O toque sutil das mãos quentes dele causaram um arrepio pelo corpo da garota.
Kiyomi suspirou quando virou o rosto e notou o quão próxima estava do garoto, podia ver todos os detalhes de seu rosto e via verdade em seus olhos.
Ele realmente estava a amando.
E em um rompante de coragem, sua boca se uniu a dele.
O beijo, apesar de ambos quererem, também os pegou de surpresa, era quente e diferente. O Haitani nunca havia beijado uma garota como aquela, que tinha um toque delicado que o fazia ansiar por mais.
E Kiyomi? Ela nem mesmo havia dado algum dia um beijo daqueles, apenas selinhos sutis quando mais nova, pois na América os garotos eram mais atrevidos que no Japão.
Algo estava certo e algo estava errado.
O Haitani tinha uma das mãos no rosto dela, guiando os movimentos, sentindo o sabor adocicado da garota que ele quis por muito tempo, e finalmente estava tendo. Era um sentimento de vitória.
Já Kiyomi não sabia bem o que fazer, mas estava tentando acompanhar o mais velho, tentando fazer seus lábios se moverem na mesma velocidade que os dele, mas...
Não encaixava.
Kiyomi suspirou no beijo quase querendo chorar. Não por estar sendo ruim, mas por que não era o que ela esperava. E nem era com ele que ela queria que aquele momento acontecesse.
Quando se afastaram, ela apenas murmurou um desculpe e se retirou rapidamente pra casa, o que era algo que não fazia normalmente.
O Haitani a observou se afastar e soltou um sorriso cafajeste, porra ele estava conseguindo, ali estava ele conseguindo quebrar a garota inquebrável. Ele a faria chorar, apenas uma lágrima, então, a aposta estaria paga e ele ficaria com ela, apenas pra ele.
A garota corria para casa como não corria a muito tempo, abriu a porta rapidamente e a fechou com as próprias costas, jogando a bolsa no chão e escorregando contra a porta.
– Por que?! Por que não consigo amar outra pessoa?!
Depois de anos segurando suas lágrimas, ali estavam elas, tudo que não chorou quando lhe abandonaram, tudo que não chorou quando foi embora afim de não mais atrapalhar a vida dos outros.
– Por que eu não conseguia te chamar de irmão como chamava os outros?! Por que eu tive que te amar?! – Ela passava a mão nos cabelos tentando se acalmar – Agora mal consigo beijar outra pessoa sem pensar que está errado!
O desespero era audível. Quase palpável. Os vizinhos quase ligaram para a polícia, ouvindo os gritos de dor e o choro da garota que ecoava pelo bairro.
Mas alguém estava passando ali perto, curiosamente, e ouviu aqueles lamentos de dor. Alguém ouviu aquela garota quebrada chamar pelo homem que amava desde que se entendia por gente.
E ele ficou ali.
Ficou ali a madrugada toda, no meio-fio da casa dela, ouvindo cada grito, cada súplica, cada vez que ela esperneava contra si própria e clamava aquele nome.
E quando finalmente tudo ficou silencioso, ele observou pela janela que ela havia adormecido, talvez Kiyomi precisasse daquilo.
Mas ele não podia aguentar, e foi por isso que levantou e foi atrás de sua irmã, ela era a única que podia ajudar a garota que ele conhecia a anos. A garota que era parte da família dele.
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não pago terapia de ninguém, bjs
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Rainha de Copas - Tenjiku
FanfikceUm coração ferido. Palavras ditas com ódio. Afastaram um amor anos atrás. Agora eles se reencontrariam em meio a uma aposta. "- A partir de amanhã, me chame de Rainha."