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Atualidade

Domingos a tarde são a pura depressão né?
Lá estava eu, deitada na minha cama, ouvindo aquele som longe tocando algum pagode em algum bar dessa comunidade.

Depois de toda turbulência em minha vida, acabei me afastando bastante de Deus, sempre fui muito sozinha, desde criança, acho que isso diz muito sobre a criação que tive quando criança.
Sou uma pessoa bastante tímida, desde que vim morar aqui, a 2 anos, eu conheço pouca gente.

Percebo que passei muito tempo refletindo sobre a vida quando observo que no quarto só à a presença das luzes dos postes da rua. Na mesma hora minha mãe coloca a cabeça na fresta da porta avisando que já estava na hora de se arrumar para o culto.

Depois da descoberta da traição a anos atrás,  tudo continuou normalmente em relação a igreja, meu pai abriu uma igreja aqui, e sinceramente, a minha vontade é de apenas ir a igreja sentir a presença de Deus, e não de ser da igreja, fazer parte dos grupos de Louvores, mas continuo sendo da igreja por causa do senhor Antônio, ele é muito rígido e não iria permitir ver a sua filha no mundo.

Após o aviso da minha mãe, vou para o guarda roupa escolher uma roupa, opto por um vestido preto colado, que pega a baixo do joelho, fica lindo em mim.
Tomo meu banho, arrumo o cabelo, passo meus cremes e perfume.
Escuto o grito do meu pai avisando que já estamos atrasados, então me apresso até a sala.

Antônio:já estamos atrasados, não sei pra que quer se arrumar tanto para ir adorar a Deus-  exclamou meu pai já sem paciência, eu apenas o ignoro para não me estressar.

No caminho da igreja, passamos próximo ao bar da dona Ana, onde eu trabalho durante a semana na parte da tarde, estava lotado de traficantes ,inclusive meu primo, e mulheres super vulgares, na calçada estavam estacionadas várias motos que eram muito maiores que eu.

Antonio: esses vagabundos deveriam proucurar a Deus- meu pai fala fazendo uma cara de nojo- e você deveria procurar outro lugar para trabalhar, isso não é lugar de uma menina de Deus estar.

Por dentro, eu estava morrendo de medo de algum daqueles homens escutarem as palavras do homem aos meu lado.

- aí pai, não tem outro lugar contratando e fora do morro você sabe que é difícil eles contratarem alguém de comunidade.- ele apenas resmungou algo que eu não entendi, então deixei essa discussão de lado.

Rodo meus olhos pelo local a proucura do junior e o encontro em uma mesa bem no canto, o mesmo acena pra mim mandando um beijo, eu apenas retribuo o tchau e acabo desviando o olhar para o seu lado, onde esta um homem bem bonito mais com uma expressão bem feia na cara, ele percebe que esta sendo observado e tambem gruda o olhar em mim, por vergonha desvio e sigo o caminho até a igreja em completo silêncio, apenas ouvindo a conversa de meus pais.




Já se passavam das 21:20, e só agora estávamos subindo para  casa, ficamos organizando algumas coisas após o término do culto.

As pequenas ruas nesse horário já não tinham tanto movimento, não tanto quanto nas sextas e sábados.

Na praça tinha um grupo de homens armados, entre eles, o junior, e o moço bonito que tem o semblante sempre fechado, estão todos sentados em volta de uma mesa jogando o que deduzo ser baralho, eles gritam,xingam, dão risada, independente do meio da sujeira em que vivem, parecem estarem muito felizes ali, sinto vontade de estar ali rindo com eles.

Repreendo o meu próprio pensamento, onde já se viu querer estar rodeada de traficantes.

Caminhamos por mais 5 minutos e finalmente vou poder descansar para iniciar mais uma semana.














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O que estão achando? Acham que devo mudar algo?
Quero muito saber a opinião de vocês.

Quero lembrar que o livro não está revisado, então perdão pelos erros.

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