se ama alguém é difícil aguentar.
Ele me encarou, não incrédulo como as outras fizeram, mas seus olhos eram compreensivos e apaixonados, tanto que por um tempo, eu acreditei que ele iria me rejeitar. Abaixei a cabeça, e Gon a levantou:
-Você me ama, Killua Zoldyck?
-Eu te amo... Gon Freecss.
Afirmei sem alguma excitação, e então Gon sorriu, e deu uma risada breve acariciando minha face:
- E quem tem que tomar atitude aqui, eu ou você?
Pisquei algumas vezes e sorri de canto, a roda gigante estava quase chegando ao fim, meu coração palpitava fortemente, e então com esse medo todo que logo foi corrompido, comentei:
-Eu até queria tomar a atitude de te chamar de amor. Ou melhor, te pedir em namoro, mas acho melhor escondermos isso por um tempo -Ele me encarou com uma expressão de dúvida-, está lembrado que temos outras pessoas para falar sobre isso? Além do mais, eu quero que todos te conheçam, como meu.
-Possessivo! -Gon ri, e continua- Você está indo lá na empresa né? Kura me contou.
-Eu estava planejando contar, mas já que ele fez isso por mim. Não precisa mais, né?
A roda parou, e logo quando descemos, Gon começou a me puxar para qualquer lugar que ele ia. E fomos em quase todos os brinquedos do parque.

  Bom... Hoje foi um dia maravilhoso, pude me confessar e fui correspondido pela pessoa que eu mais quero. Meu coração voltou a palpitar novamente, e eu já tenho uma felicidade que está estampada em meu rosto. Gon me ajudou a reviver, mas... O que eu enfrentarei daqui para frente, agora? Isso não é tão importante, porque agora eu tenho alguém, que em qualquer momento, vai me ajudar a levantar...

As letras que escrevi a você. •Killugon•Onde histórias criam vida. Descubra agora