Paradoxo Mítico

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O dia já iniciou naquele clima tenso aqui em casa.
Minha mãe estava com uma expressão triste no rosto, e apenas me deu bom dia, meu pai saiu bem cedinho, então só eu e minha mãe tomamos o café da manhã.

-vou descer pra escola mãe, qualquer coisa me manda mensagem.- falo enquanto pego minha mochila de cima do sofá caminhando até a porta

Clara: vai com Deus, hoje eu vou ir trabalhar, e não sei que horas eu chego.- apenas assenti já pensando que talvez meu plano de fugir iria todo por água abaixo.

Desci de encontra a Analu, que sempre ficava na mesma esquina me esperando.

Ana Luiza: tô ansiosa pra finalmente me divertir com você hoje mana. - conversamos sobre a minha fuga para ir ao baile.

- nem fique tão animada, talvez não dê pra ir, minha mãe não sabe que horas chega hoje.

Ana Luiza: é só você trancar a porta do quarto,ela vai achar que você está dormindo - gesticulou as mãos enquanto falava como se fosse algo óbvio.

- e se ela for na janela do quarto pra ver se estou lá?

Ana Luiza: credo Mariáh, você só tem pensamentos negativos, é só você fechar a janela e deixar a cortina fechada tbm né.

Apenas concordei e fomos o caminho todo até a escola falando sobre tudo um pouco.

Ao passar em frente a boca, pude notar uma pequena movimentação de homens

Ana Luiza: o povo de cima tava comentando que hoje vai rolar um assalto ao banco do Brasil, não sei se é verdade.

-mas em plena a luz do dia assim? Acho q n eim, o povo tbm n ia explanar isso.

Ana Luiza: não duvido de nada vindo deles, sorriso é maluco amiga, quando ele quer algo, não tem quem impeça.

Falando no gostosão, ele estava escorado em uma portinha, que eu imagino ser o lugar onde ele "trabalha".
A cara sempre fechado, e o cigarro de maconha no bico.
Ele estava com um shorts preto leve, parecido com de futebol, e uma camisa lisa branca. Em suas costas, era impossível não notar o fuzil em suas costas, e em sua cintura um volume que eu chuto ser de uma pistola.
Ao seu lado estava o Jr, portando apenas a pistola na cintura.

Mesmo sendo totalmente errado, o sentimento de desejo me invadiu, talvez eu devesse sempre manter distância, esse homem é o próprio pecado, talvez até o próprio diabo em forma de gente.

Senti um arrepio em minha pele, fazendo com que eu saísse do transe, voltando a prestar atenção no que Ana Luiza dizia ao meu lado.

Ana Luiza: você está escutando o que estou falando maluca?- me sacudiu na intenção de chamar minha atenção.

-tô te ouvindo sim cara, tava só pensando sobre hoje a noite, repete oque você estava dizendo.

Ana Luiza: eu disse que o seu primo tava dando encima de mim, ele é um gostoso, mas eu queria mesmo era o Doca, aquele ali é um tesão- falou mordendo os lábios, eu apenas dei risada da cara dela.

-vai nessa de pegar esses caras aí, jaja tá sem cabelo.

Ana Luiza: sai Mariáh, Deus me livre de perder meus cachinhos.