𝐁𝐞 𝐄𝐱𝐜𝐢𝐭𝐞𝐝 - 𝐋𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐍𝐨𝐫𝐫𝐢𝐬

Cap 11

Maya Bianchi

O dia estava abafado, como sempre, e a brisa quente do Rio de Janeiro batia levemente no meu rosto enquanto eu caminhava pela praia. Lando estava ao meu lado, andando em silêncio, sua presença ocupando todo o espaço ao meu redor. Ele estava de bermuda e uma camiseta preta, o que tornava ainda mais evidente sua postura relaxada e despreocupada, ao contrário de mim, que tentava não ficar tão focada na tensão que crescia a cada minuto.

Eu podia sentir os olhares das pessoas sobre nós, mas Lando parecia imune a isso, como sempre. Ele não se importava com nada. Não se importava com as câmeras que estavam ao redor, nem com o fato de eu estar praticamente de biquíni enquanto ele me observava com aqueles olhos tão arrogantes. Eu só queria algum tipo de distância dele, mas ao mesmo tempo, sentia uma curiosidade irresistível.

Nós não falávamos muito, exceto pelas trocas secas de palavras que se tornaram rotina. Mas o que acontecia entre nós, fora das palavras, era muito mais carregado. O clima quente do Rio parecia amplificar tudo. Os olhares rápidos que ele me lançava, os sorrisos curtos, tudo parecia um jogo, mas eu sabia que, no fundo, algo mais estava sendo testado.

— Você vai ficar só me ignorando o tempo todo? — Lando quebrou o silêncio, sua voz ainda carregada de sarcasmo.

Eu virei a cabeça, tentando controlar o olhar, mas sabia que ele já tinha captado o desconforto em mim.

— Eu não estou te ignorando, Norris. — Respondi, tentando não demonstrar a irritação que estava tomando conta de mim.

Ele parou por um momento, analisando-me com aquele olhar impassível, como se eu fosse uma peça de um quebra-cabeça que ele tentava montar.

— Sei. Mas parece que sim. — Ele se aproximou um passo, o espaço entre nós diminuindo, e eu me senti mais nervosa. A proximidade dele tinha esse efeito.

Eu dei um passo para o lado, querendo manter a distância, mas Lando simplesmente seguiu, colando-se novamente a mim, sem pressa, sem pudor.

— O que você quer, Norris? — Eu finalmente perguntei, cansada da situação. A tensão estava insuportável, e ele estava fazendo de tudo para intensificar isso.

Ele sorriu de forma arrogante, um sorriso tão característico que quase me fez revirar os olhos.

— Eu? — Ele riu baixinho. — Eu só quero ver até onde você vai tentar fugir.

Eu queria dizer algo mais, algo que o fizesse recuar, mas as palavras estavam presas na minha garganta. Lando tinha essa habilidade de me deixar sem reações, de me fazer questionar as minhas próprias intenções. Mas a verdade era que eu sabia o que ele queria, ou melhor, sabia o que ele esperava que eu quisesse. E isso era exatamente o que me fazia querer me afastar cada vez mais.

Aos poucos, ele foi diminuindo a distância, o ar ao nosso redor se tornando ainda mais pesado. Eu podia sentir o cheiro do seu perfume misturado com o sal do mar, a vibração da sua presença me afetando de uma maneira que eu não queria admitir. Eu não queria que ele tivesse esse poder sobre mim.

Quando ele finalmente parou na minha frente, seus olhos fixos nos meus, senti o calor subir para meu rosto. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e eu sabia que ele estava se divertindo com isso. Ele sempre estava se divertindo.

— O que você está fazendo, Lando? — Perguntei, a voz mais baixa do que eu gostaria, tentando controlar a ansiedade que tomava conta de mim.

Ele se aproximou ainda mais, fazendo-me dar um passo para trás. Lando riu, aquela risada característica de quem sabe que está no controle.

— Eu só estou vendo se você vai ceder, Maya. — Ele disse, com uma leve provocação na voz. — Sei que você sente a tensão. Não é só eu. Não se faça de difícil.

Minha respiração falhou por um segundo, e o calor aumentou, não apenas por causa do sol, mas por causa dele. Ele estava se aproximando de novo, e eu sabia que não conseguiria resistir a isso por muito mais tempo.

Mas antes que ele pudesse dar outro passo, eu recuei, meu corpo instintivamente tentando colocar mais distância entre nós. A realidade de nossa situação me atingiu de uma vez — estávamos em uma praia, com as pessoas nos observando, e eu não queria ser mais uma vítima do seu jogo de poder.

— Você é insuportável, Norris. — Respondi, a raiva tentando suprimir o desejo que ele havia despertado em mim.

Lando apenas sorriu, satisfeito, como se tivesse ganhado algum tipo de batalha. Ele se afastou um pouco, mas não antes de lançar um olhar cheio de significado, como se soubesse exatamente o efeito que causava em mim. Eu senti meu corpo inteiro se tensionar, querendo sair daquela situação, mas também querendo mais.

— Acredite, Maya, eu sou mais difícil de resistir do que você pensa. — Ele disse, a arrogância evidente em cada palavra.

Ele me deixou ali, de pé, sozinha, com o ar quente e pesado envolvendo-me. Eu não sabia o que pensar. Eu queria odiá-lo, odiar o quanto ele sabia como me provocar, mas no fundo, eu sabia que, talvez, ele tivesse razão.

O que quer que estivesse acontecendo entre nós, era uma linha tênue entre desejo e ódio, e eu não sabia até onde essa linha nos levaria.