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Clara: Mariah vem tomar café logo, você vai se atrasar- ouço minha mãe gritar enquanto termino de vestir meu uniforme, Uma saia jeans preta que está a apenas um dedo acima do joelho e a camisa da escola.

-ja estou aqui, não precisa dessa gritaria logo cedo- falo pegando apenas uma maçã, pensando em sair o mais rápido possível de dentro de casa.

Clara: não vai sentar e tomar um café descente Mariah? Fica acordando tarde, e não serve nem pra tomar café com sua mãe, isso que da ficar mexendo nessa porcaria de telefone até tarde conversando com aquela imprestável que você chama de amiga.- fala em um tom bravo- Já basta seu pai que não para nem em casa direito agora.

-Desculpa mãe, vou tentar acordar mais cedo amanhã.-falo me redimindo para tentar evitar uma briga logo cedo.- meu pai está onde?

Clara: saiu bem cedo falando que ia ter que entrar no trabalho mais cedo, sai cedinho e chega só pra janta, mas eu tenho que ficar calada porque se  falar algo, ainda saio como errada.

Achei isso bem estranho, mas prefiro não me meter, afinal, estou cansada de ouvir as brigas desses dois.

Sinto meu celular vibrar no bolso da saia, e pego vendo notificação de mensagem da Ana Luiza

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Analu❤️: cadê vc cão, tô esperando na esquina aqui perto do bar da dona Ana.
Mariáh: tô descendo já, espera
Analu❤️: adianta o passo
O sol tá torrando meu cérebro
Mariáh: queimando oq já nem tem?

- benção mãe, até de tarde- me despeço da minha mãe.

Clara:vai com Deus, cuidado na rua.

Saio de casa, sentindo o sol das 7:50 já queimar minha pele.

Não entendo quem gosta de sol e calor, tudo bem que pra ir a praia, ou pra quem tem piscina em casa é bom, mas como fica os pobres nessa situação eimm? Prefiro meu frio de 10°.

De longe já avisto minha amiga de costas toda torta tentando se esconder em uma sombra, quem não conhece acha que a coitada tem problemas.

-Vamo Ana Luiza- chego por de tras sem que ela perceba e falo bem próximo a seu ouvido fazendo ela dar um grito de susto.

Ana Luiza: porra vagabunda, assim você me mata, logo cedo gritando- fala com a mão no coração tentando se acalmar.

-vamo minha filha, estamos atrasadas já- falo puxando sua mão fazendo com que ela comece a andar no mesmo ritmo que eu.- e para de me xingar desses nomes feios, sou uma menina de Deus.

Ana Luiza: de Deus onde piranha? Tu só tá nessa porque seus pais te obrigam.

E ela tinha razão, infelizmente já não me sentia mais bem depois de todo ocorrido no passado, e das ações dentro de casa até hoje, eu vejo a realidade por de trás do terno e gravata, das palavras bonitas ditas encima de um altar.

Andamos durante 5 minutos até chegar à escola com a Ana Luiza falando da vida do povo, depois a bonita ainda tem coragem de reclamar que as velhas que fazem fofoca.

Adentramos o portão da escola, e seguimos até a sala de aula.

Assistimos todas as aulas, ou melhor, eu Assisti as aulas, porque a dona Ana Luiza dormiu em todas elas.

Ana Luiza: cara, porque que a gente tinha que nascer pobre eim? Olha esse inferno de morro que vamos ter que subir- reclamou enquanto saíamos pelo portão.

-nem começamos a subir e eu já estou cansada , essa vida não é pra mim.

Ana Luiza: amiga, vamos dar encima daqueles bofinhos ali, eles tem moto- falou fazendo cara de safada

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